Sociedade

Sector do Ambiente pretende fomentar empregabilidade na gestão de resíduos

Manuela Gomes

Jornalista

O Ministério do Ambiente pretende fomentar a empregabilidade no ramo da gestão de resíduos, com o objectivo de intensificar e melhorar a preservação dos recursos naturais no país.

25/05/2024  Última atualização 14H15
Governantes quando visitavam as exposições dos projectos da economia circular © Fotografia por: arsénio bravo | Edições novembro

A garantia foi dada, ontem, em Luanda, pela ministra do Ambiente, durante a conferência e feira sobre economia circular, acrescentando que existem iniciativas e resultados que conduzem o país para o caminho certo, no que toca à preservação, gestão e conservação do ambiente.

Ana Paula de Carvalho explicou que as referidas medidas visam mitigar os impactos ambientais resultantes do processo de produção e emissão de gases de efeito de estufa (GEE) e garantir recursos para a subsistência da terra.

A ministra deu a conhecer que já foram criados mais de 20 mil empregos no sector da gestão de resíduos, em 459 empresas, incluindo cooperativas licenciadas para o exercício da actividade e indústrias de reciclagem, entre associações e cooperativas de catadores, que, juntas, recolhem a maior parte das mais de 19 mil toneladas de resíduos produzidas, diariamente, em todo país.

A quota dos resíduos que é reaproveitada, sublinhou, está entre sete e dez por cento, número que poderá sofrer um aumento significativo nos próximos tempos, com a implementação e contínua divulgação dos projectos em curso.

A governante afirmou que uma das grandes vantagens da economia circular  é o reaproveitamento de resíduos e redução da importação de matéria-prima.

"Nos dias de hoje, cada vez mais, vai se revertendo a teoria de que os recursos naturais são inesgotáveis, sendo essa uma temática que a todos preocupa, desde decisores políticos, bem como empresários e a sociedade em geral”, disse a ministra, que lamentou o facto de Angola estar um pouco atrasada no que toca à discussão sobre gestão de resíduos, quer na criação de legislação que incentiva a sua valorização, quer em soluções tecnológicas.

O Ministério do Ambiente, referiu, tem promovido vários eventos para reduzir os custos de eliminação de resíduos e criação de oportunidades de emprego.

No que toca ao melhor acondicionamento dos resíduos, a ministra do Ambiente avançou que existem, actualmente, iniciadas de criação de aterros em algumas províncias, das quais duas no Namibe e uma em cada uma das províncias do Huambo, Cunene, Huíla, Luanda e Benguela.

O sector do Ambiente em parceria com os parceiros sociais, afirmou, tem promovido acções que visam fazer a transição da economia linear para a circular. "As instituições públicas nunca trabalham isoladas, precisam buscar parcerias e não só, para a implementação das iniciativas, transmissão de conhecimentos e valorização do capital humano”.

Seis mil toneladas/dia

A província de Luanda produz cerca de seis mil toneladas/dia de resíduos sólidos e, apenas, pouco menos de 0,4 por cento é reciclado, regenerado e reutilizado, afirmou o vice-governador para a Área Social.

Segundo Jorge Mingues, os dados mostram o tamanho dos desafios que há para a criação de um ambiente mais limpo e saudável, redução das desigualdades económicas da população, oferta de oportunidades para as comunidades e empresas de baixa renda, bem como contribuir para a segurança alimentar.

"Estamos convencidos de que a economia circular constitui num pilar de grande importância social, na perspectiva de maximizar os recursos, minimizar o impacto ambiental, gerar empregos e criar novos negócios”, disse. Para Jorge Mingues, a conferência é oportuna para debater-se o quanto a economia circular representa um conceito sustentável que promove a redução do uso de matérias primas, maior aproveitamento de resíduos como um modelo de gestão para uma economia mais resiliente, que concorre para reduzir o impacto das alterações climáticas.

"Zero resíduos”

A representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) augura, num futuro próximo, Angola tornar-se um país com "zero resíduos". "Esta ambição é ousada, mas não é certamente impossível”.

Denise António aconselhou aos presentes a olharem além da questão exclusivamente ambiental e verem a interconectividade para o avanço da saúde, dos meios de subsistência e de uma Angola melhor para todos.

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