Entrevista

“Não estamos na Casa Branca para ser a notícia, estamos para fazer a notícia”

Gaspar Micolo e Xavier António

Nasceu na província de Malanje, cresceu em Luanda e considera-se uma pessoa “muito simples”. É a segunda filha de sete irmãos. Hariana Verás Victória, jornalista de 39 anos, é correspondente da Televisão Pública de Angola (TPA) nos Estados Unidos da América (EUA), onde vive há 17 anos.

07/06/2023  Última atualização 07H25
© Fotografia por: DR

É neste momento a única jornalista africana com acesso directo à Casa Branca, ao Senado e ao Pentágono. Em entrevista ao Jornal de Angola revela que foi em território nacional que recebeu as bases do jornalismo. Já entrevistou os Presidentes João Lourenço (Angola), Emmerson Mnangagwa (Zimbabwe) e Teodoro Obiang (Guiné Equatorial).



Foto: Contreiras Pipa/Edições Novembro


Quem é Hariana Verás Victória?

Sou angolana, nasci na província de Malanje e cresci em Luanda, onde também me formei. Sou uma pessoa muito simples porque venho de uma família humilde. Somos muito unidos. Sou a segunda filha de um total de sete irmãos, sendo o primeiro um rapaz. Cresci com a minha mãe (não muito com o meu pai).

Antes de ir para os EUA trabalhou em alguns órgãos em Angola?

Estudei no IMEL e depois trabalhei em alguns jornais, como o Folha 8 e o Angolense. Aliás, devo assinalar que todo o meu percurso de formação e aprendizado para que me tornasse na pessoa que sou hoje começou em Angola, onde obtive todas as bases da profissão.

Como e quando vai para os Estados Unidos da América?

Há 17 anos, tive uma oportunidade e elas (as oportunidades) são para serem aproveitadas e consegui uma vaga para trabalhar na Embaixada de Angola em Washington na área de imprensa, onde permaneci durante nove anos. Mas a minha área sempre foi jornalismo que decidi abraçar até hoje.

Como é que foi a adaptação com a língua inglesa?

Quando saí de Angola já tinha algumas bases do inglês, mas quando cheguei aos EUA tive de voltar a estudar para aprender e aperfeiçoar, porque depois entrei para a "Southern Utah University” para dar sequência à minha formação e graduei-me em Ciências da Comunicação. 

E como passou a ser correspondente?

Depois de nove anos, decidi dedicar-me ao jornalismo como tal, primeiro como correspondente da TV Zimbo e depois para a Televisão Pública de Angola, onde estou até hoje.

Como é o seu dia-a-dia como jornalista nos EUA?

O meu dia-a-dia é corrido, tem dias calmos e outros um pouco agitados. Não tem sido fácil estar em várias conferências de imprensa, porque quase todas acontecem à mesma hora, mas em locais diferentes. Tento sempre me manter informada sobre os assuntos africanos para poder colocar as minhas questões, que são sempre muito centradas nos assuntos africanos.

Há muitos angolanos a viver nos EUA?

Nem tantos. Havia muitos estudantes bolseiros em Houston. Em Washington não há assim muitos angolanos, há mais em Filadélfia.  

E da assessoria como é que chega à Casa Branca?

Nos primeiros momentos o meu trabalho foi mais de estágio na prática com os jornalistas de vários órgãos americanos, com os quais ganhei mais experiência, porque já tinha as bases.  Depois de sair da Embaixada, em 2015, comecei a trabalhar como correspondente da TV Zimbo e com isso, obviamente, tinha de ter acesso às maiores instituições americanas, nomeadamente o Departamento de Estado, Congresso (Senado), a Casa Branca e o Pentágono. Antes de apelar à acreditação a estas importantes instituições fui fazendo alguns trabalhos, enquanto membro da comunidade onde vivia, nas cadeias televisivas comunitárias locais, nas quais os jornalistas podem inserir-se e produzir conteúdos. Os meus trabalhos tinham como base educar a população americana sobre assuntos africanos, porque eles tinham informações muito distorcidas da realidade dos países africanos. Este percurso ajudou também a minha entrada com muita rapidez para as principais instituições que decidem sobre a política americana. Quando eu estava a fazer esses trabalhos para a televisão no FPA (uma cadeia do Governo dos EUA que serve a comunidade local), fui recebendo encorajamento e incentivos de produtores, fiz um estágio na Telemundo (uma das maiores cadeias da América Latina) e diziam que eu podia fazer mais. E aos poucos fui me inteirando do processo para acreditação na Casa Branca.

