Natural do município do Dirico, que fica a cerca de 600 quilómetros da cidade de Menongue, Ricardo Omsizo começou a carreira artística em 2004, na República da Namíbia, onde gravou as suas primeiras músicas, na sua maioria nas línguas nacionais ruangar, rudirico, nganguela e umbundo, predominantes na província do Cuando Cubango.

À procura de novos desafios, Ricardo Omsizo deslocou-se a Menongue, capital da província do Cuando Cubango, onde terá desenvolvido o seu forte nos estilos afrobeat, house e zouk, conseguindo granjear muitos fãs, admiradores e seguidores, tendo participado em vários concursos e espectáculos de notoriedade local e nacional.

Do seu rico repertório musical destacam-se "Kapara Kambambi”, "Lunguka” e "Vakundakovava”, que tocam também noutros pontos do país e no exterior, com realce para a Namíbia, África do Sul, Zâmbia e Moçambique.

Segundo uma nota do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, a morte prematura do Ricardo Omsizo deixa um vazio irreparável na cultura nacional, ao calar-se uma das vozes mais sonantes dos vários subgrupos étnicos da província do Cuando Cubango.

O responsável referiu que o músico foi um patriota, educado, disciplinado e exemplar na defesa da arte dos povos locais, defensor do ritmo tipicamente da região do Okavango, bem como um destacado impulsionador da expansão da arte nas "Terras do progresso”, facto testemunhado nas obras por ele lançadas e expandidas por intermédio dos órgãos de comunicação social nacional.  Ricardo Omsizo foi também um grande impulsionador do cântico e linguística da minoria populacional dos Sambios, Vadiricos e Vakuangares.

A nota acrescenta que Ricardo Omsizo foi um notável músico e proactivo em levar a música aos vários cantos da província e do país, sendo um dos poucos músicos que actuou no município do Dirico dentro desta sua pro-actividade e gravou um videoclipe com o título "Lunguka”, que tem sido um grande sucesso nesta região.