O acidente que envolveu um autocarro da companhia de transportes públicos Inter-provincial, Huambo Express, de marca Yutong, que fazia o percurso entre Luanda e Lubango, anteontem, marca mais um daqueles momentos em que a sinistralidade rodoviária se evidencia por causas completamente evitáveis.
A Cimeira FOCAC 2024, que se realizará de 4 a 6 de Setembro em Beijing, promete ser um marco importante nas relações sino-africanas. Este fórum, que já demonstrou ser um pilar da cooperação Sul-Sul, reúne líderes de toda a África e da República Popular da China (RPC) para fortalecer laços, discutir desafios e explorar novas oportunidades de cooperação.
O transporte rodoviário é o mais utilizado em Angola, por alcançar o maior número de áreas dentro do país e oferecer razoabilidades de custos, quer no deslocamento como de manutenção. E quando necessário abarca todo o tipo de cargas.
A nossa sociedade anda demasiado amorfa, noutros casos é demasiado ruidosa porque não se discute aquilo que é fundamental. Há discussões em vários níveis, mas desinteressadas ou pelo menos não comprometidas com o bem colectivo.
O serviço público em qualquer parte do mundo desempenha um papel de destaque que consiste em auxiliar os Estados na materialização das suas políticas públicas, tendo como principal beneficiário o cidadão. Por isso, trata-se de uma missão nobre que exige responsabilidade e patriotismo acima de tudo.
Os humanos, mesmo que diferentes, têm pontos de acerto em comum. Conviver, fortalecer conhecimentos, são alguns itens que preenchem a sociedade, no âmbito das mil e uma formas de partilha diária. Comunicar parece ser a caixa de ressonância que ninguém abdica, utilizando critérios tradicionais e os múltiplos veículos à disposição, inclusive as TIC.
Quando se fala em ascensão na carreira técnico-profissional, as conversas do nosso quotidiano prendem-se na rotina de se valorizar a progressão académica ou o grau científico-académico em detrimento do tempo de serviço ou da meritocracia.
É-me grato trazer o testemunho transcrito de uma voz singular da ficção literária angolana. Uanhenga Xitu(1924-2014) é um dos Mais-Velhos escritores que viu a minha geração crescer, há quatro décadas. O «Ti Mendes» revelava uma autoridade moral exemplar a que correspondíamos com a humildade e respeito que lhe era devido. Integrava esse elenco da geração dos fundadores da União dos Escritores Angolanos que, tal como o seu amigo e companheiro de prisão, António Jacinto (1924-1991), Domingos Van-Dúnem (1922-2003), Arlindo Barbeitos (1940-2021), Jorge Macedo (1941-2009) e Ruy Duarte de Carvalho (1941-2010) também já falecidos, para referir apenas alguns deles acreditavam nos «miúdos» das diferentes Brigadas Jovens de Literatura que surgiram em Angola, no princípio da década de 80.Apesar de ser benguelense, o autor destas linhas vinha da cidade universitária do Lubango, onde tinha sido fundador da Brigada Jovem de Literatura da Huíla, em 1981. Foi em Luanda que aprendi a ouvir o «Ti Mendes», que desempenhava bem o papel que consistia em fazer pontes de diálogo intergeracional. Portanto, a publicação desta entrevista, que se completa hoje com a segunda parte, é igualmente uma homenagem que nesta ocasião presto a este insigne filho de Angola. À data da entrevista o Mais-Velho Uanhenga Xitu era deputado à Assembleia Nacional e o entrevistador era editor da Gazeta Lavra & Oficina da UEA.
No vasto oceano das redes sociais, em que nos perdemos em marés de informação efémera, fui arrebatado por uma corrente de reflexão profunda. Navegando sem rumo certo, deparei-me com um tesouro de sabedoria: um breve vídeo do filósofo brasileiro Mário Sérgio Cortella. Num sotaque cantarolado, que me embalou como o suave murmúrio de um riacho, Cortella trouxe à tona as palavras de Erich Fromm, o autor alemão de "Die Furcht vor der Freiheit". Esta obra, conhecida em português como "O Medo à Liberdade" e publicada pela Edições 70, é uma lâmpada que ilumina os recantos da ignorância. Apesar de um livro que exige bastante do leitor – a edição de capa dura que li tem 320 páginas – é consensual afirmar que toda a construção nela descrita pode ser resumida numa frase: a liberdade não é licença