Um processo que não foi fácil até conseguir o "Hard Pass” do Gabinete de Imprensa da Casa Branca…

É verdade. Durante três anos, a minha equipa passou por um período de avaliação pelo Gabinete de Imprensa da Casa Branca, onde se procurou saber até onde eu era uma profissional, os órgãos americanos em que já tinha passado, os trabalhos publicados, que culminou com uma segunda avaliação dos Serviços Secretos norte-americanos. O "Hard Pass” permite ao jornalista acreditado na Casa Branca ter um maior acesso ao local mais controlado do mundo sem a companhia de um escolta. Funciona como uma chave de acesso directo à Casa Branca, a qualquer dia e hora. Este passe também nos dá acesso ao "Low Press”, uma área ligada à Casa Branca onde às vezes nos encontramos com o Presidente. Sou, neste momento,  a única jornalista africana com este privilégio de acesso à Casa Branca, Pentágono e ao Senado americano. Estes acessos exigem mais responsabilidade para levar a informação sobre decisões da Administração Americana aos africanos, em primeira mão. São conquistas que não foram alcançadas do dia para a noite. É uma conquista para Angola, em particular, e África, de um modo geral, porque nem mesmo jornalistas de países africanos mais desenvolvidos têm lá correspondentes. Sou igualmente membro da Associação dos Correspondentes da Casa Branca - uma das mais prestigiadas associações de jornalistas americanos.


Como foram os seus primeiros dias na Casa Branca já com Donald Trump no poder?

Observei o ambiente, fiquei calma e serena, conheci os colegas, os órgãos e procurava ter uma boa relação com todos. Fui-me posicionando em função do que ia vendo. Evitava os mais arrogantes e ficava ao lado dos mais amigáveis (friendly). E procurei saber quais eram os meus direitos e acessos na Casa Branca. Porque se não souberes dos teus direitos, eles apanham tudo e ficas parado.  


Foto: DR


E como era vista pelos colegas de grandes cadeias noticiosas da América, Europa e América Latina que já frequentam o espaço há muitos anos?

Não foi fácil, porque a tendência é sempre criarem-te  obstáculos, de forma a te sentires acanhada até ao ponto de pensares que a Casa Branca não é lugar para ti. Até na Casa Branca conseguimos ver a mentalidade tacanha, pela forma como tratam os africanos. É diferente, não é igual. Mesmo os colegas dificilmente partilham informações e tratam-nos  mesmo com algum desprezo. Mas quando tens um objectivo e sabes o que realmente queres, ultrapassas essas barreiras. O grande desafio tem sido estar em pé de igualdade com todos e agir sempre com muito profissionalismo, sobretudo quando notei que não havia lá outros africanos, que era a única. Não estamos na Casa Branca para ser a notícia, estamos para fazer a notícia, para informar o público. Se não agires com profissionalismo e respeito pelas autoridades, podes perder o "Hard Pass” e, na pior das hipóteses, ser expulso da Associação dos Jornalistas Correspondentes da Casa Branca. E quando isso acontece já não consegues entrevistar altas entidades da Casa Branca, bloqueiam-te. Isso aconteceu há algum tempo com um colega africano. Em função desse episódio, a Casa Branca está a mudar os procedimentos de acesso, que são hoje muito rigorosos.

Foto: Contreiras Pipa/Edições Novembro


E com estes entraves como é que tem conseguido fazer perguntas?

