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Na História Contemporânea das Relações Internacionais Africanas, Angola está no topo da lista de países que, nos finais do século XX e início do século XXI, conheceram o maior número de operações de apoio à paz, que designamos também de operações de paz ou missões de paz.
O Estado de guerra entre Israel e Irão, dois arquirrivais que ironicamente têm heranças milenares comuns e hoje se enfrentam militarmente por procuração, atingiu o apogeu com o ataque do dia 2 de Abril, em Damasco, que levou à destruição do Consulado iraniano na capital síria. Os povos judeus e persas conhecem-se e estão inter-conectados há mais de 3000 anos, bem como interagem como culturas que tiveram sempre muito em comum.
Com a proclamação do Estado judaico em 1948 e o triunfo da revolução iraniana em 1979, a hostilidade agravou-se e ganhou contornos de uma verdadeira guerra-fria em que os dois nunca se confrontaram directamente, mas através de ataques indirectos, tais como os que sucedem com grupos palestinianos, libanês, iraquiano e iemenita, financiados pelo Irão, assim como as acções israelitas na Síria.
No dia 1 de Abril, o lado iraniano atacou, no dia seguinte, Israel ripostou e, agora, testemunhamos uma troca de recados entre os dois, que vão acabar por proporcionar exactamente o habitual. A nenhum dos lados interessa uma confrontação militar directa, embora o actual contexto de ameaças possa resvalar para um efectivo confronto militar.
Embora Israel não tenha revindicado o ataque em que morreram sete iranianos, entre eles o brigadeiro-general Mohammad Reza Zahedi, comandante sénior da Força Quds do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) e seu vice-general, Mohammad Hadi Hajriahimi, o Irão atribui a acção ao Estado judaico.
Adoptando a velha prática de não confirmar e nem desmentir, recentemente, quando questionado sobre o ataque, um porta-voz militar israelita disse a jornalistas que "Israel não comenta reportagens saídas em meios de comunicação estrangeiros”.
Já o diário nova-iorquino "The New York Times” citou, há dias, quatro autoridades israelitas, cujas identidades não foram reveladas, que assumiram que foi Israel que levou a cabo a referida acção, em represália ao ataque à cidade portuária israelita de Eilat, no Mar Vermelho. Esta tinha sido alvo de um ataque aéreo na segunda-feira, dia 1 de Abril, que não causou vítimas, reivindicado pela milícia Kataib Hezbollah, baseada no Iraque, apoiada pelo Irão.
Choveram ameaças do Irão, desde os militares até ao líder espiritual, Ali Khamenei, a mais alta autoridade religiosa e política do país, mas muitas vozes encaram como mera retórica política que, alegadamente, não vai passar disso mesmo. O Hezzbollah libanês, pela voz de Hassan Nasrallah, citado pela imprensa libanesa, alegou que o ataque israelita não vai ficar impune e que, na devida altura, o ataque de represália vai se efectivar.
Ambos os países estão a uma distância de 1971 quilómetros e, ao longo de anos e meses, enfrentam-se mutuamente de forma indirecta sendo que, até ao momento, nunca procederam com ataques directos em solo de um dos dois.
Há quem entenda que a actual refrega entre Israel e Hamas, este último apoiado pelo Irão, constitua o prolongamento da guerra por procuração entre o antigo império persa e os descendentes de Jacob.
Grupos como o Hezzbollah, no Líbano, os Houthis, no Iémen, a milícia Kataib Hezbollah, no Iraque, todos eles apoiados material e financeiramente pelo Irão, representam o que os iranianos denominam de "eixo da resistência contra o regime sionista”.
Eventualmente consciente das consequências de um ataque directo ao solo israelita, o Irão usa aqueles entes, grande parte considerados organizações terroristas, para atacar Israel, mais ou menos da mesma forma como aquele último evita atacar directamente o solo iraniano, limitando-se a confrontar os interesses deste em territórios de terceiros Estados.
Com base nesta lógica que tem funcionado e "guiado” a racionalidade que acompanha os dois arquirrivais na confrontação mútua, provavelmente, as ameaças de retaliação do Irão, na sequência do ataque do dia 2 de Abril ao Consulado iraniano em Damasco, vão efectivar-se de duas formas: com a retórica inflamada e recurso aos seus aliados para atacar Israel, dentro ou no estrangeiro.
Há dias, o site da Al Arabya, ligado à Arábia Saudita fez referência a nove tipos de mísseis iranianos com alcance até Israel, quase na mesma proporção em que escrevia o jornal The Jerusalem Post, descrevendo que "Israel tem capacidades de defesa antimísseis e uma série completa de mísseis de defesa aérea, incluindo o Iron Dome, o David's Slingshot, o Arrow 2 e o Arrow 3, que lhe permitem neutralizar uma grande parte do ataque com mísseis, drones e foguetes. capacidades do Irão, do Hezbollah e dos Houthis no Iémen, como ficou provado em seis meses.”
Para outros, a destruição do Consulado iraniano em Damasco, que representa técnica e legalmente um ataque ao solo iraniano, devia levar a uma resposta, igualmente, em solo israelita e que, ao não proceder assim, fica exposto o alegado poder dissuasor iraniano, como um verdadeiro tigre de papel.
Depois das ameaças feitas por todas as altas individualidades iranianas, desde os comandantes militares, o líder espiritual, o presidente do país, até os aliados como Hezzbollah libanês, toda e qualquer acção retaliatória iraniana- se realmente vier a ocorrer- que ficar aquém da dimensão da destruição do Consulado e morte dos comandantes militares vai afectar gravemente a reputação do Irão, reduzir a confiança dos aliados e "encorajar” Israel a mudar a lógica dos ataques indirectos para a confrontação directa.
Em Israel, por mais paradoxal e descabida que possa parecer, diz-se que Netanyahu anda à espera de uma circunstância como a actual para ajustar contas com o Irão, razão pela qual importa perguntar até aonde vai o Irão em represália contra o Estado judaico?
*Jornalista
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