O acordo assinado, esta quarta-feira, em Pyongyang, entre a Coreia do Norte e a Rússia prevê a prestação de assistência mútua em caso de agressão, anunciou o Presidente russo, Vladimir Putin.
Um tribunal de Teerão condenou esta terça-feira a prémio Nobel da Paz Narges Mohammadi a mais um ano de prisão por “propaganda contra o sistema” quando criticou a imposição do véu e apelou ao boicote das eleições legislativas.
O Primeiro-Ministro tchadiano, Succès Masra, que concorreu às presidenciais, de segunda-feira, denunciou, ontem, irregularidades que configuram fraude no processo de votação, levantando suspeitas sobre a contagem de votos, cujos resultados, a serem publicados no dia 21 deste mês, são favoráveis ao general Mahamat Idriss Déby Itno.
Masra referiu, também, cenas de violência contra si e os apoiantes, apelando à população para se manter atenta e "defender a vontade expressa nas urnas". O candidato do partido Les Transformateurs concorre contra o Presidente de transição e chefe da Junta Militar no poder há três anos, o general Mahamat Idriss Déby Itno, que nomeou Masra para o cargo de Primeiro-Ministro, a 1 de Janeiro.
O partido e a Coligação Justiça e Igualdade que o apoia denunciaram, na rede social Facebook, "impedimento no acesso às assembleias de voto para observar a contagem, com recurso a disparos com munições reais e apreensão de boletins de voto e actas".
A União Europeia (UE) lamentou o afastamento de 2.900 observadores da sociedade civil no Tchad, o que, considerou, prejudicou a "transparência" das eleições presidenciais realizadas na segunda-feira.
Antes do escrutínio, Organizações Não-Governamentais (ONG) internacionais já tinham manifestado dúvidas sobre a "credibilidade" e a transparência do acto eleitoral, e estavam em sintonia com as observações feitas pela oposição. No entanto, o sentido de voto pende a favor do general Mahamat Idriss Déby Itno, proclamado Chefe de Estado pelo Exército, após a morte do pai, Idriss Déby Itno.
Quatro organizações da sociedade civil tchadiana, incluindo a Liga Tchadiana dos Direitos Humanos (LTDH), protestaram contra a recusa da Comissão Eleitoral em emitir uma acreditação a 2.900 dos seus membros para "observarem o escrutínio", apesar dos pedidos apresentados "dentro dos prazos estabelecidos".As eleições presidenciais, que deveriam pôr fim a três anos de regime militar, opuseram o Presidente de transição, Déby, a um antigo opositor, Succès Masra, que se juntou à junta e foi nomeado Primeiro-Ministro pelo general no início do ano.
Reprimida, a oposição, cujos candidatos com mais impacto para Déby foram eliminados da corrida, tinha apelado ao boicote de um escrutínio que considerou destinar-se a "perpectuar uma dinastia Déby de 34 anos".
Masra perde a confiança política por ter liderado Governo de transição
A oposição retirou a confiança ao candidato Masra, considerando a participação uma farsa que tinha como objectivo de dar um "verniz democrático" ao escrutínio, em que atraiu grandes multidões durante a campanha, ao ponto de estar agora a reclamar a vitória.
O Conselho Constitucional, constituído por elementos da confiança de Mahamat Déby, após a conclusão da contagem e recepção das actas da Comissão Eleitoral, vai apreciar e, a posteriori, divulgar, a 21 de Maio, os resultados que apontam para uma vitória do actual Chefe de Estado.
Até agora, a Comissão Eleitoral não tornou público qualquer calendário para uma eventual segunda volta das presidenciais, assim como não se sabe quando serão realizadas as eleições legislativas, que deveriam ter precedido este escrutínio, sob pena do processo inverso produzir clientelismos ao invés de "verdadeiros partidos candidatos ao Parlamento tchadiano", assinalou o analista do Institute for Securities Studies (ISS) para a África Central, Remadji Hoinathy, em declarações à Lusa.
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