Opinião

Os ajustes de contas nas nossas escolas

O Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof) cancelou in extremis uma mobilização dos filiados para se manifestarem, e com toda a razão, contra o claro “crescendo” de violência protagonizada por familiares de alunos.

24/11/2023  Última atualização 06H10
Não se trata de casos isolados de professores que acabaram por sofrer actos contra a sua integridade física, mas um conjunto de casos que sucederam e tendem a suceder em algumas escolas.

O caso mais recente envolveu uma encarregada que acabou julgada e condenada, exemplarmente, por um dos tribunais de Luanda, num acto que, esperemos, sirva para desencorajar outros familiares que se julgam tentados a ajustar contas com os professores dos seus próprios educandos.

Embora sejam permanentemente advertidos a renunciar ao uso da violência para resolver problemas que, em muitos casos começam, exactamente, com actos de indisciplina dos seus educandos, alguns encarregados parecem comprometidos a regressar ao estado de natureza.

Obviamente que os professores não são perfeitos e alguns, fruto da dinâmica diária, de lidar com centenas de alunos, podem também incorrer em procedimentos disciplinares desaconselháveis e até reprováveis.

As medidas disciplinares, que variam muito de escola para escola, em princípio, servem para educar, orientar e disciplinar o próprio aluno, razão pela qual, e salvo nos casos flagrantes de excesso do poder disciplinar, os familiares deverão interpretar sempre que o último visa a melhoria da condição académica e social do educando.

Sob nenhum pretexto é admissível que os encarregados ou outros familiares invadam as escolas  para agredir os professores, regra geral, por situações disciplinares causadas pelos próprios dependentes e educandos.

As escolas são instituições regidas por regras internas, baseadas na Lei de bases do Sistema de Ensino e demais legislação em vigor em Angola que, como todos pretendemos, deve seguir em frente como um Estado de Direito. Lutar na escola por causa do filho ou filha, além de ser um acto indigno, pode-se revelar perigoso para o familiar que, ao desresponsabilizar o educando, incorrer que deve ser merecer a pronta intervenção da Brigada da Polícia Escolar

Trata-se de casos de polícia, por isso apelamos às famílias a mais contenção, a interagir com as direcções das escolas, em casos graves a recorrer às instituições e, mais importante, a fazer maior acompanhamento dos educandos. 

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