Cultura

Januário Jano reconhece contributo significativo dos africanos na arte contemporânea mundial

Katiana Silva

Jornalista

O artista visual Januário Jano reconheceu, domingo, em declarações ao Jornal de Angola, que a produção artística proveniente do continente africano tem sido significativamente positiva na consolidação de uma visão plural das tendências que dominam o mercado da arte contemporânea no circuito mundial.

27/05/2024  Última atualização 10H15
A série de fotografias intitulada “Vitruviano” foi exibida em Lisboa © Fotografia por: DR

"África, um dos players chave na veia da arte contemporânea mundial, é indispensável e inquestionável quanto à produção africana, na criação e pensamento, contribui para a vitalidade do mercado de arte internacional”, defendeu.

Januário Jano, artista angolano radicado no Reino Unido, frisou que as mais conceituadas galerias do circuito mundial têm mostrado interesse pela arte e artistas africanos, sendo muitos deles tratados ao mesmo nível que artistas de outras geografias, sem questionamento ou preconceito.

"As galerias e instituições não seriam tão relevantes sem um discurso inclusivo nos seus programas”, argumentou.

O artista angolano foi uma das presenças na última edição da feira de arte ARCO-Lisboa, Portugal, que foi aberta na quinta-feira e encerrou ontem, contando com a participação de 82 galerias, 470 artistas e mais de 190 coleccionadores e profissionais oriundos de vários países. 

"Fui convidado pela organização African Artists United para apresentar uma instalação no espaço dedicado à organização, sendo ela a patrocinadora oficial da feira. Nesta edição apresentei uma obra intitulada ‘Vitruviano’, composta por 36 fotografias. Esta obra regressa à feira da ARCO-Lisboa depois de estar presente na sua primeira edição, num outro contexto”, explicou.

Um dos nomes que tem levado a bandeira de Angola a vários pontos do mundo, Januário Jano tem participado regularmente em exposições desde 2012, o que faz dele uma presença activa na cena artística internacional. Recentemente,  apresentou uma mostra na Feira de São Paulo, Brasil, realizada no mês de Março, e em Abril esteve em Nova Iorque na Feira 1:54, representando a galeria Nosco.

Quanto a projectos imediatos, o artista disse que para este ano a sua agenda está fechada, com destaque para uma mostra no Rio Grande do Sul, Brasil, onde vai apresentar parte da sua exposição transitária exibida na  35ª edição da Bienal de São Paulo, também no Brasil, que decorreu de Setembro a Dezembro do ano passado.

"Neste momento, estou a fechar duas exposições individuais para Setembro nas cidades de Tokyo, Japão, e Londres, Reino Unido, mas antes partirei para a Noruega onde estarei em residência artística por dois meses na instituição Árctica, e tenho outros projectos para Outubro e Novembro, que serão anunciados em breve, onde haverá a minha inclusão numa exposição na cidade de Berlim, promovida pela instituição HKW, o centro nacional da Alemanha para a apresentação e discussão de arte contemporânea internacional, com foco especial em culturas e sociedades não europeias”, adiantou.

 
Representado em várias colecções

Artista visual nascido em Angola, Januário Jano vive e trabalha entre Luanda, Londres e Lisboa.

O seu trabalho foca-se na identidade cultural e pessoal para explorar narrativas históricas e contemporâneas.

Januário Jano detém um mestrado em Belas Artes pela Goldsmiths University de Londres. É um artista visual interdisciplinar que trabalha com escultura, vídeo, fotografia, têxtil, instalação sonora e performance.

Encantado com a hipótese de um delicado equilíbrio entre ficção e realidade, a sua prática artística reflecte sobre as ideias de casa e de si mesmo, desafiando constantemente as narrativas históricas e contemporâneas no contexto da crescente interdependência das economias, culturas e populações do mundo. Januário Jano tem interesse em aprofundar a investigação sobre a produção cultural e a identidade.

A obra de Januário Jano faz parte de notáveis colecções públicas e privadas. O seu compromisso com o envolvimento cultural e social levou-o a fundar o Pés Descalços, um colectivo cultural e filantrópico focado no desenvolvimento e promoção de projectos artísticos e culturais em Angola e organizador do TEDxLuanda desde 2012. Tem exposto internacionalmente e de forma regular desde 2015.

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