"Trata-se de fortalecer a Ucrânia, em vez de construir pontes para a paz imediata", disse Daniel Woker, antigo embaixador suíço em Cingapura, Austrália e Kuwait.

Para o ex-embaixador suíço na Alemanha Já Thomas Borer, os interesses comerciais e de segurança da Suíça estão, esmagadoramente, ligados à Europa Ocidental, à América do Norte e aos seus aliados, tornando estrategicamente imperativo apoiar a Ucrânia, noticiou na sexta-feira a Reuters.

"Nem os russos nem os nossos aliados ocidentais nos consideram neutros", disse, acrescentando que "os protestos de neutralidade do Governo não mudariam isso". Os suíços, defensores de um alinhamento ocidental mais próximo, também observam que Berna está quase completamente cercada por países da OTAN, que funcionam como uma barreira contra potenciais invasões externas.

"A neutralidade é uma desculpa para um país que basicamente está a aproveitar a segurança que outros proporcionam", disse Franziska Roth, legisladora suíça pelo Partido Social Democrata (SP).

No entanto, a cimeira também está a mostrar como os interesses económicos e de segurança suíços se alinham, cada vez mais, com os da Europa Ocidental em relação à Rússia, segundo os diplomatas e legisladores citado pela Reuters.

Referem que o reforço da política externa de Berna tem sido apontado como real por ambos os lados: tanto por parte dos defensores suíços de uma cooperação mais estreita com as potências ocidentais como os opositores nacionalistas, que dizem que a Suíça está a abandonar a sua tradição neutra.