A Angotic está cada vez mais na vanguarda da modernização tecnológica e tem, cada vez mais, demonstrado ser uma alavanca poderosa na transformação económica e empresarial do país.
Na História Contemporânea das Relações Internacionais Africanas, Angola está no topo da lista de países que, nos finais do século XX e início do século XXI, conheceram o maior número de operações de apoio à paz, que designamos também de operações de paz ou missões de paz.
Muito já se ouviu sobre o Cuito Cuanavale. Mas poucos dominam o real significado do local, apesar de um considerável número de informações a respeito, entretanto, ainda insuficientes e pouco divulgada.
Neste município da província do Cuando Cubango foram travadas as mais sangrentas e prolongadas batalhas do continente africano, nas quais o país perdeu muitos dos melhores filhos, que colocaram ombros na ingente luta para impedir o avanço do regime do apartheid, entre 1987 e 1988.
Apartheid, para se ter uma noção, foi um sistema de segregação racial que imperou na África do Sul durante um longo período de tempo e dividiu os habitantes em função da cor da pele. Pretos por um lado e brancos pelo outro, com muita violência física e psicológica à mistura.
A província do Cuando Cubango era baptizada com vários epítetos pejorativos: terras do fim do mundo, o lugar onde Judas perdeu as botas e porta de entrada sem saída.
O envio para aquela localidade era considerado uma espécie de atestado para a morte. Entretanto, muitos soldados das Forças Armadas Angolanas ali estavam, na primeira linha, a travar batalhas que pareciam não ter fim.
Negar reconhecimento aos esforços destes valorosos filhos da pátria e do apoio e solidariedade do povo cubano nesta empreitada seria mais que pura ingratidão.
Mais ainda porque a vitória nesta sangrenta batalha garantiu a consolidação da independência de Angola, a independência da Namíbia e o fim do regime segregacionista na África do Sul.
Mercê da inesperada derrota proporcionada pelos destemidos filhos de Angola, a África do Sul viu-se obrigada assinar os Acordos que deram origem à implementação da Resolução 435/78, do Conselho de Segurança da ONU, levando à independência da Namíbia e ao fim do regime do apartheid que vigorava na África do Sul.
Estes feitos não podem passar despercebidos e transmiti-lo para as novas gerações seria o mais fiel compromisso para com a imortalização da saga dos heróis nacionais que neles verteram o seu precioso suor e sangue. Os filhos destes heróis merecem esta informação. E não seria demais pedir a inclusão desta temática nos currículos escolares.
Na mensagem por ocasião da efeméride, o Presidente da República e da SADC, João Lourenço, tocou neste aspecto. Saudou os Estados-Membros que abriram caminho ao incorporar a história da libertação da África Austral nos seus currículos escolares e apelou a todos para continuarem a explorar formas inovadoras de incluir estas histórias de libertação no currículo escolar.
João Lourenço referiu que o acontecimento marcou o início de um novo capítulo para o país, que começou a trilhar, desde então, um novo caminho rumo ao desenvolvimento e à paz sustentada, garantindo que Angola passaria a ser uma parte fundamental da agenda de desenvolvimento e integração da SADC.
O Chefe de Estado não deixou de recordar a bravura das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, FAPLA, dos internacionalistas cubanos e dos combatentes da SWAPO, da ZANU-PF, do ANC e dos países da chamada Linha da Frente, que triunfaram na luta contra o regime do Apartheid e que conduziu à libertação da Namíbia, da África do Sul e de toda a África Austral. Este foi um testemunho claro da força e importância da unidade de acção e da solidariedade entre os povos oprimidos.
Por conseguinte, não seria de mau tom pedir a disseminação do assunto em outros momentos, além das datas de celebração. É nesses momentos que os angolanos se devem unir e, nos mais variados fóruns em que estiverem envolvidos, mostrarem o orgulho da determinação dos irmãos, filhos da mesma pátria, numa conquista que se estende para todo o continente, pois há muito a celebração deixou de ser simplesmente angolana. É Dia da Libertação da África Austral.
Há, igualmente, necessidade de mostrar o local histórico que deu origem a esta celebração africana. Muitos turistas internacionais visitam-no por iniciativa própria e filmam os escombros. Não seria demais incentivar os empresários para criarem outros atractivos para dar opções de uma mais larga escolha. Grande parte deles, incluindo homens de negócios de outros países africanos, já apresentaram propostas nesse sentido.
O Memorial aos Heróis tem sido das principais alternativas. Ressalta as marcas dos horrores da guerra de forma bem detalhadas. Mas poucos terão acesso se as vias de comunicação não proporcionarem a devida abertura a uma locomoção mais segura, um trabalho que é feito a passos ainda lento, carecendo de maior celeridade, tendo em conta as oportunidades que o local proporciona.
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