Um tribunal de Teerão condenou esta terça-feira a prémio Nobel da Paz Narges Mohammadi a mais um ano de prisão por “propaganda contra o sistema” quando criticou a imposição do véu e apelou ao boicote das eleições legislativas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, chega hoje à Coreia do Norte, na sua primeira visita ao país, estando previsto que o programa oficial decorra na quarta-feira, designadamente com a assinatura de "documentos importantes".
Israel quer prolongar a guerra para impedir que a comunidade internacional, em particular os Estados Unidos, intervenham no sentido de tornar permanente a tranquilidade política e de segurança na Faixa de Gaza, estima o ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, em referência à nova táctica contra a criação do Estado palestiniano.
Riyad al-Maliki afirmou que a ofensiva em Rafah retirou "a perspectiva de um cessar-fogo porque o Primeiro-Ministro Israelita, Benjamin Netanyahu, está mais interessado em continuar a carnificina em Gaza, como ficou provado, na segunda-feira, com a rejeição da trégua aceite pelo Hamas, tendo tomado, a seguir, o controlo da cidade de Rafah”.
"Não há qualquer possibilidade do Hamas e Israel chegarem a um acordo de cessar-fogo porque Benjamin Netanyahu quer que a carnificina em Gaza continue”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, Riyad al-Maliki, à Euronews, depois de participar numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, em Bruxelas.
Acrescentou: "Netanyahu sabe muito bem que se houver uma cessação das hostilidades (...) os americanos e muitos outros interviriam para tornar permanente o que é realmente temporário (...)", explicou, destacando que o Primeiro-Ministro israelita está a manter toda a região "refém das suas próprias ambições políticas".
No entanto, o Qatar apelou, ontem, à comunidade internacional para evitar um "genocídio" em Rafah, no sul da Faixa da Gaza, que ainda enfrenta a ameaça de uma ofensiva em grande escala do Exército israelita. Na qualidade de mediador nas negociações de uma trégua entre Israel e o Hamas, o Governo apelou "a uma acção internacional urgente que evite que a cidade seja completamente tomada e que um crime de genocídio seja cometido em Rafah".
Enquanto isso, Telavive justifica que a operação em Rafah é de extrema importância para os objectivos militares, uma vez que permitirá destruir a capacidade instalada na cidade, formada por vários quartéis do Hamas. Para o ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, Riyad al-Maliki, a ofensiva vai desencadear instabilidade na região, incluindo potencial violência no Líbano e uma "guerra regional" envolvendo os Estados Unidos da América.
Europa está desiludida
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, Riyad al-Maliki, referiu-se, também, aos comentários feitos pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, num debate eleitoral na semana passada, admitindo que uma ofensiva terrestre em Rafah seria "inaceitável".
"Se compararmos o que ela disse a 7 de Outubro e o que disse nos últimos dois dias sobre a possibilidade de Israel atacar Rafah (...), ela está a tentar dizer que vão ver, que vão tentar tomar medidas". Um porta-voz da UE para os Negócios Estrangeiros disse, na terça-feira, que os Estados-membros se reuniriam para "reflectir" sobre a sua resposta no caso das tropas israelitas se deslocarem para Rafah.
Futuro Estado palestiniano
O ministro al-Maliki elogiou, também, os esforços desenvolvidos por Dublin e Madrid para reconhecer o Estado da Palestina, uma medida que, segundo as duas capitais, irá desencadear progressos no processo de paz. Referiu, ainda, a Eslovénia e Malta, bem como a Noruega, país que não é membro da UE, como alguns dos Estados que estão a impulsionar a iniciativa.
O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também apoiou a ideia de um grupo de Estados-membros dispostos a reconhecer conjuntamente o Estado da Palestina. A Assembleia Geral das Nações Unidas vai debater, e poderá votar, amanhã, um projecto de resolução para apoiar a adesão da Palestina à ONU, que os EUA vetaram no mês passado no conselho de Segurança.
Operação em Rafah não cruzou a linha vermelha
A operação em Rafah não cruzou a "linha vermelha" do Presidente norte-americano, Joe Biden, e, por isso, ainda não levou a nenhuma mudança política do Governo dos EUA em relação ao aliado mais próximo no Oriente Médio, noticiou, ontem, o Axios, citando duas autoridades norte-americanas.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse, na segunda-feira, que a operação interromperá a entrega de assistência humanitária em Gaza. Biden não encara o controlo por Israel da passagem fronteiriça de Rafah como um "ponto de ruptura" nas relações com Telavive, segundo a media ocidental citada na imprensa brasileira.
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