A sociedade atribui aos seus membros, logo que o sopro de vida se inaugura no choro à distância do silêncio, edifícios assimétricos. A incrustação do fio de prumo varia, assim como o seu comprimento e peso. A construção da consciência de uns respira orientada à existência de auxílio. Em todas as fases que derem lugar à concretização dos próprios caprichos, apetites, sonhos e propósitos de vida, tenham em mente, de antemão, segundo a insistente observação da profecia ainda em anúncio, que apenas o azar bwé enorme lhes dará caminhadas só e só consigo mesmo.
A celebração da efeméride, para lá das actividades lúdicas, marcadas por realizações de festas e entrega de brinquedos à criança, deve ser considerada uma importante oportunidade para o exercício de reflexões que visem encontrar, com a máxima celeridade, os mecanismos mais eficientes e eficazes, que representem a materialização da felicidade das crianças, na sua plenitude.
A China está a investir cada vez mais na criação de jornalistas virtuais para apresentação de telejornais da televisão estatal de informação das suas agências de notícias (Silveira, 2020), embora em 2018 o Japão tivesse apresentado uma proesa semelhante com a robô, Erica. Uma realidade que hoje não é apenas privilégio desses dois países.
Esses robôs são apresentadores que não tiram férias, não engravidam, não adoecem, não envelhecem, não têm família, trabalham os 365 dias do ano e, claro, não são remunerados. E como veremos adiante não se faz jornalismo sem a componente empresarial (Costa, 2014), por isso, essa conquista tecnológica está a poupar milhares de dólares às empresas que as detém.
No entanto, a inteligência artificial no jornalismo não pára por aí. Ela continua a marcar o seu território, nesse espaço profissional estratégico para os países e, de renda para milhares de profissionais que trabalham nesse segmento empresarial.
Pela primeira vez, o mundo leu na semana passada um jornal inteiramente escrito por inteligência artificial. Do mesmo modo, várias rádios no mundo já não têm batalhões de jornalistas e técnicos de som. Muitas tarefas desses profissionais já são realizadas por aplicativos, inclusive para atender chamadas telefónicas dos ouvintes. A questão é, o jornalismo feito por humanos corre o risco de desaparecer? A inteligência artificial vai coabitar com humanos nessa área profissional?
Muitos dirão que, o jornalismo já sobreviveu à várias tecnologias, e que, não é agora que os humanos serão apartados dessa profissão. Mas, é bom recordar que as montadoras de veículos bem no seu início estavam repletas de gente, hoje, os robôs executam a maior parte das tarefas, significando assim, que tiveram uma redução drástica de pessoal. Por isso, não será de estranhar se vier a acontecer nas empresas jornalísticas.
Quanto tempo vai levar para a democratização e universalização de robôs no jornalismo,não sabemos. Mas, podemos ter uma certeza, essa profissão há muito que não é a mesma e vai mudar ainda mais com o surgimento de tecnologias da esfera virtual no seu seio.
No entanto, já podemos afirmar sem receio que a inteligência artificial trouxe um problema ao jornalismo, e que, está a ser difícil de combater, às fake news(Prado, 2022).
O uso de algorítmos e outros dispositivos não só simulam, como criam dados irreais sobre uma determinada tendência política ou social, que disseminadas nas notícias apresentam realidades híbridas ou falsas do ponto de vista informativo (Linden, 2018).
Não se trata de apresentar aqui uma visão pessimista da inteligência artificial no jornalismo, trata-se apenas de partir do princípio, de que, a realidade é cada vez mais questionada e valores do jornalismo como verdade, credibilidade, isenção e pluralidade, podem em função desses novos paradigmas deixar de ser seguidos, já que, nem tudo que parece, é.
A título de exmplo, a velha máxima, de que, uma imagem vale mais do que mil palavras, com o surgimento do fotoshop e outros mecanismos de manipulação de imagens, há muito que deixou de ser uma verdade absoluta (Otchinhelo, 2018), sem esquecer que entre nós existem pessoas invisuais e, por isso, as imagens não lhes dizem nada.
Voltando ao tema, será que estamos perante uma ameaça do jornalismo? Será o jornalismo no futuro mais uma tarefa dos programadores computacionais?
O tempo será o juiz que dará respostas a essas e outras perguntas, mas antes que sejamos apanhados com as calças nas mãos e, da noite para o dia, milhares de profissionais da classe se verem sem saber o que fazer, e "no olho da rua”, o país precisa começar a reflectir sobre o impacto dessas mudanças na produção jornalística, na economia das famílias, na publicidade, na moral social, na vida política e por que não, no exercício da democracia.
Quer queiramos quer não, a vida pública depende muito da comunicação social. É nela onde a sociedade dá significado as suas expectativas e anseios, faz a representação social de fenómenos, povos, ideias e filosofia de vida (Júnior, 2006), por isso, pensar o jornalismo além do óbvio, e em função do surgimento de robôs na profissão, é um imperativo se quisermos ter uma sociedade voltada para a cidadania, com respeito aos bens públicos, símbolos e representantes do Estado, bem como o tratamento humanizado do semelhante.
Portanto, não podemos apenas apreciar à distância o surgimento dessas tecnologias que se estão a incorporar no jornalismo. Por isso, os actuais e os futuros jornalistas devem se perguntar sobre que competências estão a adquirir para lidar com essas mudanças sem sofrimento.
Para o nosso bem, o departamento ministerial que tutela a comunicação social, é o mesmo que zela pelas tecnologias de informação, de modo que, essas duas áreas têm muito que dialogar sobre essas mudanças no exercício do jornalismo e apresentar propostas ao Executivo, de maneira que, no futuro ao ser introduzido "um Ernesto Bartolomeu virtual” na nossa televisão, o Ernesto Bartolomeu humano não se sinta excluido, nem abandonado.
Esse exercício permitirá prever constrangimentos na classe e antecipar soluções para o bem de todos, já que, as tecnologias surgem e se massificam à velocidade da luz, mais cedo ou mais tarde, elas chegam para ficar.
Olhando para o surgimento de robôs que estão a realizar tarefas jornalísticas feitas tradicionalmente por humanos, vale a pena continuar a formar técnicos médios e superiores na área de comunicação social? (Continua).
José Otchinhelo | Jornalista e Pedagogo
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