É uma boa questão. Quando estamos no "briefing” somos cerca de 70 jornalistas e às vezes a secretária de imprensa só permite que 15 jornalistas façam perguntas, porque o encontro tem a duração de uma hora. Mas existe uma linha da frente de jornalistas que são sempre os primeiros a ter o privilégio de fazer perguntas, nomeadamente a CNN, entre outras cadeias internacionais de renome. Há jornalistas que estão lá há muitos anos que nunca conseguiram fazer uma única pergunta ao Presidente. É um mercado muito competitivo e todos são competentes e formados e "lutam” para fazer perguntas. Às vezes pedem-te para ficar atrás. Quando lá cheguei ainda nem tinha o "Hard Pass”, mas já tinha conseguido questionar o Presidente Donald Trump duas vezes. Como a única africana tenho mantido o foco, porque senão eles é que vão continuar a contar as histórias de África da forma deles. Uma vez, numa conferência de imprensa, o Presidente Joe Biden apontou-me para fazer perguntas (coisa que ele não faz) e quando o Presidente faz isso é porque existe já um certo reconhecimento e respeito por parte do Gabinete de Imprensa da Casa Branca. É igualmente um sinal de que eles acompanham o teu trabalho. Este episódio motivou-me a manter o foco, ser o mais profissional possível e não confundir as coisas. O facto de termos liberdade de expressão e de questionar o que quisermos não dá o direito de desrespeitar alguém. Porque existem jornalistas que nunca estiveram em África, mas são esses que passam as informações sobre o continente e muitas vezes completamente deturpadas. Essa realidade tem de mudar e isso passa por nós, porque a África tem uma cultura própria que não deve ser igual.   

Como é que avalia a relação dos Presidentes Trump e Biden com os jornalistas?

O ex-Presidente Donald Trump estava mais próximo da imprensa e gostava de falar com os jornalistas. Embora as suas respostas fossem curtas, porque eram assuntos que não eram prioridades na sua agenda, porque o meu foco é sempre África e na altura a América estava a viver um problema doméstico muito sério. Então, eu tiro-o logo daquele ambiente para questões africanas e às vezes ele não tinha respostas tão trabalhadas, denotando que não tinha um briefing antes com os seus assessores que lidam com temas africanos. As respostas eram sempre muito curtas. Já com o Presidente Biden, quando me apontou para perguntar, a resposta foi longa e mais elaborada, porque o assunto já tinha sido abordado durante a reunião do G7, onde ele tentava convencer os outros líderes que apoiassem mais África. As outras questões foram durante as eleições em Angola e foi tudo muito rápido, mas conseguiu-se que falasse do investimento de dois mil milhões no nosso país. E foi claro em dizer que "os EUA jamais investiriam no lugar onde não há mudanças e progresso”.

Está nos EUA há mais de 16 anos. Que comparação faz do passado e o presente e como os americanos olham para Angola?

Nos últimos dez anos só ouvia coisas horríveis. Falava-se muito mal de Angola, sobre a guerra civil e muita miséria. Mas nos últimos cinco anos, e eu não tenho medo de falar disso, até porque tenho acesso a muitas entidades norte-americanas, incluindo o Presidente, o Departamento de Estado e  Senado, eles estão a ver hoje uma Angola diferente. Falam e reconhecem os progressos e as mudanças em curso. E quando falam fazem-no apontando factos reais. Agora, é normal que muitos angolanos não consigam ver estas mudanças, porque enfrentam problemas, sobretudo de desemprego. E, claro, não se vê progresso com a barriga vazia. Reconheço que o país enfrenta ainda problemas difíceis, mas estamos a caminhar e não parámos. Muitos angolanos reclamam das dificuldades do país nas redes sociais e projectam uma Angola que só tem tudo de errado, mas os americanos têm acesso à informação e também sabem das mudanças em curso. Os EUA também estão a enfrentar problemas sérios. Há milhares de pessoas a viverem nas ruas. Mas disso pouco ou nada se fala. A imagem que chega a Angola é que a América é um paraíso, porque eles promovem essa boa imagem e todo o mundo tem o sonho americano no pensamento. O patriotismo é com as acções e não com as palavras (o que se faz para engrandecer a sua pátria). Algumas pessoas entendem que pelo facto de estar na Casa Branca tenho de falar dos problemas de Angola. Conheço a realidade do país, mas também sei quais são os assuntos que podem levar o país a avançar, porque os EUA, querendo ou não, são a maior potência do mundo e podem jogar um papel importante no nosso desenvolvimento. Por isso, tenho usado os acessos que tenho como jornalista para ajudar o meu país e o meu continente.  


