Os rumos para desenvolvimentos, sejam quais forem, são, inevitavelmente, feitos de avanços e recuos, nem sempre proporcionais, proporcionadores de estados de alma opostos - alegrias e desânimos -, em qualquer dos casos, porém, inevitavelmente exagerados e inevitáveis.
Estivemos no ventre de nossas mães. Infelizmente, ainda não há tecnologia que explique a nossa vida dentro do ventre quando esperavamos para sair cá para fora e começar a aprender distâncias, beber leite e arrotar.
No entanto, no sec. XX começaram os movimentos feministas em continuação de protestos isolados e de mulheres que se tinham guindado a graus elevados da arte, da ciência, da literatura e até da política. Mas antes, nas sociedades primitivas em que a descendência era definida pela linhagem materna, as mulheres eram consideradas seres superiores pelo facto de terem capacidade gestacional, porque o sexo não era conhecido como factor responsável pela reprodução.
As tarefas eram distribuídas de acordo com a força física e a responsabilidade das crianças era colectiva. O homem, quando deixou de ser colector, descobriu a agricultura, a domesticação de animais e a pastorícia, as relações familiares alteraram-se, pelo entendimento de que o nascimento dos filhos não dependia só da mulher, mas do casal e aí, empenhou-se em juntar animais e propriedades para herança dos filhos. Aí, terá nascido a palavra amor…
Estudos científicos recentes levam a crer que a mulher tinha uma função activa na caça, no transporte dos animais para fins alimentares, colaborando no corte dos mesmos.
Com o decorrer dos tempos, na generalidade, a imagem foi a da serva, reduzida à reprodução, cuidar da casa e dos filhos e o homem, o ser livre.
No Egipto antigo, dependendo da sua classe social, a mulher podia participar na religião e na política. Chefiaram o povo e divindades de ambos os sexos. Tinham as mesmas qualidades e poderes.
A fundadora do feminismo foi Mary Wollstonecraft (1759-1797), mas a maior feminista da história talvez tenha sido a francesa Simone de Beauvoir, filósofa, ensaísta e romancista.
Note-se que o direito ao voto feminino aconteceu em 1893, na Nova Zelândia muito antes da França.
Mas, verdadeiramente, o movimento feminista contemporâneo apareceu nos Estados Unidos, na segunda metade da década de 1960 e espalhou-se pelos diversos países industrializados entre 1968 e 1977 e a reivindicação chave era e é a ”libertação” da mulher.
Há quem fale em 3 fases do movimento feminista: o feminismo radical, o feminismo socialista e o feminismo liberal. Porém, não se pode omitir as feministas negras. Latinas, lésbicas, anarquistas e ecologistas.
Em tempo de Ramadão, cuido-me em detalhar a situação da mulher no mundo árabe-muçulmano, os primeiros a comercializar escravos com finalidade sexual e económica, em que mulheres escravas eram guardadas por escravos castrados.
Nos nossos dias, o extremismo fundamentalista em que a religião se transformou em política do ódio e desprezo pela mulher, caso do Afeganistão, as mulheres pagam com a vida, os protestos por exigirem o direito em ir à escola.
Outra vergonha para a humanidade está a acontecer na faixa de Gaza, onde as mães resistem e assistem à morte das suas crianças à fome por lhes ser impedido, pelo regime de Israel, pior do que o nazismo, acesso a alimentos e água.
Felizmente, cada dia que passa, como antigamente, aqui em África e particularmente em Angola, há mulheres heroínas no trabalho, na defesa do território como a nossa Rainha Ginga, na luta pela independência em que participaram com armas e não só no combate contra o colonialismo, grandes escritores, cientistas, em suma, em todas as atividades sociais.
Contudo, prosseguem as discriminações salariais obrigando o ventre que deu à luz a humanidade, a ganhar menos que o homem.
Deslumbro-me com as mulheres do campo, na minha infância, no Huambo, terra da chuva, do verde e dos malmequeres, flores de todas as cores que namoram o sol.
As mulheres que se levantam muito cedo caminham com uma criança amarrada nas costas com o pano, na mão esquerda outro filho e na outra mão, um saco e etemo, a pequena enxada de dois pequenos paus para depois cavar a terra segurando cada um pequeno cabo de uma enxada que parece uma obra de arte para uma mulher com tabaco de rapé e cachimbo pequeno.
Mulher ventre, mulher vento, mulher mar. Mulher imensa, imensamente mulher.
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