Opinião

Uma relação muito especial

Angola e Portugal colocaram, segunda-feira, mais um degrau nas boas relações de cooperação, ao assinarem 13 novos instrumentos jurídicos, no âmbito da visita oficial de dois dias do Primeiro-Ministro português, António Costa, a Luanda.

06/06/2023  Última atualização 08H56

Finanças, Ensino Superior, Infra-estruturas, Comunicação Social e Defesa são as áreas em que se circunscrevem os instrumentos jurídicos assinados. Inclui, igualmente, o Memorando de Entendimento entre a Administração dos Portos de Sines e do Algarve (Portugal) com a Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande (Angola) e o Protocolo de Cooperação Técnica Bilateral entre o Instituto Angolano das Telecomunicações e a Autoridade Nacional de Comunicações Portuguesa.

Entretanto, o grande destaque entre os instrumentos assinados vai para o Programa Estratégico de Cooperação (PEC) 2023-2027, que reforça a linha de crédito Portugal-Angola. A nova linha de crédito está avaliada em 500 milhões de euros, mas a este valor acresce-se o saldo ainda existente de 250 milhões do PEC anterior, segundo o Primeiro-Ministro português. A linha de crédito Portugal-Angola é, assim, alargada dos actuais 1,5 mil milhões de euros para 2 mil milhões.

Quanto ao novo PEC vai continuar a privilegiar áreas como Educação, Saúde, Justiça e Segurança. O PEC anterior (2018-2022), na ordem de 535 milhões de euros, teve uma taxa de execução global de 122 por cento.

Com a visita do Primeiro-Ministro português a Angola espera-se o reforço das relações de amizade e de cooperação económica entre os dois países que, segundo o Presidente João Lourenço, "nunca estiveram tão bem”. Em entrevista à Lusa e ao jornal Expresso, na véspera da visita de António Costa, o Titular do Poder Executivo ressaltou, entretanto, que se precisa aumentar o investimento português em Angola e o angolano em Portugal.

Ontem, durante as conversações entre as delegações de Angola e Portugal, o Presidente João Lourenço disse que gostaria de ver maior investimento privado directo dos empresários portugueses nos sectores do Agronegócio, Pescas, Hotelaria, Turismo, Comércio, Construção Civil, Imobiliária, Indústria e outros.

João Lourenço convidou os empresários lusos a habilitarem-se, também, ao processo de privatizações de activos do Estado angolano. Um convite que, em nosso entender, se enquadra na boa relação entre Angola e Portugal, que António Costa considerou "muito especial, madura e até cúmplice”.

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