O socialista François Hollande, Presidente francês entre 2012 e 2017, vai concorrer às eleições legislativas antecipadas, que decorrem dentro de duas semanas, noticiou, sábado, a EFE, que cita a confirmação pela comitiva de Hollande à rádio France Info.
A Suíça acolhe, entre hoje e domingo, a Conferência para a Paz na Ucrânia, que juntará representantes de mais de 90 países e organizações, incluindo Portugal, mas não da Rússia nem da China, entre outros ausentes de peso.
O Presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmoud Abbas, agradeceu, ontem, o apoio político incondicional, manifestado através do reconhecimento do Estado palestiniano por Espanha, Irlanda e Noruega, uma decisão que será formalizada a 28 deste mês.
"A decisão contribui para a consagração do direito do povo palestiniano à autodeterminação na sua terra e para a adopção de medidas reais de apoio à implementação da solução de dois Estados", disse a presidência da ANP num comunicado.
Irlanda, Espanha e Noruega anunciaram na terça-feira que vão reconhecer o Estado da Palestina a 28 de Maio, num cenário de guerra entre Israel e Hamas, na Faixa de Gaza.
Os Primeiros-Ministros espanhol e irlandês, Pedro Sánchez e Simon Harris, respectivamente, seguiram os mesmos passos do homólogo norueguês, Jonas Gahr Store, após este anunciar que vai reconhecer o Estado da Palestina. "A ofensiva só perpetuará o ódio. Somos obrigados a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para dizer em alto e bom som que não permitiremos a possibilidade de dois Estados serem destruídos. Gostaria de vos informar que, depois de termos chegado a uma decisão consensual na coligação, iremos aprovar o reconhecimento da Palestina no dia 28 de Maio", afirmou primeiro Sánchez, numa conferência de imprensa, citada pela ABC Espanha.
Segundo o Primeiro-Ministro espanhol, "a terra e a identidade da Palestina continuarão a existir". "Temos de reconhecer o Estado palestiniano bilateralmente. É altura de agir e de lhes dizer que estamos com eles. Não importa quantas aldeias sejam bombardeadas, a terra e a identidade da Palestina continuarão a existir", acrescentou.
De seguida, também o chefe do Governo irlandês, Simon Harris, fez o anúncio numa conferência de imprensa em Dublin, citado pela Reuters: "Hoje, a Irlanda, a Noruega e a Espanha anunciam que reconhecem o Estado da Palestina".
Harris frisou, ainda, que espera que "outros países se juntem à Irlanda, Espanha e Noruega no reconhecimento de um Estado da Palestina nas próximas semanas".
"Cada um de nós tomará agora todas as medidas nacionais necessárias para dar cumprimento a essa decisão. Estou confiante de que mais países se juntarão a nós para dar este importante passo nas próximas semanas", destacou.
Israel chama embaixadoresna Irlanda e na Noruega
Após o anúncio, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Israel Katz, partilhou uma publicação, na rede social X, a informar que deu "instruções para a retirada imediata" dos embaixadores de Israel na Irlanda e na Noruega.
"Dei instruções para a retirada imediata dos embaixadores de Israel na Irlanda e na Noruega para consultas, à luz das decisões destes países de reconhecer um Estado palestiniano. Estou a enviar uma mensagem clara e inequívoca à Irlanda e à Noruega: Israel não ficará em silêncio perante aqueles que minam a sua soberania e põem em perigo a sua segurança", lê-se na nota.
No entanto, os Primeiros-Ministros de quatro países da União Europeia (da Irlanda, Eslovénia e Malta) divulgaram uma declaração, em Março, a comprometer-se com o reconhecimento do Estado da Palestina. Em Abril, o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, fez um périplo europeu para tentar levar mais países a reconhecer a Palestina que incluiu, também, a Bélgica e um Estado que não faz parte da União Europeia (UE), a Noruega. Dentro da União Europeia, nove Estados-membros reconhecem já a Palestina: Bulgária, Chipre, República Checa, Hungria, Malta, Polónia, Roménia e Eslováquia deram o passo em 1988, antes de aderirem ao bloco europeu, enquanto a Suécia o fez sozinha em 2014, cumprindo uma promessa dos sociais-democratas.
Crise humanitária agravada na Faixa de Gaza
Dos 36 hospitais na Faixa de Gaza, apenas 12 estão parcialmente funcionais. Um número reduzido para as necessidades de milhares de palestinianos feridos na guerra, que precisam de assistência e de cuidados que o sistema de saúde de Gaza já não consegue prestar.
A representante do gabinete da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários, Yasmina Guerda, disse que o sistema de saúde de Gaza está "de rastos". "Muitos [palestinianos] perderam os membros, têm lesões cerebrais traumáticas, e milhares perderam a audição devido às explosões constantes. Milhares de pessoas também estão à espera para serem retiradas de Gaza porque precisam de outros níveis de cuidado que não conseguem ter aqui, porque o sistema de saúde está de rastos", frisou Guerda. "Tem havido ataques constantes a estabelecimentos de saúde, hospitais em particular, numa violação directa da lei humanitária internacional", disse a funcionária da ONU.Os ataques israelitas em Rafah estão a tornar a situação ainda mais complicada, com o campo de Muwasi a ser designado por Israel como zona segura mas, nas últimas semanas, devido à expansão da ofensiva para sul, ficou sobrelotado. Entre as tendas, amontoam-se pilhas de lixo ao sol que estão a causar doenças entre os residentes, cerca de 450 mil palestinianos deslocados, segundo o Notícias ao Minuto.
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