Promovida pela AF-Entretenimento , que é, igualmente, a produtora do FestiSumbe, a actividade teve lugar na Marginal da cidade do Sumbe.

O escritor Ismael Mateus disse que o encontro permitiu partilhar conhecimentos e trocar experiências, de modo a que os jovens escritores comecem a ler mais obras de autores nacionais.

O também jornalista acrescentou, por outro lado, que da "Sentada Literária” saíram constatações e conclusões sobre a realidade literária do país, mas também ideias sobre a necessidade de se incentivar os jovens a cultivarem hábitos de leitura. Encontros do género, disse, permitem ampliar os conhecimentos dos jovens para que tenham capacidade de discutir assuntos relevantes da sociedade.

O delegado da Brigada Jovem de Literatura de Angola (BJLA) e  escritor Zé Ricardo considerou que o escritor é um indivíduo capaz de mudar mentalidades, no sentido de despertar o mundo para os fenómenos sociais.

 
Mais de 100 livros vendidos

O Festival Internacional de Música do Sumbe, edição 2024, conta com uma feira de artes, onde artesãos, pintores, produtores de filmes e documentários de curta-metragem, escritores e dançarinos estão a expor os seus trabalhos.

 Zé Ricardo sublinhou que a venda de mais de 100 livros diversos de autores nacionais e estrangeiros, no primeiro dia, revela um  sinal de sucesso da feira. "É um grande casamento entre a música e a literatura, porque são duas disciplinas que sempre estão juntas, o músico é inspirado por aquilo que lê e o escritor é, em muitos casos, inspirado pela música”, sublinhou.

 Zé Ricardo disse que o objectivo central da feira passa pela diversificação das festividades em alusão aos 68 anos da cidade do Sumbe. "A quem não tenha interesse em assistir às performances dos músicos, o que é normal, daí a necessidade de juntarmos a literatura ao FestiSumbe. Temos vários livros de autores reconhecidos, como Ismael Mateus, Lopito Feijóo, Bela Malaquias, Fernando Abel, Cláudio Manuel, Paulo Tomás, entre outros”, disse.

 Quanto ao estado da literatura ao nível da província do Cuanza-Sul, o escritor considera que ainda está aquém das expectativas, pelo facto de serem poucos os escritores que lançam obras literárias, apesar do elevado número de escritores. "Temos um número considerável de escritores, mas são poucos os que conseguem lançar as suas obras, por falta de apoio, mas temos estado a trabalhar junto dos empresários no sentido de advogar para a classe empresarial apoiar a produção literária no Cuanza-Sul”, concluiu.