Economia

Governo paga 238 mil milhões em atrasados

Nádia Dembene

Jornalista

Um total de 238 mil milhões de kwanzas é o valor previsto para pagar a dívida interna atrasada, com o objectivo de liberar liquidez a favor dos fornecedores do Estado, anunciou, ontem, em Luanda, a ministra das Finanças.

22/05/2024  Última atualização 12H45

Vera Daves de Sousa declarou, na abertura da conferência Angola Economic Outlook 2024, que o Executivo dispõe de 147,26 mil milhões de kwanzas para o aumento da capacidade financeira dos veículos públicos de financiamento à economia e cerca de 330,00 mil milhões de kwanzas para a emissão de garantias soberanas para estimular o crescimento económico por via do fomento de iniciativas empresariais privadas conducentes à diversificação económica nacional e ao reforço da segurança alimentar. 

Uma das principais prioridades, disse, passa por fortalecer o rendimento e dinamizar o seu acesso pelas pessoas através de ajustamentos salariais, aposta no emprego, contínua garantia da protecção aos mais vulneráveis, aumento do investimento na economia e nas empresas, reforço da segurança alimentar e regularização dos atrasadoos. Vera Daves antecipou que. apesar do país fechar o OGE a contar com um saldo equilibrado ",antevemos que podemos fechar o exercício com um superavit".

De acordo com a ministra,"prevemos ter um rácio de dívida pública PIB menor, na ordem dos 72 por cento. Sabemos que o rácio deve estar na ordem dos 60 por cento do PIB, já tivemos próximos disso em 2022, descarrilamos em 2023, mas continuamos  a perseguir a meta dos 60 por cento".

Em relação à distribuição de despesa pública, salientou, o OGE vem crescendo, porém a composição ainda não é agradável.  "Gostaríamos que o peso do juro fosse menor. Há trabalho a fazer para aumentar a receita e assim reduzir a necessidade de endividamento", considerou. 

 Cenário macroeconómico

O ministro do Planeamento, Victor Hugo Guilherme, salientou que as projecções feitas no âmbito da programação macroeconómica executiva apontam para uma taxa de crescimento do PIB de 3,01 por cento em 2024,  sob influência do crescimento do sector não petrolífero em cerca de 5,31 por cento. 

O comportamento do sector não petrolífero, prosseguiu, vai ser impulsionado pelo crescimento dos sectores da Agricultura em 6,5 por cento, Pescas e Derivados (6,0), Indústria Transformadora (5,08), Construção (6,87), Energia (10,6), serviços mercantis (7,24) e outros serviços (5,77).

O ministro sublinhou que, em 2023, a inflação registada foi de 20,01 por cento e, até ao mês de Abril de 2024, a variação acumulada da inflação fixou-se em 10,62 por cento, mas  a variação homóloga desse mês foi de 28,2 por cento, fortemente influenciada pela classe de bens alimentares,  bebidas não alcoólicas e da saúde.

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