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O andebol foi trazido ao país ainda na era colonial, por via do exército português, e é hoje, um dos desportos mais praticados e com resultados mais relevantes, no tecido desportivo nacional, num total de três décadas de progressão e duas a marcar passos.
Desde a tentativa de inscrição na Federação Internacional de Andebol (IHF), em 1974, ainda sob domínio colonial português, meio século de andebol foi jogado já sob auspício da angolanidade.
Nessas cinco décadas, soberbas realizações foram conseguidas. O destaque maior é, sem dúvida, a extensão da modalidade às senhoras. O Andebol feminino é criação exclusiva de Angola independente, dando corpo à célebre ideia de "Desporto para Todos”, tão bem difundida nos primeiros anos da nossa independência, com um processo de massificação até hoje nunca igualado.
Entre as muitas realizações das quais nos devemos orgulhar, está também o facto de Angola ter superado, em grande medida a barreira da discriminação do género, por via do desporto, em geral, com contribuição substancial do andebol, avançando muito mais do que a generalidade dos países africanos, na emancipação das mulheres.
Portugal:
um barómetro importante
Quem trouxe o andebol a Angola, tal como atestou o saudoso Dantas Cardoso, um dos mais emblemáticos árbitros de andebol nacional, foi Portugal. Por via do exército português, que dava bastante importância às actividades desportivas, a modalidade chegou ao território nacional, implantou-se e ficou.
A passagem de Ângelo Pintado, praticante e treinador renomado, pela então colónia portuguesa do ultramar, foi valor acrescentado e deixou marca indelével. O mesmo treinador manteve forte ligação ao país e ainda teve a felicidade de treinar um dos maiores expoentes de Angola, Paulo Bunze, quando este abalou à antiga metrópole para representar o Benfica.
Entretanto, o país caminhou bem pelos próprios pés, embora a progressão andebolística não tenha estado desligada da forte presença de treinadores do Leste europeu, que, na altura, dominavam as provas europeias, mundiais e olímpicas.
Alemães do Leste, russos e búlgaros, sobretudo, foram trazidos ao país para agregar subsídios que ajudaram bastante a progressão da modalidade.
De permeio, a participação das equipas militares, sobretudo o 1.º de Agosto, nas competições dos exércitos amigos (provas reservadas às forças armadas dos países do então bloco socialista) trouxe experiência moderna e inovadora e alavancou o crescimento permanente da modalidade, nas décadas de 80 e 90.
Na arena continental, a perspicácia e inconformismo dos dirigentes e praticantes, permitiram aAngola saltar dos últimos degraus das classificações, nas principais competições, para, em poucos anos, deixar o chavão de "participar para ganhar experiência”, tornando-se um competidor efectivo.
De desporto de elite, na era colonial, o andebol conquistou rapidamente a paixão e interesse dos novos desportistas captados nas amplas campanhas de massificação desportiva, desenvolvidas nos anos que se seguiram à independência.
Numa visão futurista, a então Secretaria de Estado de Educação Física e Desportos (SEEFD) enviou vários quadros nacionais às instituições mais renomadas para se formarem ou actualizarem conhecimentos. Leipzig, na então República Democrática Alemã (RDA) foi um dos principais destinos, deixando marcas tangíveis em tudo que aconteceu a seguir no desporto nacional.
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