Cultura

Desfile central do Carnaval em Luanda abre hoje sem blocos de animação

Disputa entre todos é a máxima do desfile de hoje, no Carnaval de Luanda, que abre às 17h00, com o grupo União Povo da Samba, na Marginal da Praia do Bispo.

05/03/2019  Última atualização 19H06
Agostinho Narcíso

Nesta edição, não há blocos de animação, incluindo o Bloco Sol, que durante décadas tinha a responsabilidade de fazer o prelúdio, antecedendo a competição dos grupos.
Além do Bloco Sol, formado por uma selecção de percussionistas, dançarinos e intérpretes, que desfilavam sob gestão da comissão organizadora, o Carnaval de Luanda assiste este ano, também, à desistência de todos os blocos de animação: os blocos Vermelho, Azul, Verde e Branco. Quais as razões?
“No caso do Bloco Sol, são razões financeiras, não desejamos fazer Carnaval e depois termos dívidas”, afirmou ontem, ao Jornal de Angola, Manuel Sebastião, da organização, evocando ser o Carnaval possível, fazendo o essencial.
Por sua vez, o Presidente da República, João Lourenço, convidou, ontem, os angolanos a dançarem o Carnaval com espírito de paz e alegria. Numa publicação na sua página oficial do Facebook, o Chefe de Estado exortou a população a encher as ruas com canções e danças que exaltem as tradições do país.
Em plena entrada do século XXI, o Carnaval de Luanda registou um fenómeno contemporâneo que levou a questionar a forma peculiar de os grupos dançarem. Surgiu o Unidos do Caxinde, que competiu algumas vezes, e até venceu numa das edições, e os blocos de animação, que congregavam figuras públicas, embora desfilassem sem cariz competitivo.
Agora tudo acabou. Talvez razões financeiras. Mas, Carnaval é, também, fingimento, ou seja, ou foliões podem reinventar fantasias, alegorias, trajes e canções para participarem na festa de maneira menos onerosa, evitando custos elevados. Basta muita imaginação!
A disputa de hoje dá direito a 25 minutos de exibição para cada grupo, dos 18 em competição, o que se traduz em mais 7 horas e 30 minutos de dança, na avenida Dr. António Agostinho Neto. A competição é ligeira desde o primeiro grupo até ao terceiro, em que desfilam o União Povo da Samba, União Etu Mudieto e o União Juventude do Kapalanga.
O Entrudo “aquece” no quarto, com o grupo União Nzinga Mbandi, congrega milhares de foliões, entre quitandeiras, zungueiras, vendedores ambulantes, peixeiras, estudantes e moradores de Viana e Zango. Segue-se os grupos Geração Sagrada (Rangel), União Kiela (Sambizanga), União 54 (Maianga), União Recreativo Kilamba (Rangel), União Twabixila (Viana) e União Sagrada Esperança (Rangel).
Ainda do distrito do Rangel vão a seguir os grupos União Twafundumuka e União Giza, seguidos dos históri-cos União Mundo da Ilha (Ingombota) e União Kabocomeu (Sambizanga). A seguir, o grupo da Samba, União Nova Geração do Mar, o União 10 de Dezembro e o União Jovens da Cacimba, ambos da Maianga, e encerra com o União Jovens do Mukwaxi (Maianga).


Composição do júri da classe A (adultos)

 

O júri integra profissionais das artes e docentes do ensino médio e superior.


PRESIDENTE
José Moreno (Zeca Moreno)

DANÇA
Manuel V.D. “Maneco”
Nelson Augusto
Ilda Maria da Costa

CANÇÃO
José Moreno (Zeca Moreno)
Manuel da Graça
(Lito Graça)
José Gaspar (Mito Gaspar)

CORTE
Kayaya Júnior
Dina Simão
Elisabeth Santos
PAINEL
Jorge Gumbe
Masongi Afonso
Fransisco Van-Dúnem
(Van)

COMANDANTE
Armando Rosa
Manuel Claudino da Silva (Manuelito)
Carla Esmeralda Rodrigues

ALEGORIA
António Gonga
António Feliciano (Kidá)
Manuel Ventura

FALANGE DE APOIO
Jimmy Rufino
Domingos Cristo
Manuel Teixeira

Especial