Opinião

Partida de um guerreiro

Acordei, sábado, com chamadas e mensagens. A notícia que não me fez acreditar. “Calado, morreu o teu companheiro do famoso chapéu”. Meu Deus, Ângelo, não pode ser! Exclamei.

16/04/2024  Última atualização 07H20
Tinha encontro marcado, no mesmo sábado, com o Necas e o Paulo Macedo, com o objectivo de apresentar-lhes o projecto homenagem ao eterno capitão Ângelo Victoriano.

Seguiram-se, depois desta triste notícia, momentos de recordações de tudo que partilhámos desde que nos tornamos amigos e companheiros de jornadas.

A partida do eterno capitão levou-me a reflectir e reviver os excelentes momentos de alegria. As vitórias do nosso D'agosto, as conquistas dos títulos e o grande reencontro no Afrobasket na Argélia.

Companheiro e amigo. Deste, humildemente, tudo e o melhor de ti, com garra, quando a nossa pátria mãe, Angola, te convocava. A tua dedicação em campo era singular.

Meu amigo, como expressar, em palavras, tudo que foste para a minha vida e de todos os que te conheceram?

Foste um ser de luz, uma pessoa única, bondosa, parceiro, conselheiro. Um filho amoroso, um amigo excepcional.

Que sorte a nossa, pelo privilégio de ter compartilhado uma pequena fracção da sua existência! Serás lembrado para sempre, com carinho e amor!

Ainda me recordo de te ver na Cidadela, a nossa catedral do basquetebol, jogar com eficiência, com os ralhetes do saudoso professor Romero, do Victorino Cunha e do Mário Palma. Ver jogar, capitanear e brilhar com grandes nomes: Zezé Assis, Aníbal, Honorato, General Lutonda, Victor de Carvalho, Paulo Macedo e outros craques do nosso basquetebol.

Deixas-me lindas e preciosas lembranças, que juntos construímos. Ficarão eternamente guardadas na minha alma ferida com a tua partida.

No aeroporto, a caminho de Manila, com os teus filhos, traçámos planos e te vi sorrir muito. No teu regresso, em glória, conversámos bastante. Espero que tu estejas num lugar melhor e que lá fiques à minha espera, pois sei que nos voltaremos a encontrar.

Até sempre, meu amigo! Esteja tu onde estiver, e vá eu para onde for, jamais o vou esquecer, meu Capitão. Jamais passará um dia sem que lembre de ti e da nossa amizade.

O teu legado de amor e as tuas memórias vão morar para sempre no coração de todas as pessoas que te conheceram. Guerreiro, descanse em paz!

  Jorge Calado*  Jornalista

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