A exposição da colecção de quadros "as pinturas de Matondo", a ter lugar, quarta-feira, na Galeria Tamar Golan da Fundação Arte e Cultura, marca a celebração de mais de 48 anos do artista plástico, Matondo Alberto.
O Cine São Paulo, em Luanda, acolhe, de 15 de Junho a 28 de Julho, o Festival Multidisciplinar, sob o lema "O Futuro já Era", com uma variedade de exposições de arte, como teatro, cinema, música, humor e diversas acções culturais.
Dezoito grupos carnavalescos estão inscritos para participar na edição de 2024 do Carnaval provincial do Bié, cujo desfile acontece no dia 13 deste mês deFevereiro, na avenida Sagrada Esperança, defronte ao pavilhão do Sporting do Bié, na baixa da cidade do Cuito.
Entre os grupos inscritos, destacam-se o vencedor da edição de 2023, o grupo Geodésico de Camacupa, que de acordo com o líder, Simão André, tem a máquina preparada para a revalidação do título, independentemente da forte concorrência do "tradicional rival”, o União Mutu ya Kevela, da Nhârea, que na edição passada ficou na segunda posição, com menos 34 pontos de diferença do vencedor.
Para a edição de 2024, foram implementadas inovações, com realce para a obrigatoriedade dos grupos apresentarem as canções gravadas em disco ou em formato digital. Os desfiles municipais decorreram no dia 28 de Janeiro, em todas as sedes.
O director provincial da Cultura, Afonso Belo Sanguvila, disse ao Jornal de Angola que as inovações para este ano vão servir para melhorar a qualidade do Carnaval e explorar melhor o potencial de cada grupo, o que não acontecia nas edições passadas. "Vamos incentivar os grupos a retomar o Carnaval de rua, para preservar as tradições no âmbito da grande festa do povo”.
Este ano, garantiu, está reservada uma exposição de artefactos do Carnaval, com o objectivo de apresentar ao público os espólios produzidos nas edições anteriores. Os estilistas, alfaiates e vendedores vão expor diversas peças produzidas em épocas do Entrudo que reflectem a identidade cultural das comunidades.
Apesar dos grupos reclamarem por um aumento dos valores para a realização da prova e dos respectivos prémios. Belo Sanguvila evitou adiantar valores, realçando apenas a necessidade dos empresários apoiarem mais o sector cultural, no geral, e do Carnaval, em particular.
O director provincial da Cultura no Bié, Afonso Belo Sanguvila, pediu, nos últimos dias, maior envolvimento da classe empresarial e promotores de eventos culturais no apoio da edição de 2024 do Carnaval. Afonso Belo Sanguvila referiu ser possível melhorar a qualidade do Carnaval Provincial do Bié, caso exista uma maior participação e envolvimento da classe empresarial. Além da contribuição do Executivo, Afonso Belo Sanguvila considera importante uma participação mais activa de empresários e outros actores sociais no apoio aos grupos.
Um passado de boas recordações
Os mais velhos, residentes em diversas regiões da província, relembram com saudade o tempo em que a maior manifestação cultural do país era vivida com paixão pelos grupos, nas décadas de 1970 e 1980 do século passado.
Marciano Augusto Chiquito, de 70 anos, natural do Andulo, actualmente a morar no bairro Boavista, na comuna do Cunje, ressalta que os desfiles de Carnaval, nos anos 70, eram de grande qualidade e tradição. "Antigamente só era permitido a participação de pessoas adultas com experiência reconhecida, o que tornava a festa mais competitiva e criativa”, disse
As crianças, realçou, eram proibidas de assistir para não atrapalhar os desfiles, e também sentiam medo, porque eram amedrontadas com os palhaços que circulavam nas ruas e que ajudavam a preservar a mística dos costumes locais, lembrou.
Por sua vez, António dos Santos Buta, uma figura de prestígio do Carnaval bieno, afirma que "a festa do povo”, era uma actividade de respeito, uma manifestação cultural de rua e para o povo, que partia dos musseques e terminava na Praça Principal, no centro da cidade.
António dos Santos Buta lembra que as cores vermelha, amarela, rosa, azul, laranja, lilás, preta, branca e cor de vinho eram as que mais se reflectiam nos trajes das cortes e demais integrantes dos grupos durante as exibições do Entrudo. Os grupos carnavalescos, na sua maioria, optavam pelos estilos de dança Osauoia, Ocatita e Olundongo.
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