A nova posição ocupada por Angola no Índice de Percepção da Corrupção representa um claro indicador da seriedade do processo de combate ao fenómeno desencadeado pelo país, defenderam, quinta-feira, em Luanda, os analistas políticos Osvaldo Mboco e Damárcio dos Santos.
"O Estado angolano tem trabalhado na melhoria deste fenómeno, com a aprovação de instrumentos e mecanismos, tendo em vista o desafio de mitigar e combater a corrupção em Angola”, disse o especialista, sublinhando que o país tem estado a trabalhar nas mudanças estruturais e estruturantes da matéria.
O analista admitiu que, apesar dos claros avanços alcançados, a posição ocupada por Angola não é, ainda, muito animadora, por estar em 121º lugar, entre 180 países avaliados.
"Não é uma posição confortável. É uma posição que nos deve servir de parâmetro de análise e continuar a trabalhar, afincadamente, com o objectivo de irmos melhorando a posição neste ranking da Transparência Internacional e, também, nos outros que existem a nível do mundo”, argumentou.
De acordo ainda com Osvaldo Mboco, se Angola não melhorar a posição em que se encontra poderá inibir a atracção de investidores. "Normalmente, os investidores procuram também uma série de informações sobre o país e o Índice da Transparência Internacional é dos indicadores”.
Na visão do especialista em Relações Internacionais Damárcio dos Santos, é bastante satisfatório para o país a subida no ranking mundial de combate à corrupção, assegurando não ter ficado surpreendido com a melhoria, significativa, da posição alcançada, devido aos esforços empreendidos pelo Executivo e outros agentes do Estado.
Damárcio dos Santos salientou que, do ponto de vista de atracção de investimentos, o feito alcançado por Angola representa um novo alento a mais financiamentos e novo investimento estrangeiro, bem como mais empregabilidade, receitas fiscais e, consequentemente, maior satisfação das despesas públicas.
Deste modo, ressaltou o especialista, merece nota positiva o facto de o Presidente João Lourenço ter adoptado o combate à corrupção como "bandeira” de governação, desde o primeiro mandato.
"E
fê-lo muito bem, porque a corrupção é um mal que corrói as instituições do
Estado e fragiliza a consolidação da democracia, sobretudo em África, onde ainda
se encontra numa fase embrionária”, destacou Damarcio dos Santos.
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