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O presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Cuando Cubango, Longui António Bongo afirmou que o sector privado está sem capacidade financeira para o cumprimento do aumento do salário mínimo nacional de 100 mil kwanzas, exigido pelas centrais sindicais de trabalhadores.
Longui Bongo, afirmou que o salário mínimo em discussão, apenas o Estado é que está em condições de atender à reivindicação, contrário do sector privado que se encontra numa situação de decadência, associada a crise económica e à inflação do kwanza que está a contribuir, negativamente, para a falência de muitas empresas e impossibilitando o cumprimento das suas obrigações.
Por sua vez, a empresária Domingas Cassanga, foi unânime em dizer que o salário exigido pelas centrais sindicais, actualmente, vai dificultar o exercício das empresas privadas, uma vez que os rendimentos são limitados, devido à inflação e falta de divisas que facilitam a importação de bens e serviços.
Domingas Cassanga, proprietária da empresa Minga e & Filhos LDA, disse que a sua empresa, há dez anos, conseguia importar a partir da China em média 25 contentores de bens diversos, mas hoje tendo em conta a difícil situação económica, apenas consegue trazer dois contentores por ano, situação que impede cumprir com obrigação salarial mínima de 100 mil kwanzas.
"Esta obrigação salarial para o sector privado vai fazer com que muitas empresas deixem de exercer actividade comercial, na qual estão inseridas, contrariamente das multinacionais e outras empresas estrangeiras que têm um capital financeiro para o efeito”, recordou.
A proprietária da empresa Adja Trufas e Derivados Lda, Adjane Sebastião, disse que independentemente da dimensão da empresa, há dificuldades sérias, o que torna difícil o próprio dono ou responsável da empresa ter o salário de 100 mil kwanzas.
"Em conformidade com o número de funcionários (12) somos obrigados a gastar 1.200.000.00 de Kwanzas. Adicionando outros custos, tais como da energia eléctrica, água, dos impostos, pagamento aos fornecedores, além de outros custos, os gastos são altos”, disse, defendendo o contínuo diálogo junto dos empresários para uma solução mais equilibrada, tendo em conta o actual contexto.
"Acredito que antes deveria ser feito um estudo ou análise, mediante a realidade de cada empresa para depois, poder se definir um salário a se dar”, afirmou, acrescentando que há muitos aspectos a detalhar no ramo empresarial.
Para a sócia gerente da empresa Hamyonara Olívia, Olívia Patrícia, disse que o ideal seria manter o decreto antigo, que definia o valor de 48 mil kwanzas.
A empresa, que actua no ramo da restauração, há mais de cinco anos, disse a responsável, para os novos empresários e empreendedores na fase inicial, o nosso pessoal sequer chega a 15 funcionário e no máximo são oito trabalhadores, mesmo assim, a situação já aperta.
Afirmou que já se tem impostos muito altos. "Nós temos oito funcionários e vai dar 800 mil kwanzas. Eu nem de lucros tenho 800 mil kwanzas”, disse, lamentando que tirando os impostos e a Segurança Social, seria muito apertado. "Acredito que este novo Decreto deve ser para as grandes empresas. "Acho que devia haver dois decretos, um para as pequenas e outro para as médias empresas. Explicou que deve haver mais diálogo, na medida em que as pequenas e médias empresas têm estado a dar um grande contributo na criação de mais postos de trabalho.
Para o empresário Adelino Soares, que actua no ramo da camionagem, ao se estipular o valor de 100 mil kwanzas como tecto mínimo do salário, vai agravar a actual situação que os camionistas vivem.
Adelino Soares, que actua também na área de venda de material de construção, disse que já se tem um défice muito grande e tem sido uma luta para se manter as frotas de camionagem.
O empresário Adelino Soares disse que dado as actuais circunstâncias tem de se fazer um estudo melhor da actual situação, tendo confessado que a sua empresa está incapacitada para dar um salário na medida que se propõe.
A empresa, referiu, já esteve no ramo da sapataria e derivados, mas, devido à realidade do país, por causa das importações e a dificuldade na aquisição das divisas, acabou por deixar de actuar neste ramo e reduzir o número de trabalhadores.
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