Assinalou-se esta semana os cinquenta anos do 25 de Abril e também do início do processo de descolonização das chamadas colónias portuguesas em África. Passados cinquenta anos, dificilmente poderíamos imaginar que chegássemos ao nível de glorificação do Colonialismo e elogio da civilização colonial português a que se assiste no espaço público angolano.
A vandalização de bens públicos tomou contornos alarmantes. Quase todas as semanas, são reportados casos do género.Bens ou infra-estruturas que consumiram avultadas somas em dinheiro para serem construídos, são destruídos, quer para a busca fácil de dinheiro, quer por pura maldade. Os sectores da Energia e Águas, Transportes, Telecomunicações, Saúde e Educação têm sido os principais alvos.
Não era rico em dinheiro, mas esbanjava e ostentava o imenso amor que tinha pelos filhos. Foi a pessoa mais carinhosa que conheci. E o que mais incentivava os filhos a crescer e a sentirem-se bem consigo mesmos.
Ao lado do meu pai a auto-estima de qualquer um se elevava, tal era a postura positiva, divertida e sorridente que ele tinha. Todos queriam estar ao seu lado. Era frequente vê-lo cercado de jovens e adultos do bairro Mártires do Kifangondo, onde residia.
Nunca o vi arrancar um fio de cabelo a um filho. O meu pai não batia nos filhos. Só conversava. Não sei o que é receber um puxão de orelhas de um pai. É ele o responsável pelo excesso de mimos e pela enorme sensibilidade que tenho.
"És muito linda e inteligente, filha. O homem que ficar contigo é um sortudo”, dizia-me várias vezes. Eu acreditei. Quem me disser que sou feia e burra estará a contrariar a opinião do meu pai que, para mim, estava acima de todas as opiniões.
Graças ao melhor pai do mundo nunca desisti do sonho de ser jornalista e de trabalhar no Jornal de Angola.
Quando consegui, finalmente, realizar tal desejo de infância, o meu progenitor já não estava entre nós. Já descansava há três anos junto do Senhor.
O meu pai também não me viu tornar-me jornalista de primeira, subeditora e editora no jornal que lia diariamente. Imagino a alegria que teria, se hoje fosse vivo.
Nunca ofereci um jornal ao meu pai. Quando ele partiu eu nem sequer trabalhava, ainda. Não teve a oportunidade de ler um texto meu. Tenho a certeza que gabar-se-ia diante dos familiares e amigos se algum dia visse num exemplar do Jornal de Angola um texto assinado por mim.
Pensei no meu pai no dia em que, surpreendentemente, no meio de tantos jornalistas que admiro e respeito, alguns nos quais me inspiro, vi o meu nome ser anunciado como vencedora do Prémio Nacional de Jornalismo. Chorei por dentro. O que diria e o que faria o meu pai, se estivesse vivo? Certamente daria uma festa de arromba. A vida para ele era uma festa e as pequenas conquistas dos filhos eram motivo de grandes comemorações.
É nesse pai que penso quando nascem os meus filhos. Se estivesse vivo, certamente os colocaria nos ombros como o fazia com a minha sobrinha Sidnara (filha mais velha da minha irmã Nunucha).
É do pai que recebemos, a par do amor, a segurança, a confiança de que podemos e somos capazes de fazer mais e melhor.
Pai é símbolo de força, é voz de comando, é sinónimo de liderança e amor.
Para mim, o meu pai foi a melhor pessoa do mundo. A que mais amor e carinho me demonstrou e a maior perda que algum dia tive.
Entretanto, não lamento. Agradeço a Deus por um dia ter colocado esse homem bondoso na minha vida.
Onde quer que esteja, que a alma do meu pai descanse em paz.
"Honra o teu pai por teus actos, tuas palavras, tua paciência, a fim de que ele te dê a sua bênção, e que esta permaneça em ti até o teu último dia.”
Eclesiástico 3: 9-10
A todos desejo, antecipadamente, um feliz Dia do Pai.
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