Economia

Leilão de gado rende mais de 100 milhões de kwanzas

Arão Martins / Benguela

Jornalista

Um total de 102 milhões e 520 mil kwanzas foi o valor arrecadado no leilão de gado realizado, sábado, pela Cooperativa dos Criadores de Gado de Benguela (CCGB).

20/05/2024  Última atualização 08H16
A feira agropecuária acolheu 20 fazendas, que comercializaram 215 cabeças de gado © Fotografia por: Arão Martins | Edições Novembro

Este evento decorreu no quadro da 9ª edição da Feira Agropecuária, realizada no Estádio Nacional de Ombaka, em Benguela.

O valor resulta da venda em leilão de 215 cabeças de gados, entre bovinos e caprinos. Comparativamente à edição anterior (2023), houve um aumento de 27 milhões e 487 mil kwanzas.

Durante a 9ª edição da Feira Agropecuária, decorrida de quinta-feira a sábado, no âmbito dos 407 anos desde que Benguela ascendeu à categoria de cidade, foram leiloados bovinos de raça mix damara, caracol, dorper, red calahari, simmentaller, nelore, mix brahman, holsten, bonsmara, nelore mix, guzerá, brahman vermelho, holands, girolando e gado regional de criadores tradicionais.

No evento, que antecedeu a Feira Internacional de Benguela (FIB), que começa quarta-feira, foi realizado em parceria com a Federação Nacional das Pecuárias em Angola (FENACOOPA), foram leiloados gado regional de criadores tradicionais oriundos de 20 fazendas das províncias do Cuanza-Sul, Namibe, Malanje, Luanda, Bengo e Benguela.

 
Parceria comercial

O porta-voz do certame, Victor Panzo, disse que além do gado vendido em leilão, os criadores rubricaram, também, termos de contratos de compra a serem efectivados posteriormente.

Victor Panzo esclareceu que durante o leilão foram apresentados 66 lotes compostos por 215 animais de boa qualidade. Além da Feira Agropecuária decorreu, em simultâneo, a 6ª Edição do Mercadão, onde foram vendidos vários produtos e máquinas. "Quase todos os produtos do campo apresentados pelos 10 municípios que compõem a província de Benguela, bem como de outras províncias, foram vendidos”, garantiu o responsável, depois de indicar que também foram comercializadas sementes e apresentados vários serviços.

Durante os dias do certame realizou-se, igualmente, palestras onde foram abordadas questões ligadas ao financiamento, com a presença da Comissão do Mercado de Capitais, empresas de seguros, bancos e telecomunicações.

 
Satisfação dos expositores

O proprietário da Fazenda Mukalati, localizada na província do Cunene, Jaime Freito, disse que a feira e o leilão têm estado a contribuir para dinamizar o negócio.

"Tenho acompanhado todas as feiras, quer na Huíla, Namibe e em Benguela, e estou surpreendido, não só por causa do número de participantes na venda de gado, através do leilão, como a troca de experiência entre os criadores, numa iniciativa que começou no Sul de Angola, e está a expandir-se por todo o país”, disse.

Jaime Freito destacou a qualidade do gado bovino, especificando a venda de um macho comercializado em mais de 4 milhões e 500 mil kwanzas, o que demonstra o interesse que há na melhoria da genética dos animais em Angola e a aposta que os pecuaristas fazem.

O também presidente da Assembleia-Geral da Cooperativa de Criadores de Gado do Sul de Angola estima que haja entre 3 e 4 milhões de animais no Sul do país, quantidade que pode satisfazer a procura.

"Precisamos que haja melhoria das condições de negócio dos animais que vão para os centros de consumo. Não podemos permitir que os animais circulem vivos, ou sejam mortos em péssimas condições de sanidade”, defendeu, depois de destacar a necessidade de se aumentar o número de veterinários e matadouros para garantir qualidade na produção nacional.

 
Mais oferta

O pecuarista Nelito Monteiro defendeu o agravamento das penas, para aquelas pessoas que se dedicam ao roubo do gado. Para o empresário Nelito Monteiro, os níveis de produção da carne em Angola têm aumentado, tendo como exemplo frisado que vários camiões transportam gado bovino, caprino e suíno para os grandes centros de consumo, como Luanda.

Quanto aos matadouros a nível da província de Benguela, Nelito Monteiro defende a necessidade de construir infra-estruturas para o apoio dos criadores, para se "acabar com as casas de matança" anárquicas.

O evento foi assistido pelos governadores provinciais da Huíla, Cunene e Benguela, Nuno Mahapi Dala, Gerdina Didalelwa e Luís Nunes, respectivamente.


Pecuaristas querem fornecer 50% da carne consumida no país

A nova direcção da Federação Nacional das Cooperativas Pecuárias de Angola (FENACOOPA) tomou posse, sábado, em Benguela, com o compromisso de fornecer 50 por cento da carne consumida no mercado nacional.

Liderada por Salvador Rodrigues, como presidente da Direcção, a Federação Nacional das Cooperativas Pecuárias de Angola compromete-se a ajudar o Executivo na implementação do PLANAPECUÁRIA.

No mandato, a aposta recai para a produção de carne de qualidade por mais de 20 cooperativas que conformam a Federação.

Salvador Rodrigues reconheceu que a nível da bovinocultura existe gado suficiente para suprir em cerca de 50 por cento a produção de carne do mercado nacional.

Segundo a fonte, o que falta são condições logísticas, principalmente matadouros e locais de conservação.

Por outro lado, o empresário defendeu a melhoria das condições de transporte dos  animais para os centros de abate, em conformidade com as regras nacionais e internacionais.

Para os desafios propostos, indicou, a Federação vai contar com as Cooperativas dos Criadores de Gado do Sul de Angola e a de Benguela, tendo garantido que o trabalho está a ser feito.

O empresário garantiu que a instituição está a incentivar outras regiões a se reorganizar, no sentido de se alcançar os objectivos propostos.

Além de Salvador Rodrigues, como presidente, tomaram ainda posse Luís Sampaio e Adelino Mendes (vice-presidentes), Francisco Kitumba (secretário geral) e Francisco Lubamba (tesoureiro).

A mesa da Assembleia-Geral é presidida por Joaquim de Almeida Júnior, António João Pombo (vice-presidente) e Sandro Miguel (secretário da mesa), enquanto o Conselho Fiscal é presidido por Mário Alberto Machado, Celestino Massanga e Carlos Paiva (vogais). O Conselho Geral é integrado por Carlos Damião, Mário Rui Santos, Paulo Flora e Francisco Figueiredo,            respectivamente. 

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