A Sonangol é, desde 26 de Fevereiro, o primeiro produtor africano de petróleo a subscrever o “Aiming For Zero”, uma iniciativa lançada pela Oil and Gas Climate Initiative (OGCI) com o objectivo de incentivar a indústria petrolífera e de gás a reduzir as emissões de metano para perto de zero.
A adesão é anunciada na newsletter da companhia referente ao mês de Fevereiro, publicada na sexta-feira, numa matéria que dá conta que a Sonangol junta-se, assim, a cerca de 100 empresas que se comprometeram a atingir, até 2030, quase zero emissões de metano provenientes das instalações de petróleo e gás operadas.
De acordo com a publicação, a redução de emissões de gases nocivos ao ambiente é de extrema importância para o cumprimento dos objectivos do Acordo Climático de Paris e é prioridade máxima para a OGCI, que lançou a iniciativa em 2022.
O objectivo "zero” em emissões vai, igualmente, ao encontro do essencial da Carta de Descarbonização do Petróleo e Gás, um acordo afirmado no final do ano passado na COP28 no Dubai.
Sonagás ajuda populações a substituírem a lenha
A Sonagás está a desenvolver, em Cabinda, a primeira fase do projecto "Gás Rural”, que visa dinamizar a oferta de butano às populações de zonas afastadas dos centros urbanos em todo o país.
A newsletter da Sonangol, publicada na sexta-feira, declara que a operação em curso em Cabinda "está inserida num amplo projecto iniciado em Luanda com uma perspectiva diferente, mas com resultados bastante animadores” alinhados aos desígnios da sustentabilidade e da protecção ambiental, beneficiando populações que empregam lenha e carvão, cuja produção implica a queima e derrube de árvores.
O presidente da Comissão Executiva da Unidade de Gás e Energias Renováveis (UNGER), Manuel Barros, é citado pela publicação a afirmar que a campanha visa maximizar o uso de gás no meio rural.
"A preservação ambiental e redução da desflorestação do Maiombe, que é um importante elemento do ecossistema nacional, regional e até mundial”, é favorecida, neste projecto, pelo facto de a Sonangol ter, na localidade, "abundância de gás e queremos expandir o seu uso”, afirmou Manuel Barros.
O projecto teve início com uma fase de sensibilização sobre o manuseamento correcto das garrafas de gás, ao que se seguiu a fase de oferta de kits contendo botijas e fogões, passando pelo reabastecimento de alguns revendedores rurais que, além de garrafas de diferentes dimensões, vão beneficiar de motos de três rodas para a mobilidade em determinadas áreas e, desse modo, permitir aos utentes o enchimento de botijas sempre que necessário.
"Foram mobilizados revendedores grossistas que já exercem actividade, para fazerem a reposição dos vasilhames de forma regular. Sabíamos, à partida, de alguma resistência (em relação ao uso de gás) devido ao relato de alguns incidentes com o manuseio incorrecto das garrafas”, disse.
Por essa razão, prosseguiu, "temos uma forte componente de sensibilização e educação, não só nas zonas rurais, mas também nas escolas e com as autoridades, em relação à forma correcta e os benefícios do uso da nova forma de cozinhar”, acrescentou Manuel Barros, indicando que a intenção é a de se ter 85 por cento da população do país a utilizar o gás butano.
"Vamos trabalhar com os vários órgãos que concorrem para a melhoria das condições de vida e do ambiente, para identificarmos potenciais áreas, as mais críticas em termos de intervenção”.
O presidente da Comissão Executiva anunciou terem sido já identificados o Cubal, em Benguela, e Menongue, no Cuando Cubango, como as próximas localidades a receberem o "Gás Rural”.
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