Por conta de algum ajuste da pauta aduaneira, concretamente relacionada com a taxação dos produtos de uso pessoal, nos últimos dias, a Administração Geral Tributária (AGT) esteve, como se diz na gíria, na boca do povo. A medida gerou uma onda de insatisfação e, sendo ou não apenas a única razão, foi declarada a suspensão daquela modalidade de tributação, nova na nossa realidade.
Persigo, incessante, mais um instante para privilegiar o sossego. Para a parte maior da raça humana, pondero tratar-se da necessidade que se vai evidenciando quando a tarde eiva as objectivas da vida. Rastos de águas passadas há muito direccionam o moinho para a preciosidade do tempo.
A sexualidade tem sido, ao longo dos tempos, objecto de diversas abordagens do ponto de vista moral, estético, filosófico, artístico e literário.
Na dimensão histórico-cultural está subjacente na história da humanidade e fundamenta-se em função do modo de vida de cada sociedade.
Por via disso, a sua importância radica no desenvolvimento e na vida das pessoas, consubstanciado na socialização. Outrossim, as sociedades devem garantir que os sobreviventes e as pessoas em risco de violência tenham acesso ao apoio, incluindo serviços de saúde, jurídicos, assistência económica e psicossocial, sobretudo.
E está associado, sobretudo, às convivências individuais, na forma como cada um resolve esta necessidade fisiológica e as justifica com a requerida responsabilidade e a maturidade que se impõe.
As opções afectivas consubstanciam-se no estado biológico (masculino, feminino ou intersexo) e na identidade sexual, compatibilizando-se no perfil sobre o comportamento sexual.
Assim sendo, será tão importante debater a sexualidade para se reforçar a elaboração de princípios e valores promotores da sexualidade saudável e responsável como cidadania, respeito, co-responsabilidade e reciprocidade.
Para o fortalecimento destas acções (ciclos de formações), será indispensável a contribuição das autoridades tradicionais e de especialistas para os esclarecimentos de natureza intercultural, antropológica, histórica, sexológica, sociológica, psicológica, psiquiátrica, jurídica e criminalística para, de um modo geral,se evitarem rupturas na progressão da qualidade de vida sexual duma geração que também deve, com dignidade, desenvolver este acto de forma consentida, saudável e com equilíbrio emocional.
Segundo Foucault, "A identidade das pessoas estaria cada vez mais ligada à sua sexualidade, uma vez que ela é defendida através de valores éticos, sociais, culturais, religiosos, biológicos e psicológicos”.
Os factores acima referidos postulam o ser humano caracterizando-o em relação à sexualidade, assim como no posicionamento de interpretar o universo.
Por isso, na perspectiva trivial, o objectivo principal da educação sobre o abuso sexual é proporcionar às crianças e aos adolescentes uma vida sexual de forma segura e protegida.
Por força das circunstâncias e alarmantes consequências, evocamos as crianças ou menores que, infelizmente, não têm escapado à fúria desses maníacos sexuais.
Assim sendo, releva-se a violência em espiral e apresenta-se na forma de agressão sexual, física e psíquica.
O SOS é um imperativo à responsabilidade de cuidar do seu próprio corpo, para que não ocorram situações futuras indesejáveis, como contracção de doenças venéreas ou gravidez precoce.
Esta prática, normalmente involuntária, muitas vezes ocorre precocemente e à margem dos padrões socioculturais de cada jurisdição territorial.
A nível global apregoa-se que os meios de comunicação, entre tantos outros, utilizam o sexo para chamar a atenção das pessoas e acabam por estimular e criar curiosidades precoces extensivas às inocentes crianças/menores, o que dificulta bastante o seu processo de consciencialização e responsabilidade individual, sobre assuntos desta natureza.
De um modo geral, estas evidências trágicas têm traumatizado a sociedade.
Nesta base, a sociedade civil, as instituições religiosas e outros parceiros idóneos, vistas como reservas dos mais elevados e nobres valores cívicos e morais, devem partilhar as questões conducentes a mitigar estas atrocidades (trauma da violência sexual e outros).
Defendemos o reforço de abordagens pedagógicas e sistemáticas com temas diversificados e contextualizados exercício de abordagens de interacção nos jangos de aconselhamentos, nas aldeias, vilas, cidades e nos bairros, sob supervisão das instituições locais do Estado (administrações municipais, distritais e comunais), de forma a terem uma atenção profissional adequada e coerente, face às dúvidas e manifestações que os apoquenta, sobre o apoio e a protecção das famílias contra os abusos sexuais.
