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Rússia alerta para perigo de ultimatos na Ucrânia

O Chefe de Estado russo, Vladimir Putin, alertou para o perigo do Ocidente tentar impor medidas a Moscovo com o pretexto de que todas as partes concordaram com uma solução saída da conferência de Junho, promovida pela Suíça com os aliados, deixa transparecer que não se “negoceiam soluções” sem a presença dos beligerantes.

19/05/2024  Última atualização 11H02
Presidente russo anuncia rejeição a qualquer imposição para o fim do conflito ucraniano © Fotografia por: DR

O Governo suíço convidou a China e a Turquia para a conferência, a ter lugar em Junho, em local e dia a indicar, a fim de se discutir uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia, mas deixou de fora a Rússia, levantando um debate interno e em nível de alguns países europeus sobre o sucesso da iniciativa.

Em relação ao afastamento da Rússia, Vladimir Putin afirmou, ao ser questionado, na sexta-feira, numa conferência de imprensa, em Harbin, no quadro da visita de Estado de dois dias à China, que não permitirá que lhe sejam feitos ultimatos na questão da resolução da crise ucraniana.  

"Entende-se qual é o sentido desse evento. Reunir o maior número possível de países, depois declarar que foi aceite por todos, e apresentar isso à Rússia como um assunto já decidido, como um ultimato”, disse Putin, adiantando que "tal desenvolvimento dos acontecimentos não acontecerá".

O líder russo declarou que o conflito em Donbass é culpa das autoridades de Kiev, e que agora estão a tentar culpar a Rússia. "Ao permitir um golpe de Estado, e os patrocinadores ocidentais, promovendo-o e organizando-o, criaram as condições para a transição de um conflito latente para um conflito armado”, esclareceu. Putin afirmou, entretanto, que "eles são culpados disso, mas agora estão a tentar atribuir as culpas à Rússia pelos trágicos acontecimentos, o resultado de suas políticas".

No entanto, em relação aos combates nas regiões Leste e Nordeste da Ucrânia, o Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que Moscovo não tem, momento actual, intenção de tomar Carcóvia. "A Rússia foi forçada a criar uma zona de segurança devido ao bombardeamento de bairros residenciais da cidade de Belgorod, por parte das Forças Armadas ucranianas”.

Acrescentou que atacam, directamente, o centro da cidade, isto é, bairros residenciais. "Declarei publicamente que, se isso continuar, teremos que criar uma zona de segurança, uma zona sanitária", disse o líder russo.

 
Dez mil pessoas retiradas de Kharkiv

Cerca de dez mil pessoas foram retiradas da região de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, após uma série de ataques das forças russas desencadeados na última semana, comunicou, ontem, a administração local.

"No total, 9.907 pessoas foram retiradas", disse o governador Oleg Synegubov, citado pela agência AFP, mais de uma semana depois do início da ofensiva russa. O Presidente ucraniano já alertou que o ataque russo contra Kharkiv, no Nordeste do país, poderá fazer parte de uma ofensiva mais vasta.

Volodymyr Zelensky já havia reconhecido que a situação em Kharkiv é muito complicada, mas frisou que Kiev não pode perder a cidade para a Rússia. O líder ucraniano visitou a região na quinta-feira, depois de ter anulado compromissos no estrangeiro, incluindo visitas a Espanha e Portugal. Na sexta-feira, a Rússia reivindicou avanços em Kharkiv, onde tanta criar uma zona tampão contra ataques de Kiev em território russo. Segundo estimativas do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), com sede em Washington, as forças russas terão avançado oito quilómetros.  

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