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Detenção de advogada causa greve na Tunísia

O presidente da Ordem dos Advogados tunisina, Hatem Al Maziou, anunciou, domingo ,uma greve, durante esta semana nos tribunais da região de Túnis, em protesto contra “o assalto” da polícia à sede da Ordem para deter uma advogada critica do poder. Hatem Al Maziou pediu, em conferência de imprensa, no sábado, a libertação da “colega raptada” e descreveu os acontecimentos como um “precedente perigoso” e um “ataque flagrante” à profissão, lembrando que “quaisquer que sejam as razões e as causas, há procedimentos que devem ser respeitados”.

13/05/2024  Última atualização 09H36
Hatem Al Maziou, presidente da Ordem dos Advogados © Fotografia por: DR

Horas antes, cerca de 30 agentes à paisana e encapuzados entraram à força no edifício para prender a advogada Sonia Dahmani, que se tinha refugiado na sede da Ordem desde sexta-feira, depois de um juiz de instrução ter ordenado a detenção. Islam Hamza, outro dos defensores da advogada, confirmou à AFP "a detenção de Sónia Dahmani por Agentes da Polícia”.

O canal de notícias francês France 24, cujos jornalistas estavam no local para cobrir o movimento de apoio à advogada, transmitiu em directo no momento da detenção. A France 24 "condena veementemente este atentado à liberdade de imprensa e esta intervenção brutal e intimidatória das Forças da Segurança para impedir os jornalistas de exercerem a actividade, quando cobriam uma manifestação de advogados pelo respeito da Justiça e em defesa da liberdade de expressão”, acrescentou, em comunicado.

A Sonia Dahmani explicou à imprensa que se recusava a comparecer perante a Justiça "sem conhecer as razões da convocação” e denunciou uma campanha de perseguição nas redes sociais. Devido à ausência, o juiz de instrução encarregado do processo emitiu um mandado de captura.

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