Opinião

Reflexões sobre a lepra

O Dia Mundial da Lepra, instituído pelas Nações Unidas em 1954, foi assinalado, ontem, em todo o mundo com várias manifestações.

30/01/2023  Última atualização 06H00

A lepra, também conhecida por Hanseníase, em memória do médico que descobriu o bacilo responsável pelo seu surgimento, em 1873, o holandês Gerhard Hansen, é uma doença infecciosa crónica e contagiosa, que afecta os nervos do corpo e da pele. É curável embora necessite de um longo período de tratamento.

O Dia Mundial dedicado a essa doença costuma constituir ocasião propícia para se chamar a atenção do mundo inteiro sobre a enfermidade, os cuidados a ter para evitar, bem como as consequências que representam para a sociedade e para a economia dos países.

É comum associar-se a sua origem, entre outros factores, a pobreza e outras condições a ele inerentes, como sendo a escassez de água potável, bens de higiene pessoal e do meio e de alimentos nutritivos. Bens que muitas pessoas não têm facilidade de acesso por várias razões. E quando a doença atinge uma determinada área são gastos enormes que são feitos para debelar a situação ou, no mínimo, atenuá-la.

Os números de casos da doença são ilustrativos da preocupação a ter com ela.

Dados disponíveis indicam que em 2021, foram diagnosticados mais de 140.000 casos a nível mundial, uma cifra considerável e, a todos os níveis, preocupante.

Os Estados são instados pelas organizações internacionais a colocarem nas suas políticas essa situação, tendo em vista a sua redução a uma taxa de, pelo menos, 0,5 doentes para dez mil habitantes.

Muitos Estados assumiram o compromisso, mas essa acção precisa muito da colaboração e cooperação da sociedade, pois um dos grandes problemas é a estigmatização que faz com que muitos doentes sejam abandonados pelas famílias e pelos membros das comunidades onde estão inseridos. Isso dificulta grandemente o tratamento, mais ainda quando os casos são levados às unidades sanitárias em fases já bastante avançadas.

É nessa perspectiva que as autoridades sanitárias angolanas têm feito, continuamente, um árduo trabalho de sensibilizar a população para participar cada vez mais no processo de reintegração de pessoas infectadas pela lepra. É um trabalho, diga-se de passagem, nada fácil de mentalizar as pessoas para pensarem de forma diferente.

A par disso, é de louvar o esforço do Executivo, por meio do Ministério da Saúde, nos esforços que está a empreender para reduzir os indicadores, promovendo o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno, a partir das unidades primárias de saúde.

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