A Suíça acolhe, entre hoje e domingo, a Conferência para a Paz na Ucrânia, que juntará representantes de mais de 90 países e organizações, incluindo Portugal, mas não da Rússia nem da China, entre outros ausentes de peso.
Uma operação internacional, envolvendo países europeus e os Estados Unidos, desmantelou “uma infraestrutura crítica” na Internet e “interrompeu” plataformas de comunicação ligadas ao grupo terrorista Estado Islâmico, além de deter nove suspeitos em Espanha, anunciou nesta sexta-feira a Europol.
O prolongamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia representa um erro de cálculo fatal dos países aliados e empurra as forças de Kiev para uma situação cada vez mais catastrófica, retirando a possibilidade de entendimento de paz e recuperação política e desenvolvimento do Estado ucraniano, alerta o general alemão Harald Kujat, ex-presidente do Comité Militar da OTAN.
O general Kujat sublinha que as forças ocidentais que estão por trás do prolongamento da crise ucraniana "estão fatalmente equivocadas na sua suposição de que Kiev poderia se beneficiar de alguma maneira por arrastar, por mais tempo, o conflito”.
"Seria um erro fatal acreditar que as perspectivas da Ucrânia melhorarão quanto mais a guerra continuar. Pelo contrário, as consequências catastróficas deste erro só podem ser evitadas se for possível impedir uma derrota militar através de uma cessação antecipada das hostilidades e [início] das negociações de paz entre os dois países beligerantes", disse Kujat em entrevista à revista alemã Overton Magazin, citada na terça-feira pela imprensa brasileira.
Acrescentou que a situação militar se tornou crítica para a Ucrânia após o fracasso da ofensiva no ano passado, e está a se tornar mais difícil a cada dia que passa. "As Forças Armadas ucranianas perderam a capacidade de realizar operações ofensivas e, por conselho dos americanos, estão a tentar reduzir as altas perdas em pessoal por meio de defesa estratégica e mantendo o território que ainda controlam", explicou o general alemão.
Ao mesmo tempo, o general observou que Kiev está agora numa posição "extremamente vulnerável" em áreas cruciais para uma defesa estratégica bem-sucedida – falta de defesas aéreas suficientes, de munição para artilharia e a sofrer um "grande déficit de soldados treinados”. Perante tais deficiências, disse, Kiev tenta "superar os efeitos negativos”.
"Por mais amargo que seja admitir, apesar do amplo apoio financeiro e material que recebeu dos Estados Unidos e da Europa, a Ucrânia não conseguiu transformar a situação estratégica em seu favor”, afirmou o general.
Referiu que, pelo contrário, no ano passado, 12 brigadas ucranianas foram treinadas por países da OTAN e equipadas com armamento moderno para romper as defesas russas numa grande ofensiva que começou com altas expectativas, mas que falhou com grandes perdas.
Unidades femininas formadas em "drones”
A Ucrânia vai lançar a sua primeira unidade de 'drones' exclusivamente feminina em cooperação com as Forças de Defesa de Kiev, como uma medida para contrariar a superioridade russa em efectivo e armamento.
Segundo Ihor Lutsenko, militar, fundador do Centro de Apoio ao Reconhecimento Aéreo e líder da empresa de 'drones' Ordem de Santiago, a unidade voluntária vai concentrar-se na operação e manutenção de sistemas de 'drones'. "Infelizmente, o inimigo tem uma grande vantagem em mão de obra, por isso não devemos negligenciar quaisquer ideias que nos permitam reduzir esta lacuna", disse Lutsenko à a imprensa ucraniana, referindo-se ao campo de batalha.
Países incentivados a enviar sistemas "Patriot” a Kiev
O secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, encorajou, na terça-feira, os países com sistemas de antimíssil Patriot a doá-los à Ucrânia, que aguarda mais por armas de defesa aérea para combater a invasão russa.
O apelo de Austin surge uma semana após o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter promulgado o projecto de lei que prevê 61 mil milhões de dólares de ajuda militar e económica a Kiev.
"Há países que têm Patriot e o que estamos a fazer é continuar a mobilizar esses países”, afirmou o secretário de Defesa numa audição na Câmara dos Representantes. O responsável revelou ter tido "discussões com líderes de vários países (...) nas últimas duas semanas, para os encorajar a fornecer mais equipamento", mas sem mencionar os Estados em causa.
Entre os países europeus que têm estes sistemas estão a Espanha, Grécia, Alemanha, Países Baixos, Polónia e Suécia. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reiterou, segunda-feira, o pedido de apoio durante uma visita a Kiev do secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg. "As forças ucranianas estão a precisar de peças de Artilharia e armas de longo alcance”, concluiu.
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