Política

País vai ter seis monumentos em honra aos heróis nacionais

Carlos Paulino e Lourenço Bule | Cuito Cuanavale

Jornalistas

O ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, anunciou, sábado, no município do Cuito Cuanavale, província do Cuando Cubango, que o Executivo vai construir seis memoriais e monumentos históricos que serão locais de justa homenagem aos heróis nacionais.

24/03/2024  Última atualização 08H25
Ministro João Ernesto dos Santos anunciou acções com vista a valorizar os ex-combatentes © Fotografia por: Dombele Bernardo| Edições Novembro
João Ernesto dos Santos "Liberdade”, que falava durante o acto central das celebrações do 36º aniversário da Batalha do Cuito Cuanavale e 6º aniversário do Dia da Libertação da África Austral, explicou que os memoriais e monumentos históricos nestas províncias serão construídos nas localidades de Ntó (Cabinda), Ebo (Cuanza-Sul), Cahama (Cunene), Kangamba e Karipande (Moxico) e Dala (Lunda-Sul).

O governante destacou que estas infra-estruturas serão consideradas acervo histórico-militar angolano, bem como visam reafirmar os princípios defendidos pelo Guia Imortal da Revolução Angolana, o Presidente António Agostinho Neto, que nas suas premonições internacionalistas defendia que na Namíbia, no Zimbabwe e na África do Sul estava "a continuação da nossa luta”.

João Ernesto dos Santos "Liberdade” referiu que é com base na valorização dos heróis nacionais que serão construídos os memoriais, monumentos e sítios históricos, no sentido de eternizar o contributo que os antigos combatentes deram para que o país vivesse hoje num clima de paz e de desenvolvimento socioeconómico.

O ministro fez saber que para o efeito, o Executivo, por via do seu departamento de Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, está a levar a cabo um levantamento de monumentos, memoriais e sítios de interesse histórico-militar, perspectivando-se a construção de estruturas afins, em memória dos combatentes que se bateram heroicamente de armas na mão pela causa mais nobre do povo angolano, muitos dos quais não declinaram o sacrifício da própria vida.

O ministro da Defesa Nacional acrescentou que este processo decorre no âmbito do decreto 718/2021, de 13 de Setembro.

O governante sublinhou que o país, aos poucos, se vai erguendo em vários domínios, apontando que a diversificação da economia é um facto, razão pela qual todos devem redobrar esforços no desempenho das suas funções para que, tão rápido quanto possível, se possa inverter o quadro desafiador com que os angolanos ainda se deparam, sobretudo do ponto de vista económico e social.

"Já ficou para a história a época penosa em que, como consequência da guerra atroz, passávamos a maior parte do dia a contemplar o mar e o ar, na perspectiva de vermos chegar um navio ou avião com alguns grãos de arroz e fuba de milho”, assinalou.

Nesta etapa da história, realçou, do mesmo modo que os angolanos tiveram a capacidade de mobilizar forças para fazer a guerra e vencer, tem de ter a mesma capacidade para enfrentar a luta para o crescimento e desenvolvimento económico do país, certos de que têm de iniciar na agricultura como base e a olhar a indústria como factor decisivo, como muito sabiamente ensinou o Presidente António Agostinho Neto.

João Ernesto dos Santos "Liberdade” afirmou que o alcance de tal objectivo exige não só  a boa vontade dos camponeses, mas também e sobretudo a capacidade dos técnicos agrários, por um lado, e, por outro,  os meios técnicos que garantam, na actualidade, a realização dessa actividade, com a perspectiva de resultados mais conseguidos.

O ministro realçou que neste domínio, o país já tem algumas experiências positivas, particularmente nas Forças Armadas Angolanas (FAA), onde os perímetros agrícolas de Camacupa, na província do Bié, Manquete (Cunene) e o projecto agro-industrial da fazenda Samba Lucala (Cuanza-Norte), são os exemplos mais evidentes.

João Ernesto dos Santos "Liberdade” salientou que, a par dos projectos enumerados, existem outros que concorrem para a melhoria das condições de vida dos ex-militares, no geral, e dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, em particular, que organizados em cooperativas agropecuárias e agroindustriais são os maiores beneficiários dos meios técnicos, como tractores, que o Executivo vai continuar a adquirir para apoiar os assistidos, em reconhecimento dos relevantes serviços prestados à Pátria.

O governante expressou os sinceros agradecimentos aos notáveis convidados que se dignaram estar presentes no acto central do 36º aniversário da Batalha do Cuito Cuanavale, particularmente o corpo diplomático dos Estados-membros da SADC e dos que constituíram a Troika de Observadores ao longo do processo de pacificação do país, assim como aos representantes de Cuba, país que nos mais distintos momentos da História de Angola sempre prestou o seu apoio e solidariedade.

O ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria aproveitou a ocasião para render uma singela homenagem ao tenente-general António Valeriano, falecido no ano passado, e que foi um dos principais protagonistas da vitória da Batalha do Cuito Cuanavale.

  Marco além-fronteiras

O governador do Cuando Cubango, José Martins, disse que a vitória da Batalha do Cuito Cuanavale é um marco que ultrapassa as fronteiras do país, através dos seus feitos, que culminaram com uma África Austral livre das forças opressoras.

José Martins destacou que tal facto fez com que um total de 180 jovens das 18 províncias do país se deslocassem ao Cuando Cubango com o intuito de ouvirem, na  primeira pessoa, as facetas da Batalha do Cuito Cuanavale, através de palestras realizadas nos dias 21 e 22 do mês em curso, subordinadas ao tema "Antecedentes políticos, económicos e militares, no contexto nacional, regional e internacional da Batalha do Cuito Cuanavale” e "A Batalha do Cuito Cuanavale e seu impacto” na região e no mundo.

Para o governante, a realização de certames do género fará com que a história sobre a Batalha do Cuito Cuanavale seja, cada vez mais, divulgada, para que as actuais e as futuras gerações conheçam o que de facto se passou, por constituir um marco importante na vida dos povos da África Austral e de Angola em particular.

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