Opinião

Travemos, todos, a exploração ilegal de madeira!

Os recursos florestais, de Cabinda ao Cunene, estão sob forte pressão. Esta realidade resulta da crescente procura pelos produtos da flora, fundamentalmente, a madeira, da expansão demográfica, do crescimento económico, entre outras variáveis.

17/04/2024  Última atualização 07H10
Em tempos, foram feitas denúncias preocupantes sobre a forma desenfreada como a exploração de madeira sucede em muitas partes do país, tendo servido de aviso às autoridades angolanas de um quadro que importa(va) alterar enquanto estávamos na fase primária dos níveis de alerta, que se multiplicavam ao ponto de, muitas vezes, serem difundidas informações, partilhados vídeos e imagens que ilustravam uma realidade perante a qual não se aconselhava a indiferença, muito menos a não tomada de medidas. O corte desenfreado da madeira, desprovido de um programa de "repovoamento florestal” que garantisse alguma sustentabilidade,  levou as autoridades a despertar. E, atendendo à bíblica ideia segundo a qual "há tempo para tudo”, oportunamente, as instituições do Estado demonstraram, por actos, que vão inverter o quadro, a julgar pela recente posição assumida pelo ministro da Agricultura e Florestas, manifestada no Cuando Cubango.

Durante uma jornada de trabalho que realizou no sábado, 13, na  supra mecionada província, António Francisco de Assis anunciou que "o Governo vai implementar medidas duras para travar a exploração ilegal de madeira”.

Sabemos todos que a missão tem carácter de urgência, porque determinadas regiões de Angola sofreram uma depredação florestal acentuada, tal como denunciavam os relatos provenientes de algumas regiões do país.

Acreditamos que o cenário, as informações e os relatórios que encontrou na referida localidade levaram o ministro não apenas a anunciar a intenção de se reverter o actual quadro de exploração desenfreada de madeira, mas também lembrar que há vários processos - crime em tribunal.

Isto para ficar claro que têm sido tomadas numerosas medidas judiciais, que demonstram a perseguição contra os que insistem em "cometer crimes contra a flora”.

É verdade que as medidas duras deverão ser, sempre e preferencialmente, acompanhadas de abordagens pedagógicas que visam sensibilizar a população sobre o que está em jogo com a exploração ilegal de madeira.

O quadro negro que a flora angolana apresenta, resultado da acção humana, reflecte a cada vez mais profunda postura de insensibilidade que o homem, enquanto ser pensante, demonstra em relação a uma dádiva, cujo valor natural e ambiental é fundamental para a sua sobrevivência. 

Em função do discorrido, fica aqui o repto, junto da opinião pública angolana, para a cultura da denúncia como uma das formas de se fortalecer o combate contra a exploração ilegal de madeira. Os actuais números desta prática  em Angola indicam quase uma situação de emergência pela qual todos nos devemos mobilizar para a defesa dos recursos florestais, alguns deles em situação de perda irreparável para a flora.

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