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EUA diminui projecção da capacidade militar

As forças de operações especiais dos EUA (SOF, na sigla em inglês) estão a passar por uma reforma profunda designada "renascimento", adaptando-se à guerra irregular no contexto de uma competição de grandes potências, em que os cortes financeiros diminuem a capacidade de projecção de poder dos Estados Unidos.

16/05/2024  Última atualização 14H25
Exército norte-americano anunciou planos para reduzir a força em 24 mil militares © Fotografia por: DR

O processo envolve as forças especiais dos EUA em operações de contraterrorismo para um potencial conflito de grandes potências, tendo em vista a Rússia e a China, de acordo com o Asia Times, citado pela imprensa brasileira.

O sargento-mor Shane Shorter, líder do Comando de Operações Especiais dos EUA (SOCOM), afirmou, no início deste mês, que "a demanda por SOF para apoiar a concorrência estratégica aumentou em relação ao ano anterior em mais de 30 por cento", enquanto os eventos de resposta à crise aumentaram mais de 150%".

Os líderes do SOCOM dizem que o comando pode desempenhar um papel fundamental na tentativa dos Estados Unidos da América de superar estrategicamente a Rússia e a China. Documentos vazados do Pentágono e jornalistas investigativos dos EUA lançaram luz sobre a implantação das forças especiais norte-americanas na Ucrânia ao longo da guerra contra a Rússia.

Embora as forças especiais dos EUA pareçam estar em demanda, o SOCOM agora está cortando a sua força geral em cerca de 5.000 soldados durante os próximos cinco anos para se adaptar aos cortes no orçamento do Exército, de acordo com a Associated Press.

O Exército dos EUA já anunciou planos para reduzir o tamanho de sua força em cerca de 24.000 militares e reestruturar o serviço - enquanto ainda luta para atingir as metas de recrutamento. Num artigo para o Asia Times, Erik Prince, fundador da empresa militar privada Blackwater (mais tarde renomeada como Academi), argumentou que os EUA estão a perder vantagem competitiva e capacidade de projectar poder em todo o mundo.

"É penosamente evidente para qualquer pessoa de mente e juízo sãos que há algo gravemente errado com a capacidade militar actual dos Estados Unidos e a nossa capacidade de projectar poder no mundo", escreveu Prince, acusando neoconservadores norte-americanos de tomar as rédeas da política externa dos EUA e lançar guerras intermináveis "financiadas por uma imprensa com capacidade ilimitada de imprimir dinheiro".

Lamentou a redução das Forças Armadas dos EUA, apontando para a sua retirada da África e do Afeganistão, o aumento de ataques contra o pessoal militar dos EUA por forças lideradas pelos houthis do Iémen e pela milícia das forças de mobilização popular do Iraque, bem como as operações inconsistentes e arriscadas da administração Biden na Ucrânia e o iminente conflito EUA-China.

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