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Efectivos da SADC cumprem fase crucial na defesa de Cabo Delgado

O Presidente moçambicano afirmou, terça-feira, na abertura da 10.ª Conferência e Exposição de Mineração e Energia de Moçambique, que a Missão Militar da SADC (SAMIM) completa a retirada de Cabo Delgado em Julho deste ano, após atingir a fase crucial da estabilização da Região Norte.

15/05/2024  Última atualização 10H58
Nyusi manifestou confiança no trabalho operacional da missão da África Austral no país © Fotografia por: DR

"É do conhecimento público que os nossos irmãos que nos apoiaram, neste caso concreto da SADC, estão de saída, depois de terem atingido uma fase crucial da estabilização. Já partiu o Lesotho, estão a sair, agora, o Botswana e a África do Sul", detalhou o Chefe de Estado Filipe Nyusi.

Acrescentou que se mantém em Moçambique, ainda, a força da Tanzânia, que coopera na base bilateral, e os militares do Rwanda, também fora da missão da SAMIM. O Presidente de Moçambique não comentou a decisão do homólogo da África do Sul, que, em Abril, anunciou a extensão, até ao final do ano, da missão sul-africana em Cabo Delgado.

O porta-voz do Governo moçambicano referiu, a 30 de Abril, que o Executivo ainda não possui-a uma "comunicação formal" sobre a extensão do prazo das operações das Forças Armadas da África do Sul em Cabo Delgado. "Em relação à extensão deste grupo, a resposta mantém-se, não temos registo de uma comunicação oficial, como foi dito pelo ministro do sector (Cristóvão Chume)", declarou Filimão Suaze, porta-voz do Conselho de Ministros, após uma reunião do órgão.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, estendeu, até 31 de Dezembro deste ano, a operação das Forças Armadas da África do Sul (SANDF), com 1.495 militares, no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, Norte de Moçambique. Numa carta dirigida ao Parlamento sul-africano, a que a Lusa teve acesso, Ramaphosa refere que a extensão da missão, ao abrigo da denominada "operação Vikela", vai custar 984.368.057 rands (47,8 milhões de euros), sendo válida desde 16 de Abril.

"Os efectivos da SANDF vão continuar com as suas responsabilidades no combate a actos de terrorismo e violência extremista no Norte de Moçambique", lê-se na carta. O Presidente Ramaphosa explica que a extensão visa cumprir as "obrigações internacionais" da África do Sul perante a SADC no combate ao terrorismo na região.

Um grupo de militares das SANDF na missão SAMIM, denominada Equipa Delta, começou a sair de Moçambique no dia 13 de Abril, num processo de retirada que arrancou no início do mês com os militares do Botswana, seguindo-se, nos últimos dias, um grupo do Lesotho.

A SAMIM está em Cabo Delgado desde meados de 2021 e, em Agosto de 2023, a SADC aprovou a sua prorrogação por mais 12 meses, até Julho de 2024, prevendo um plano de retirada progressiva.

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