A sociedade atribui aos seus membros, logo que o sopro de vida se inaugura no choro à distância do silêncio, edifícios assimétricos. A incrustação do fio de prumo varia, assim como o seu comprimento e peso. A construção da consciência de uns respira orientada à existência de auxílio. Em todas as fases que derem lugar à concretização dos próprios caprichos, apetites, sonhos e propósitos de vida, tenham em mente, de antemão, segundo a insistente observação da profecia ainda em anúncio, que apenas o azar bwé enorme lhes dará caminhadas só e só consigo mesmo.
A celebração da efeméride, para lá das actividades lúdicas, marcadas por realizações de festas e entrega de brinquedos à criança, deve ser considerada uma importante oportunidade para o exercício de reflexões que visem encontrar, com a máxima celeridade, os mecanismos mais eficientes e eficazes, que representem a materialização da felicidade das crianças, na sua plenitude.
Quando estive no Huambo por mor do Centro Cultural, todas as noites, na suite do hotel aparecia gente para tertúlia. Eram conversas sobre literatura, política, governança local, a escassez de bens de primeira necessidade e nunca faltava, de forma misteriosa, como se tivéssemos medo uns dos outros, sim, a conversa acabava no Tala.
Um feitiço novo. Quem produzia Tala era para fazer mal, um malefício arranjado por um ochilungula, não confundir com o médico, ochimbanda mais usado na corruptela quimbanda.
Eu tinha feito uma queda aparatosa que me deixou com dores no braço direito até ao ombro e voltei assim para Luanda, onde ainda ando a apanhar choques na fisioterapia da clínica.
O meu professor de piano que é um místico, um dia destes abanou a cabeça e falou: "pode ser Tala e se for eu posso trazer um parente que trata isso.” Fiquei intrigado. Depois tentei investigar feitiços, ondyangu, ochilungula, owanga. Passei para feitiços de feridas, olonanda, outro para inflamação olombando.
Observei vídeos como populares do Huambo e todos acreditam no Tala que a pessoa pisou e a perna começa a apodrecer. Pode ser um pó, pau ou palavras que se compram. Então tem gente que vende Tala…
No Huambo realizou-se um debate no ISPSN: A Tala, Causas e Implicações nas Relações Humanas. Estiveram presentes Sua Majestade Tchongololo Tchongonga, Padre Alfredo Thimbinda, Dr. Pedro Roberto e Jair Costa.
" O Tala é um fenómeno bastante presente nas comunidades angolanas. É definido como sendo pragas ou um objecto qualquer, que pode ser pó, pau ou palavras maldizentes, que podem ser adquiridas nas praças ou entregues por um quimbandeiro, curandeiro ou feiticeiro durante uma consulta tradicional.
Mas que confusão…o quimbanda já não é da medicina tradicional e se "a coisa” é vendida nas praças…é um problema de polícia. Mas tomemos atenção à sabedoria de Domingos Capitão. "TALA (Feitiço) Tala (ou otala em língua nacional Umbundu) manifesta-se como uma dor local, picante, (parecendo estar-se na presença de jindungo ou pimenta), inflama o local afectado chegando a mudar a coloração da pele (…)
Muitas pessoas acreditam que o tratamento não deve ser feito pela medicina convencional, mas pela tradicional (nos Curandeiros ou Quibandeiros).
Popularizou-se a ideia segundo a qual aquele que procurar a medicina convencional certamente "irá morrer”, por se tratar de uma doença de encomenda.
Nos hospitais, a medicina convencional quando se depara com essa situação receita anti-inflamatórios e anti-térmicos, para reduzir a dor. Se no prazo de 3 dias não houver nenhuma melhoria imediatamente se recomenda que o paciente procure a medicina tradicional (herbanários). Aliás, nos últimos dias, até médicos de outras nacionalidades, como cubanos, recomendam "curandeiros” já no primeiro encontro com um paciente.
O tratamento na medicina tradicional, normalmente consiste no seguinte: primeiro faz-se o teste para aferir se se trata de Tala ou não.
O paciente ingere um determinado líquido. O teste é positivo quando a dor e a inflamação começam a se expandir (dificilmente se tem teste negativo).
Por exemplo, se o paciente tiver tala do dedo, ao ingerir esse líquido, a dor e a inflamação tenderão a se expandir pelo braço a fora, ou seja, a expansão do veneno.
Os tipos mais comuns do Tala são; Tala do pé, dedo, cabeça, peito, braço e testículos.
Afirma-se que as Talas podem ser compradas nos mercados informais. O preço da Tala do pé, por exemplo, custa 30.00 kz., do braço 150 kz (USD 1,50).” E vamos parar porque a seguir vem a dissertação religiosa…
É admirável como este "sábio” produz tanta confusão, falando até em vender doença. Perguntei a um professor universitário do Huambo e ele usou a dúvida metódica como aquela das bruxas…não acredito, mas que as há, lá isso há!
Resumindo e concluindo: o Tala ou a Tala é um embuste para a malta andar sempre com as mãos nos testículos…
A existir, trata-se de um envenenamento. De um crime. O veneno vende-se. Mas, finalmente, por aqui, o Administrador do Mercado dos Kwanzas, Arsénio Gonçalves, diz que apesar de não se provar a prática, recentemente no mercado foram detidas duas cidadãs, que comercializavam estes medicamentos.
No entanto o mestre de saúde pública, Agostinho Jeremias, explica como se propaga o famoso Tala, que é conhecido cientificamente como Celulite…
É preciso chamar Domingos Capitão, prender vendedores do veneno e acabar com este embuste pré-científico. Envenenamento é crime. Isto é matéria para as autoridades. Seguremos bem os tomates com as duas mãos e chega pra lá Tala! Não há nenhum feitiço no dicionário com esse nome.
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