O Governo de Luanda estreou, terça-feira, a 1.ª edição do Podcast “Eu sou daqui” para o reforço da interacção e proximidade com os munícipes na análise dos distintos programas em curso na província.
O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, reuniu-se, na manhã desta quarta-feira, em Macau, na República Popular da China, com presidente do CGGC Grupo, Tan Hua, para analisar o estado de execução das obras da barragem de Caculo Cabaça, em construção no Cuanza-Norte.
O Huambo tem sido palco do surgimento de muitas mulheres nas artes cénicas. Segundo dados fornecidos ao Jornal de Angola pela Associação Provincial de Teatro, em 2012, existiam menos de 10 praticantes femininas e, actualmente, são mais de 80 mulheres nas artes de representação em palco.
Uma destas atrizes que tem contribuído para o crescimento das artes no Planalto Central é Florbela Lídia Nhanga, professora "emprestada” ao teatro. Co-fundadora do Colectivo de Artes Vozes d´África, Florbela leva uma carreira artística de 24 anos.
A atriz conta que a odisseia começou aos 14 anos de idade, quando acompanhava a irmã mais velha aos ensaios do grupo Vozes d´África. A ida constante fez-lhe aos poucos ganhar gosto pela arte e aproveitou a oportunidade para ingressar no grupo.
Florbela Nhanga revelou que ao longo da carreira, já interpretou vários papéis, quer no teatro como no cinema e cada um deles teve a sua particularidade. Aponta a importância do Colectivo de Artes Vozes d´África, também na sua trajetória de vida, por esse motivo, será fiel ao grupo e aos colegas.
A paixão que ganhou pelo teatro levou-lhe a realizar algumas formações ministradas por professores angolanos e por estrangeiros, maior parte delas iniciativa do Ministério da Cultura.
O
teatro e a família
A atriz lamenta o facto de ter assistido à desistência de muitas mulheres da actividade teatral, após constituírem os seus lares. Por ter começado ainda adolescente, Florbela Nhanga conseguiu adaptar toda a sua vida, desde a fase de estudante e como já se havia apaixonado pelo teatro, fez desta arte também um elemento fundamental para o seu futuro.
Hoje, como dona de casa, sabe coordenar todas as actividades. Depois de concluir a formação pelo ISCED-Huambo, ingressou ao sector da Educação como professora. "Os meus alunos sabem que faço teatro e todos aqueles que tentaram confundir os dois papéis, deram-se mal. Durante as aulas sou séria, porque o processo de ensino deve ser encarado com muita responsabilidade”, disse.
No seio familiar, Florbela é mãe e esposa que cuida do agregado familiar sem constrangimentos, porque o esposo e os filhos compreendem e interpretam com naturalidade esta actividade.
Do seu companheiro, Florbela recebe todo o apoio, no sentido de não parar de fazer teatro. Aliás, Pedro Nhanga, o seu marido, também é um fazedor de teatro "isso dá-me mais força para continuar a trabalhar como atriz, porque o apoio familiar tem sido o vector da minha carreira”, frisou.
Com relação aos filhos, diz que nenhum manifesta o desejo de seguir a carreira dos pais, mas são fãs e apoiam-nos nas salas de espetáculos, já que, muitas vezes, vão para assistir às actuações e conseguem avaliar o perfil da progenitora em palco.
"Em casa, sou uma pessoa regrada e nada de misturar de cenas de teatro com a vida real. A minha rotina é igual a de qualquer mulher que tem de cuidar com detalhe da família, atendendo às questões escolares dos filhos, apoiar o marido em várias situações e actividades domésticas”, revelou.
Experiência
marcante na mini-série "Angola Chama-te”
Florbela Nhanga participou em 2007, numa mini-série de ficção intitulada "Angola chama-te”, que passou na Televisão Pública de Angola (TPA), produzida pela Walmires Audiovisuais e contou com uma equipa de profissionais internacionais que estiveram envolvidos na produção.
Recentemente, a atriz participou no filme "A mulher que ora”, cujo lançamento aconteceu no passado dia 8 de Março, na cidade do Huambo.
Florbela Lídia Nhanga lamenta as dificuldades que ainda se enfrenta para a materialização dos projectos culturais e artísticos na província do Huambo. Referenciou também que, apesar do visível movimento do teatro que se assiste na "Cidade Vida” e por quase toda a extensão da província, "ainda não se vive do teatro, assim como não é valorizado como se devia”, sublinhou.
Quanto à carreira de atriz, reconhece que tem dado passos seguros no mundo artístico e sente-se mais determinada a cumprir os seus objectivos e a sua meta é atingir a maior maturidade profissional. Apesar de já ter participado em novelas e filmes, tem consciência que ainda tem muito para aprender e consequentemente afirmar-se no mundo das artes cénicas.
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