Cultura

Ritual e tradição nas culturas africanas

Nilsa Batalha

A escarificação é o acto ou efeito de escarificar. É uma técnica de modificação corporal que consiste em fazer cortes superficiais na pele, produzindo cicatrizes mais ou menos pronunciadas.

26/05/2024  Última atualização 09H27
© Fotografia por: DR

Podem ser apenas alguns detalhes subtis no rosto, no peito ou nos braços. Ou, como sinal compartilhado de beleza e força, podem ser também padrões intrincados de pontos e linhas, formando um conjunto elaborado.

A importância da escarificação não é apenas estética: a escarificação é um processo ritualístico de suma importância em diversos grupos étnicos africanos. É bastante comum entre os diversos grupos étnicos africanos. Os motivos, entretanto, podem variar de região para região e de grupo para grupo, bem como em função das crenças culturais. São feitas por motivos estéticos, religiosos e sociais, transmitindo mensagens complexas a respeito da identidade do indivíduo. Podem enfatizar os papéis que o indivíduo exerce dentro de um grupo, o seu status social, político ou religioso, o grupo étnico a que pertence e por quais experiências o indivíduo passou.

Em muitas regiões e culturas aqueles que não passam pelos rituais e não recebem as marcas costumam ser excluídos do grupo, uma vez que não terão as características necessárias para serem vistos como agentes da sociedade em questão, como representantes legítimos do grupo étnico.

Nesse caso, as cicatrizes são consideradas marcas da civilização, distinguindo os seres humanos dos animais.

Pesquisas antropológicas sugerem que, antigamente, algumas cicatrizes se relacionavam também à resistência da pessoa a determinadas doenças, principalmente sexuais. Homens e mulheres que carregassem as marcas indicativas da sua resistência a certos patógenos eram vistos como bons parceiros.

Em alguns casos, as cicatrizes provocadas são sinal de beleza, também simbolizam a chegada à idade adulta, algo bastante comum entre os diversos grupos étnicos. Por exemplo, várias linhas na testa deixam claro que o menino tornou-se um homem. 

Mas o processo não se destina apenas aos homens. As mulheres também podem ser submetidas à escarificação, dada a relevância das marcas.  Cicatrizes no abdómen de mulheres em muitos grupos étnicos são usadas para denotar que estão apaixonadas ou a vontade de serem mães.

Na mulher que a tolera, a escarificação é uma indicação de maturidade emocional e prontidão para ter filhos.

As técnicas utilizadas também variam de acordo com o grupo étnico. Antigamente alguns procedimentos eram realizados com espinhos, pedras bastante afiadas ou espinhas de peixes, que com o tempo foram substituídos por lâminas.

Em alguns locais são esfregadas cinzas obtidas a partir de fuligem ou mesmo da queima dos corpos dos falecidos nas feridas para dar o efeito de uma tatuagem e para ajudar na cicatrização. Quando as cinzas são colocadas por baixo da pele da ferida aberta, como se fossem feitas inserções, activam o processo de cicatrização por meio da expulsão das cinzas pela própria pele e levam à formação de altas queloides.

O futuro da escarificação, como o de diversas outras práticas culturais, parece ser o seu. desaparecimento gradativo com a urbanização.

Fonte: africanizeoficial/aminoapps


ESTRUTURA DE RICHAT
O "Olho de África”

A Estrutura de Richat ou domo de Richat, apelidada de "Olho de África”, é uma estrutura circular situada próxima a Ouadane, na Mauritânia, no coração do deserto do Sahara.

Possui cerca de 50 km de diâmetro, e só pode ser visível na sua totalidade do espaço sideral. Descoberta em 1965 por uma missão Gemini americana, permanece um enigma científico.

Desde a sua descoberta, a Estrutura de Richat tem intrigado cientistas, aventureiros e curiosos por seu formato perfeitamente circular. Vista do espaço, ela destaca-se como uma série de anéis concêntricos que dão a ilusão de um grande olho. A primeira impressão é tão impactante que durante anos muitos acreditaram que fosse o resultado de um impacto de meteoro ou de uma explosão vulcânica.

Segundo as últimas interpretações geológicas, seria o resultado de uma erupção vulcânica atípica, ocorrida há 100 milhões de anos, no período cretáceo, que posteriormente teria afundado devido a um longo processo de erosão. Um facto interessante é que, apesar do seu tamanho e forma notável, a Estrutura de Richat passou despercebida por muito tempo, até que os astronautas em órbita começaram a notá-la e a chamar a atenção para a sua singularidade. A estrutura tornou-se um ponto de referência para astronautas em missões espaciais devido à sua visibilidade do espaço, sendo uma espécie de "marcador” no deserto vasto e sem muitos pontos de referência.

Além da sua importância para a geologia, o Olho de África também é um local de interesse arqueológico. Há evidências de habitações humanas antigas ao redor da estrutura, indicando que povos antigos também reconheceram a sua singularidade.

Fonte: Wikipedia/artsandculture


MALI
O país mais quente do mundo

Mali é o país mais quente do mundo, com uma temperatura média anual de 28,78°C (83,8°F), com a cidade de Timbuktu (ou Tombuctu) a registar a sufocante temperatura de 54,4°C.

Localizado na África Ocidental, o Mali compartilha fronteiras com o Burkina Faso e o Senegal, que o seguem na lista dos mais quentes. Uma grande parte do Mali é coberta pelo deserto do Sahara, e a maior parte do país recebe chuvas mínimas, tornando a seca uma preocupação permanente. O clima do país é tropical seco, no Sul, e desértico, no Norte. Nas áreas de clima tropical seco registam-se duas estações distintas: uma seca, muito longa, que vai de Novembro a Junho, e uma estação húmida, que ocorre entre Junho e Outubro, e que é ainda influenciada pelas monções vindas do sudoeste.

A área central é semi-árida e permanece intensamente quente e seca durante a maior parte do ano.

 Fonte: normasabnt

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