Opinião

SADC e a estratégia para minimizar os efeitos da seca

Ontem, durante a intervenção na Cimeira Extraordinária da SADC, presidida pelo Chefe de Estado João Lourenço, na qualidade de presidente em exercício da organização regional, no formato digital, o estadista angolano mostrou-se preocupado com os efeitos das alterações climáticas registadas em alguns países da região meridional de África, causados pelo fenómeno El Ninho.

21/05/2024  Última atualização 06H20

O encontro entre as lideranças da sub-região foi oportuno na medida em que serviu para a tomada de medidas para mitigar os efeitos gravosos da seca que, em países como Zimbabwe, Zâmbia, Malawi e Moçambique, ameaça milhares de famílias de enfrentar a insegurança alimentar.

Alguns estudos apontam para o facto segundo o qual a região, de uma maneira geral, terá recebido menos 20 por cento da carga de chuva que era expectável, razão pela qual os volumes de colheita que eram esperados acabaram por ficar comprometidos. E o défice de água levou, em alguns casos, ao recurso a fontes inseguras que, por sua vez, desencadearam o surto de cólera na região, com um número elevado de vítimas mortais, principalmente na República Democrático do Congo, no Malawi, na Zâmbia, em Moçambique e no Zimbabwe.

A iniciativa de criação de centros de operações humanitárias e de emergência para casos de resgate e apoios aos países mais afectados, tal como anunciado pelo presidente em exercício da SADC, representa um dos passos necessários no sentido de levar os Estados-membros a lidar com os efeitos do El Ninho. A orientação dada, também, pelo líder da SADC, ao Secretariado no sentido de preparar um apelo Humanitário de modo a mobilizar recursos financeiros para acudir eventuais calamidades natural na região, é, igualmente, oportuna de modo a mobilizar recursos financeiros para acudir eventuais calamidades natural na região.

Atendendo a transversalidade dos problemas ao nível da região, importa que todos os Estados-membros actuem  de forma coerente, activa e dinâmica, no sentido de contribuir para a preservação do ambiente, por se tratar de um bem comum.

Acreditamos que os dezasseis países que fazem parte da organização regional vão actuar de forma como sempre fizeram em nome dos mais altos interesses da SADC, que se traduziram sempre na ideia de fazer do problema de um membro desafio para os demais. Hoje, o fenómeno El Ninho e os seus efeitos representam um desafio sem precedentes na medida em que, além de inviabilizarem a produção agrícola e provocar insegurança alimentar, tendem, também, a contribuir para danificar o ambiente. Apenas uma abordagem conjunta e respostas integradas, envolvendo todos os Estados-membros da SADC, poderão servir como solução eficaz contra o que se assiste na região.

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