O combate à corrupção e todas as demais práticas compreendidas como corrosivas dos bons e recomendados valores da gestão da coisa pública e da moral colectiva é um dever patriótico, atendendo aos estragos que tal prática provoca no mosaico social.
O mote deste texto, apesar da cambalhota mais à frente, é a conversa que ouvi, sem querer, mas que me deixou perturbado, sob alerta em função do conteúdo e da forma áspera como foi “vomitada”.
Depois dessa faísca, algumas pessoas abrandaram a marcha, outras tentaram aproximar-se das duas mulheres. Houve quem apenas olhasse nos olhos da senhora que ouvia de forma passiva, e ainda outras pareciam querer dizer alguma coisa. Mas ninguém teve, efectivamente, a coragem de parar e questionar sobre aquelas palavras que vaporizaram a humanidade de quem as proferiu!
Ninguém parou. Talvez estivessem apenas apressadas! Talvez fizessem apologia a que cada um soubesse de si, ou que elas mesmas, enquanto personagens dessa vida, também estivessem à busca do pão de cada dia como aquelas duas mulheres e, por isso, tinham as suas prioridades e os seus problemas por resolver.
Mas, uma coisa é certa. A forma fria, calculista e convicta de como aquela mulher domesticava a outra para violência fez-me pensar que ela já teria sofrido alguma forma de violência.
De qualquer modo, ainda que aquela mulher tivesse motivos legítimos, não posso deixar de pensar na frase "violência gera violência” e nos indivíduos que "fuzilam” pessoas e instituições nas redes sociais, bem como os que inundam esses espaços mediáticos com imagens mórbidas.
No dia-a-dia, é quase certo o linchamento e a destruição do veículo sempre que há um atropelamento. As últimas semanas foram pródigas disso mesmo. Basta olhar para o vídeo em que alguém arremessa um pneu sobre a cabeça de um oficial da Polícia que se encontrava no local onde uma viatura teria atropelado mais de oito pessoas.
No entanto, aquele acto de violência (arremesso de um pneu sobre a cabeça de um efectivo da Polícia Nacional, por sinal um oficial superior) está a gerar outro tipo de violência, pela partilha e pelos comentários que se fazem sobre esse oficial, sem a mínima preocupação com a sua saúde, imagem e reputação.
Dito de outra forma, armazenar e partilhar imagens degradantes sobre a dignidade de alguém é um sinal de que, quem assim age, precisa investir mais na humanização dos seus actos e evitar conteúdos publicados nas redes sociais, que alimentam a irracionalidade.
Em muitos casos, a partilha desse tipo de imagens é feita como se se tratasse de um faits diver. Mas temos que convir que não se deve brincar com a dignidade da pessoa humana, porque a lei é clara em relação a isso. Quando alguém não valoriza a dignidade do outro, a sua também fica chamuscada.
Noutros quintais, longe da Europa e Ocidente em geral, imagens com esse cunho são imediatamente bloqueadas por algoritmos. No entanto, por cá, muitas imagens degradantes, que não acrescentam valor nenhum à vida, circulam livremente nas redes sociais.
Esse tipo de imagens violentas potenciam o desrespeito ao semelhante, a falta de empatia e o espírito de vingança. Pelo facto de adolescentes e jovens serem os maiores usuários das redes sociais, imagens daquele tipo deveriam preocupar ainda mais a sociedade.
Portanto, o sentimento crescente de realização da justiça por mãos próprias, do desrespeito às autoridades, pode estar a ser alimentado por imagens de violência gratuita, que proliferam nas redes sociais.
Mas,
tal como aqueles transeuntes não pararam, apenas ouviram a mulher a aconselhar
a outra a matar alguém, em relação às imagens degradantes das redes sociais,
parece que também estão todos ocupados demais para bloquear muitas dessas
imagens ou estão apenas no muro a observar.
*Consultor de Comunicaçãoe de Educação
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