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Mas as preocupações dos jovens são legítimas…

Evidentemente. Mas é preciso cautela, porque hoje a nova estratégia de manipulação do Ocidente, para continuar a explorar os recursos africanos, passa por usar uma arma muito forte: a juventude, que é o maior recurso que o continente tem. Pretendem lavar a mente dos jovens e dominá-los com ideias, formas de estar e de viver, com o objectivo de colocá-los contra os seus países, de modo a criar destabilização. Por isso, é preciso que Angola, em particular, e África, de um modo geral, apostem cada vez na educação dos jovens, incutindo-lhes o espírito patriótico. Só vamos conseguir resolver os problemas internos quando nos unirmos. É esse elemento que tem faltado até mesmo em Angola. As pequenas acções benéficas nas nossas comunidades podem fazer uma grande diferença, porque em nenhum país do mundo o Governo faz tudo. Devemos educar as pessoas a superarem as fases difíceis.

E como vê as oportunidades que se têm dado às mulheres?

O cenário mudou muito nos últimos anos. Hoje, as mulheres têm mais oportunidades em vários domínios. Está cada vez mais evidente que África, Angola, só vai avançar com o contributo das mulheres. A mulher tem formas distintas de resolver os assuntos e pode trazer à mesa soluções valiosas. Angola despertou neste sentido e percebeu que o país só vai avançar quando homens e mulheres trabalharem juntos e unidos. Nota-se muitas mulheres a empoderarem outras, mas é preciso que homens corajosos dêem espaços, incentivem e apoiem mais as mulheres. Não se trata de um sinal de fraqueza, mas de parceria rumo ao progresso. É como em nossa casa: quando o pai e a mãe trabalham juntos e focados, a família prospera rapidamente.

Sente que algumas pessoas acham que trabalha para um partido político?

Sim, algumas pessoas pensam que trabalho, por exemplo, para o MPLA. É uma ideia totalmente falsa. Eu trabalho para Angola e para África, daí a minha preocupação constante de como os Governos africanos estão a traçar as políticas internas para o benefício do povo. Tenho de saber tudo…

Foto: Contreiras Pipa/Edições Novembro


Qual é o seu ponto de vista em relação aos movimentos de activistas?

A nossa sociedade está um pouco desalinhada nesta questão do activismo e urge a necessidade de reeducar a população sobre esse assunto. Activistas são indivíduos que lutam a favor de causas que beneficiam toda uma franja, quer seja em aspectos políticos, sociais, económicos e culturais. O activismo é feito de maneira educada, visando promover uma linha de pensamento. O que temos assistido são pessoas que fazem determinadas "coisas” que nada têm de activismo. Com isso, vão desrespeitando as autoridades. Aliás, se olharmos para a história dos grandes activistas no mundo, como Mahatma Gandhi, Martin Luther King, entre outros, não foram mal educados. É preciso despertar a juventude que activismo é expressarmos a nossa linha de pensamento em aspectos que precisam de mudanças, mas sempre dentro das regras, sem ofender nem ultrajar a imagem das autoridades.   

Acha que usamos mal as redes sociais na questão do activismo?

Entendo que sim. Por exemplo, há países que já despertaram sobre os perigos das redes sociais e estão a procurar  formas de como regular, porque se não houver controlo nem regras torna-se numa doença que vai afectar negativamente a população e daí o surgimento de ondas de desinformação e "fake news”. Essas plataformas são criadas com objectivos bem específicos, sobretudo quando o assunto é descredibilizar. 

Como avalia a projecção da imagem de Angola no exterior do país?

É uma boa pergunta. Infelizmente, ainda fazemos pouco, porque  temos  muitos angolanos na diáspora que podiam contribuir mais  para projectar a boa imagem do país. Temos muitos problemas e desafios, mas precisamos  de  medir até onde levámos os nossos problemas para fora, que muitas vezes só nos prejudicam. A mesma força e velocidade com que os angolanos jovens têm de falar de A ou B, se usássemos essa força para promover o que há de positivo no nosso país e no nosso continente, mudaria sempre alguma coisa. Não é apenas um problema dos angolanos, mas dos africanos no geral. A solução dos nossos problemas passa por nós.

