Na altura, eu era o coordenador dos acólitos da sede da Paróquia de São João Calábria, no Golfe. Dirigia um grupo de jovens e adolescentes, todos do sexo masculino. Nessa década, em Angola, somente os rapazes podiam ser ajudantes dos sacerdotes nas missas, os conhecidos sacristãos na linguagem comum, uma realidade totalmente diferente nos dias que correm, em que vemos raparigas a desempenhar este papel.
Na sequência das reflexões expendidas no texto anterior, o centro da nossa atenção na presente conversa reside nas respostas acerca dos fundamentos biológicos da essência identitária dos povos colonizados. Como vimos, o caso vertente diz respeito à presumível “capacidade biológica” e “glória do sangue” dos portugueses, enquanto elementos constitutivos dessa identidade. Por outro lado, levantou-se igualmente a necessidade de saber se os indivíduos que são membros das comunidades históricas dos territórios colonizados não existiriam sem as propriedades,necessárias ou acidentais, que emanam da definição da identidade luso-tropical ou crioula. Os subsídios da filosofia da biologia podem ser úteis para a interpretação do problema
Escalar montanhas é um tipo de desporto de lazer que se encaixa perfeitamente no turismo. Quando se vai a Cape Town, uma das maiores atracções turísticas é a Table Mountain, cuja altitude é de mil e oitenta e seis metros. Um dos desafios dos turistas tem sido chegar aos 950 metros de altura, em atalho íngreme do KloofCorner (a caminho da Table Mountain). Na minha aventura, os 950 metros pareciam insuperáveis, dado o facto de ser quase cinquentão e único entre uma vintena de jovens de vinte a trinta anos. Olhando para o desafio, escalar a montanha por um andarilho, o lado preguiçoso que, infelizmente, todos temos apelava à desistência.
Aterramos às 13 horas no Quénia (hora local), duas horas a menos em Luanda (ponto de partida). Quase sem grandes expectativas, apesar do apelido de “O orgulho de África”, por pura ignorância,, não esperava muito. Na minha cabeça rolava: o importante é fazer o meu trabalho. O cansaço também contribuía para o desânimo. A viagem foi cansativa.
Desde séculos que o homem vem alterando expressivamente a sua intervenção no ambiente que o rodeia, transformando-se num agente tóxico dos desequilíbrios ambientais. Este quadro lastimável está a sucumbir gradualmente, perante os desafios desencadeados sob os auspícios da ONU, subjacente na Agenda 2030 sobre o Desenvolvimento Sustentável, cujo plano de acção decorre desde o ano de 2015.
Falar de abuso sexual infantil é complicado e difícil, sobretudo pelo preconceito e silêncio das vítimas, que muitas vezes não compreendem o que aconteceu ou o que esteja a acontecer com elas. Sentem “vergonha” de contar o que se passa ou não sabem como lidar com a situação, porque na maioria dos casos o abusador é alguém que ela conhece, convive, confia e ama.
Numa reflexão minha aqui há dois dias, concluí que nas condições actuais uma reforma do Conselho de Segurança da ONU não é possível. Acrescentei, todavia, que isso não impede o sistema das Nações Unidas de tratar de muitas questões que são fundamentais para a cooperação e a coordenação internacionais.
A iniciativa do Mali, Níger e Burkina Faso, tomada no sábado passado, com a assinatura de uma aliança para combater o Jihadismo e fortalecer a unidade entre os mesmos, actualmente, entre os mais afectados pelo terrorismo, tem contornos históricos que lembram a forma como as lideranças dos mencionados países pretendem se posicionar perante factores endógenos e exógenos. Isso lembra, em parte, os federalismos do pós-independência, no início da década de 60 do século passado.
Viralizou, há dias, a imagem relacionada com o jovem de 25 anos que perdeu a vida, na terça-feira, às portas do Hospital Américo Boavida, em Luanda, alegadamente, por rejeição de atendimento da equipa em serviço naquele dia. Trata-se de um facto social, marcado essencialmente pela perda de uma vida humana em condições, até certo sentido, recuperáveis, eventualmente, se o atendimento tivesse sido possível no momento.
O tema da reforma do Conselho de Segurança e das instituições financeiras estabelecidas após o fim da II Guerra Mundial, em 1945, regressou, com maior ênfase, às discussões na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que desde terça-feira decorre em Nova Iorque.
Quando ouço e vejo diversas mentiras a flutuar no mesmo barco da verdade, lembro de uma curiosa cena que havia presenciado, em Malanje, aos 13 anos de idade, no bairro da Carreira de Tiro, em que certo Jovem havia espalhado um boato naquela localidade, de que o senhor Zé tinha sido morto pelos militares na mata.