O Presidente João Lourenço recebeu, sexta-feira, em audiência, em Lisboa, o ex-Primeiro-Ministro português, António Costa, que foi agradecer, pessoalmente, o Chefe de Estado angolano pela "excelente relação" que foram mantendo ao longo dos oito anos que esteve à frente do Governo.
A República Popular da China vai continuar a apostar numa cooperação com Angola, baseada em investimentos e financiamentos, implementação de infra-estruturas de apoio às empresas chinesas, para desenvolverem projectos que ajudem os angolanos a alcançar a modernização agrícola, industrialização e diversificação económica, assegurou, sexta-feira, em Luanda, o embaixador chinês no país, Zhang Bin.
O diplomata asiático, que falava em conferência de imprensa, no âmbito de um balanço sobre as incidências da visita de Estado do Presidente João Lourenço, destacou, entre os resultados produtivos do encontro dos dois Governos, a "elevação das relações China-Angola para uma parceria de cooperação estratégica global”.
A nova realidade da cooperação bilateral, segundo o embaixador chinês, demonstra, plenamente, o desejo, a determinação e a confiança de ambos os países em aprofundar as relações, que se tornam "mais ricas, maduras e firmes”.
O facto de Xi Jinping e João Lourenço terem testemunhado a assinatura de mais de dez instrumentos jurídicos de cooperação bilateral, em diversas áreas, acrescentou o diplomata, assinala o expandir da cooperação mutuamente benéfica para os dois países.
A realização "com sucesso”, em Pequim, do Fórum de Negócios China-Angola, acrescentou Zhang Bin, com a participação de "mais de mil empresários de diversos sectores de Angola e da China”, representa, também, a prova evidente do actual estágio em que se encontram as relações bilaterais.
"O balanço de tudo, conforme mencionado pelo Presidente João Lourenço, são mais empregos para a juventude e bem-estar para as famílias”, assegurou o embaixador chinês, para em seguida sublinhar que as partes concordaram em reforçar, igualmente, a relação bilateral nos sectores da Cultura, Turismo, Educação, Comunicação Social, Desportos, Saúde Pública e em outros domínios de interesse comum.
Negociação da dívida
Instado a abordar a questão da dívida angolana à China, Zhang Bin confirmou que Angola efectuou negociações com instituições financeiras chinesas, tendo assegurado que as duas partes atenderam os "consensos” sobre optimizar os mecanismos de amortização da dívida, com benefícios mútuos.
"A dívida entre a China e Angola é transparente e todos podem pesquisar no site do Banco Nacional de Angola sobre os detalhes e o volume da dívida”, explicou.
Zhang Bin considerou, por isso, que os dois Estados se apresentam como "bom exemplo de negociação amigável e diálogo amistoso”, sobretudo pela forma diplomática e aberta como têm sabido resolver o assunto.
Paz e estabilidade
O embaixador chinês revelou que a China "estima” o engajamento do Presidente João Lourenço em promover, activamente, conversações de paz sobre temas internacionais e regionais, tendo destacado as intervenções do Chefe de Estado angolano na questão da resolução do conflito no Leste da República Democrática do Congo (RDC).
"A China apoia os países e povos africanos na resolução dos problemas africanos à maneira africana e na salvaguarda da paz e da estabilidade regional”, referiu.
Zhang Bin afirmou, ainda, que o Presidente João Lourenço reiterou o apoio de Angola ao princípio de uma só China, reconhecendo que Taiwan é uma parte integrante e inalienável do território chinês, expressando confiança na resolução satisfatória do impasse persistente naquele território.
Relação Angola-EUA
O diplomata chinês deixou claro que a aproximação de Angola aos Estados Unidos da América (EUA), através de parcerias como a estabelecida no Corredor do Lobito, não representa uma preocupação para o Governo da República Popular da China.
A escolha de parceiros "é um direito do Governo angolano e ninguém pode interferir nesta cooperação com o exterior”, sublinhou Zhang Bin, para ressaltar que a China fica "muito feliz” em ver outros países a investirem em Angola.
"No princípio diplomático da China, não interferimos nos assuntos internos de outros países. Angola tem os seus próprios direitos de escolha sobre os parceiros. Ninguém tem o direito de criticar ou interferir”, asseverou.
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