Foto: Contreiras Pipa/Edições Novembro



O jornalismo angolano está bem?

A avaliação é positiva, mas há sempre aspectos em que devemos melhorar. É só vermos que numa sociedade como a nossa, onde ainda existem muitas dificuldades, os profissionais não cruzam os braços. Há ainda muitas críticas que se fazem em torno de alguns jornalistas, porque estão centrados apenas em determinados assuntos, mas ainda assim estamos bem. Claro, há sempre espaço para crescer e fazer melhor e isso requer mais oportunidades. Tenho observado trabalhos muito bem elaborados e se tivessem as mesmas oportunidades que se dão em outras realidades, estaríamos longe. Temos muitos profissionais competentes e que fazem um trabalho de grande reconhecimento.



Foto: Contreiras Pipa/Edições Novembro


Como é que foram os momentos quando entrevistou grandes personalidades? Sabemos que já entrevistou os Presidentes João Lourenço, Emmerson Mnangagwa e Teodoro Obiang e depois a nossa Vice-Presidente, Esperança da Costa…

Nos EUA  ter conexões é importante, aliás o jornalista vive de fontes. E tenho investido muito neste sentido, o que me tem permitido chegar a estas personalidades. Tentei muito entrevistar o ex-Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, infelizmente não consegui. Quando recebi o aval para entrevistar João Lourenço só pensava em como seria e fui criando imagens da sua figura e nada do que tinha pensado era real. Normalmente, no início de uma entrevista, o jornalista tenta descontrair o entrevistado para que a entrevista flua, mas foi o Presidente que me deixou tranquila. Contou-me algumas piadas (risos) e estava muito sorridente. A entrevista gravitou em torno de vários assuntos. Tive a liberdade de perguntar o que quisesse. Vi um Presidente preocupado em resolver os problemas do país. Foi um privilégio para mim. No final teve inclusive uma visita guiada aos vários compartimentos do Palácio Presidencial. Com Teodoro Obiang também fui muito bem recebida e durante a entrevista transmitiu muitas lições sobre como defender África e as suas raízes. Durante a entrevista disse que os problemas em África têm um denominador comum: os países com interesses nos nossos recursos. Com Emmerson Mnangagwa também foi interessante, abordou sobretudo as questões das sanções injustas sobre os países africanos e que atrasam ainda mais o desenvolvimento. Entrevistar a primeira mulher Vice-Presidente na História de Angola sempre esteve nos meus planos, porque quis saber quem era a senhora. Foi algo inédito. E pude sentir a paixão que nutre pelas mulheres, bem como os projectos de empoderamento das mesmas. Uma senhora super culta e simpática.


Foto: DR


Qual é o seu objectivo com essas entrevistas?

Transmitir não apenas os assuntos que preocupam os africanos, mas também mostrar aquilo que somos e a nossa realidade. Nos EUA às vezes debatem e tomam decisões pensando que é bom para África, mas não é, nem o que nos identifica como africanos.

E já tentou entrevistar o Presidente Joe Biden?

Tenho solicitado várias vezes entrevista com o Presidente Joe Biden, mas ainda não consegui. Não tenho memória de nenhum jornalista africano tê-lo feito, mas vamos continuar a tentar.

Além de ser correspondente da TPA produz conteúdos individuais? Já agora, tem uma empresa de comunicação?

Como já disse sou correspondente da TPA, mas, neste momento, estamos numa fase de readaptação e vamos surgir com mais conteúdos de informação, que serão emitidos na estação pública mais para o final do ano. Os conteúdos são produzidos por uma empresa de angolanos, na qual sou a mentora do projecto, criada há já alguns anos, e que conseguiu obter o vínculo e reconhecimento do Governo americano em 2012. A empresa é especializada em promover assuntos africanos. Ou seja, o outro lado de África de que ninguém fala.


Foto: Contreiras Pipa/Edições Novembro

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