Opinião

O regresso a uma cooperação histórica com visão inovadora

A visita de estado que o Presidente da República, João Lourenço, efectua à República Checa reveste-se de um significativo valor histórico e relativo sentido de nostalgia para determinados compatriotas, que tiveram aquele país, ainda com a designação de República Socialista da Checoslováquia, como a pátria circunstancial em que viram realizado o sonho de formação académica e profissional.

22/02/2024  Última atualização 06H15
Jornalismo, Aviação, Medicina e Engenharias são das áreas mais notáveis em que muitos angolanos obtiveram qualificações, beneficiando de bolsas de estudo das autoridades angolanas, no quadro da cooperação da época, que enfrentou uma certa letargia motivada pelas metarmofoses na geopolítica estratégica mundial, marcada, sobretudo, pela queda do muro de Berlim e as consequências paralelas.

O factor da elasticidade temporária a que a diplomacia está permanentemente exposta, com avanços e recuos nas relações entre os Estados, determinou que este seja o momento próprio para o regresso à uma cooperação histórica com visão inovadora.

A aposta na República Checa, classificada pela ONU como o 14.º país no desenvolvimento humano ajustado à desigualdade, com uma economia avançada e elevados padrões de vida, reforça  a visão do estadista angolano em matéria da diplomacia que, neste caso, reflecte a revitalização e redinamização do espólio da cooperação diplomática entre Angola e a República Checa.

O foco no estabelecimento de uma cooperação mais sólida e efectiva nos mais variados domínios, com base em parcerias que resultem em reciprocidade de vantagens, é um dos factores de inovação associados ao designado no âmago desta reflexão.

Conhecida, dentre várias rarezas, pelos castelos ornamentados, bem como pelo grande número de construções góticas, renascentistas e barrocas, muitas das quais abrigam restaurantes e lojas, a República Checa mantém uma relação de intimidade com questões de turismo, segmento que Angola pode explorar, no âmbito da política de fomento deste sector, cuja importância decisiva nas economias mais avançadas é uma realidade.

A referência ao sector do turismo está alinhada ao  enorme potencial angolano da sua cultura, biodiversidade e clima, factores expressivos do elevado nível de atractividade, bem como a perspectiva de concretizar, efectivamente, o turismo como uma indústria.

Desta realidade, augura-se maior representatividade na contribuição ao PIB, alterando os dados de 2019, que atribuiram ao sector do turismo uma participação na ordem de 3%, de acordo com os resultados do estudo realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no referido ano.

Importa salientar que a República Checa tem uma comunidade científica altamente sofisticada, desenvolvida, de alto desempenho e orientada para a inovação. Considerando  que o Sistema Nacional de Inovação de Angola ainda apresenta limitações, destaca-se, da vista do Presidente da República, a necessidade de ser explorado este segmento para elevar a qualificação do capital humano, visando promover a interação entre os vários agentes de inovação.

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