Joana Tomás manifestou satisfação com o projecto, durante a visita de 78 horas à província de Benguela, efectuada com o objectivo de constatar e interagir com as mulheres camponesas, no município sede (Benguela), Caimbambo, Cubal e Ganda.

Segundo a líder da organização feminina do MPLA, apesar de ser ainda um processo, os resultados da primeira fase do projecto são animadores, sublinhando que a OMA, com o evoluir do projecto, na segunda fase, conta com dois parceiros que estão a dar suporte ao trabalho em curso com material que as camponesas solicitaram.

O roteiro Kudima, esclareceu Joana Tomás, além de mostrar o que é feito pela agricultura familiar, também dá visibilidade ao trabalho das mulheres, sobretudo na transformação dos produtos agrícolas que chegam à mesa das famílias.

 No âmbito do programa, disse, está-se a distribuir, por meio da OMA e parceiros, máquinas de descasque, debulhadoras e outros equipamentos que fazem com que as mulheres deixem de malhar o feijão e o milho de forma tradicional e o façam com a ajuda de máquinas, que aumentam o rendimento.  A secretária-geral da OMA referiu, ainda, haver sinais de algumas agências bancárias que querem dar algum financiamento e microcrédito ao projecto.

Joana Tomás fez saber, também, que este trabalho já foi desenvolvido nas províncias do Norte do país e, com o mesmo propósito, cumpre-se a mesma agenda nas províncias da região Centro e Sul do país, integrada pelas províncias do Huambo, Bié e Cuando Cubango.

Projecto de alfabetização

Em Benguela, Joana Tomás lançou o projecto de alfabetização da Brigada Deolinda Rodrigues, no mercado das Tombas, a ser coordenado pela deputada e professora Deolinda Valiangula.

"Fomos ao encontro daquelas mulheres que transformam o peixe e, também, reaproveitam as suas vísceras para o fabrico de farinha”, explicou, para dar a conhecer que as mulheres fabricam, por dia, mais de duas toneladas de farinha de peixe e que precisam de moagens e compradores, para tirarem o produto do litoral para o interior.

 Resgate dos valores morais

A secretária da OMA para o Departamento de Promoção e Desenvolvimento da Mulher na província do Huambo reiterou que a organização vai continuar a aprimorar a capacidade organizativa a vários níveis, visando afirmar-se nos sectores da sociedade, com foco na educação e resgate dos valores morais no seio das famílias.

Ilda David Vitongue, que falava durante uma palestra alusiva às comemorações do Dia Internacional da Família, que se assinala hoje, sublinhou que a família constitui o primeiro factor de socialização, onde as mulheres são a principal força para a construção de sociedade harmoniosa.

"A família e a sua estrutura social ficaram fragilizados por causa do prolongado conflito armado que o país viveu, tendo como consequências a pobreza e traumas psicológicos, que afectaram os valores culturais, o que desencadeou uma grave crise cívica e ética”, esclareceu.

Para o psicólogo Frederico Tchivangulula, que dissertou na palestra o tema "Os valores da família”, existe a necessidade de se resgatar os valores morais e cívicos a nível da sociedade no Huambo, pelo facto dos jovens preferirem o modernismo em detrimento dos usos e costumes locais ou de matriz angolana.

"A internet, se bem usada, proporciona valências educacionais alargadas e conhecimentos positivos fundamentais para a construção da personalidade das crianças, bem como a simplificação do espaço geográfico, quando se pretende buscar hábitos e costumes humanizados de diferentes povos”, disse.