Cerca de 30 mil processos e expedientes judiciais foram resolvidos pelos Juízes de Garantias, desde Maio de 2023, data do início de funções desta figura.
O Presidente da República, João Lourenço, está a caminho da África do Sul, onde vai testemunhar quarta-feira, em Pretória a cerimónia de investidura do Presidente eleito sul-africano, Cyril Ramaphosa.
O Tribunal Constitucional (TC) lançou ontem, no município do Andulo, província do Bié, o projecto "Ondjango da Constituição ", com vista a abordar com a sociedade, de maneira mais simples e aberta, os aspectos relacionados com a Constituição.
O projecto foi lançado pela presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso, no âmbito das celebrações do 14º aniversário da promulgação da Constituição da República de Angola (CRA), assinalado no passado dia 5 deste mês de Fevereiro.
A juíza conselheira presidente do TC, Laurinda Cardoso, que orientou a abertura do projecto no Andulo, disse que o Tribunal Constitucional tenciona aproximar a Constituição da República de Angola a todos os estratos sociais, com a partilha da Lei Magna em vários formatos, quer em Banda Desenhada, para o alcance das crianças, em línguas nacionais, visando uma maior inclusão social.
O "Ondjango da Constituição permite aos juízes desta corte superior esclarecer os cidadãos, com uma linguagem clara e objectiva, sobre as matérias específicas da Constituição da República de Angola, porquanto estão plasmadas na Lei Magna as aspirações políticas, económicas, sociais, culturais e ambientais dos cidadãos.
A veneranda juíza conselheira e presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso, acrescentou que o objectivo é fazer com que toda a população, incluindo a infanto-juvenil, aprenda, com certa criatividade, os princípios e valores constitucionais sobre os seus direitos, liberdades e garantias fundamentais, bem como os símbolos nacionais.
Laurinda Cardoso realçou também que "é desejo do Tribunal Constitucional que a CRA seja vista não apenas na sua aplicação, mas também como a mesma se projecta na sociedade, enquanto guia que define as aspirações políticas, sociais, económicas, culturais e ambientais, dentre outras”. O projecto Ondjango, lançado, ontem, no Andulo, contou com a participação de estudantes do I e II ciclos dos nove municípios que compõem a província do Bié, entidades religiosas, autoridades tradicionais, membros da sociedade cívil e juízes conselheiros da corte.
Objectivos
do projecto
O porta-voz do Tribunal Constitucional, Mauro Alexandre, disse ao Jornal de Angola que o projecto Ondajango da Constituição, lançado ontem no município do Andulo, vai ser expandido em todo o território nacional. Sublinhou que o projecto Ondjango da Constituição é, no fundo, uma abordagem diferente, por ser mais simples e dinâmica, que o Tribunal Constitucional decidiu levar a cabo em relação à Constituição.
"Queremos com isso desconstruir a ideia de que falar da Constituição é uma conversa exclusiva de juristas. Queremos no fundo aproximar a Constituição a todos os cidadãos angolanos". Acrescentou que "é por esta razão que estamos hoje aqui no Andulo a ter uma conversa à volta da Constituição, que é uma conversa de proximidade, uma conversa em que não há uma tribuna, em que os juízes conselheiros da corte Constitucional se colocaram ao mesmo nível, no mesmo patamar de todos os cidadãos, para falar de maneira simples a mesma linguagem”.
Realçou que isto é importante, porque o Tribunal interpretou, hoje, a estruturação da sociedade e chegou à conclusão de que a boa concretização do projecto de sociedade de um Estado Democrático e de Direito passa também pela literacia constitucional, jurídica e por outras literacias.
Mauro Alexandre afirmou ainda que o projecto Ondjango da Constituição vai ajudar a garantir maior inclusão social às aldeias, ombalas e povoações, onde o soba pode interpretar e falar na sua localidade por meio da própria Constituição.
"Ser ele, o soba, o agente promotor dos valores constitucionais. Depois do Andulo, o projecto Ondjango vai ser apresentado nas províncias do Cuanza-Norte e Luanda.
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