O abuso sexual é uma das formas de violência mais primitivas cometidas pelo ser humano.
Com modesta compreensão, entenda-se que o eventual défice sobre a protecção aos vulneráveis e da educação sexual as torna vítimas predilectas e propensas aos desumanos, chegando ao ponto de as mutilarem ou mesmo levá-las à morte prematura.
Por isso, à protecção primária infanto-juvenil impõe-se maior atenção. Porque, salvo melhores opiniões, as molduras penais actuais sobre essa matéria são tão brandas que não desincentivam o cometimento de tamanhas barbaridades contra as indefesas crianças e adolescentes.
Este entendimento resulta de um quadro sombrio que está a desfigurar os padrões socioculturais do país. E as suas consequências têm de ser analisadas a nível da micro célula da família, mas também ao nível macrossocial, pois ambos funcionam como interface entre outros sistemas sociais.
A vida, eivada de competência comportamental, é um complemento de coisas misericordiosas, sobretudo na dimensão interrelacional. Se permitirmos a violência contra o futuro da nação, estaremos a sinalizar a expansão da prevalência de transtornos de personalidades.
*Psicólogo
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginEm diferentes ocasiões, vimos como o mercado angolano reage em sentido contrário às hipóteses académicas, avançadas como argumentos para justificar a tomada de certas medidas no âmbito da reestruturação da economia ou do agravamento da carga fiscal.
O conceito de Responsabilidade Social teve grande visibilidade desde os anos 2000, e tornou-se mais frequente depois dos avanços dos conceitos de desenvolvimento sustentável. Portanto, empresas socialmente responsáveis nascem do conceito de sustentabilidade económica e responsabilidade social, e obrigam-se ao cumprimento de normas locais onde estão inseridas, obrigações que impactam nas suas operações, sejam de carácter legal e fiscal, sem descurar as preocupações ambientais, implementação de boas práticas de Compliance e Governação Corporativa.
A ideia segundo a qual Portugal deve assumir as suas responsabilidades sobre os crimes cometidos durante a Era Colonial, tal como oportunamente defendida pelo Presidente da República portuguesa, além do ineditismo e lado relevante da política portuguesa actual, representa um passo importante na direcção certa.
O continente africano é marcado por um passado colonial e lutas pela independência, enfrenta, desde o final do século passado e princípio do século XXI, processos de transições políticas e democráticas, muitas vezes, marcados por instabilidades, golpes de Estado, eleições contestadas, regimes autoritários e corrupção. Este artigo é, em grande parte, extracto de uma subsecção do livro “Os Desafios de África no Século XXI – Um continente que procura se reencontrar, de autoria de Osvaldo Mboco.
O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
A judoca angolana Maria Niangi, da categoria dos -70 kg, consegui o passe de acesso aos Jogos Olímpicos de Verão, Paris'2024, ao conquistar, sexta-feira, a medalha de ouro no Campeonato Africano de Judo que decorre na Argélia.
A representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola, Denise António, destacou, sexta-feira, em Luanda, a importância do Governo angolano criar um ambiente propício para a atracção de mais investidores no domínio das energias renováveis.
O Governo do Bié iniciou a montagem de um sistema de protecção contra descargas atmosféricas nos nove municípios da província, pelo elevado número de pessoas que morreram nas últimas chuvas, devido a este fenómeno, garantiu, sexta-feira, o governador Pereira Alfredo.
Nascido Francis Nwia-Kofi Ngonloma, no dia 21 de Setembro de 1909 ou 1912, como atestam alguns documentos, o pan-africanista, primeiro Primeiro-Ministro e, igualmente, primeiro Presidente do Ghana, mudou a sua identidade para Nkwame Nkrumah, em 1945, com alguma controvérsia envolvendo o ano de nascimento e o nome adoptado.
Em quase toda parte da cidade de Luanda, bem como em outras cidades de Angola, é comum ver mototáxis circulando. Em busca de melhores condições de vida, Augusto Kalunga viu-se obrigado a se tornar um mototaxista, superando o preconceito de familiares e amigos para garantir o sustento da sua família e cobrir outras necessidades.