A vandalização de bens públicos tomou contornos alarmantes. Quase todas as semanas, são reportados casos do género.Bens ou infra-estruturas que consumiram avultadas somas em dinheiro para serem construídos, são destruídos, quer para a busca fácil de dinheiro, quer por pura maldade. Os sectores da Energia e Águas, Transportes, Telecomunicações, Saúde e Educação têm sido os principais alvos.
Os sistemas educativos contemporâneos continuam com problemas para garantir que todas as crianças e jovens possam ter acesso a uma educação e formação que lhes permitam integrar-se plenamente nas sociedades.
Neste texto proponho-me a reflectir criticamente sobre os males que um dos fenómenos mais conhecidos e mais usados dos dias de hoje têm provocado, que são as redes sociais, concretamente o seu mau uso por parte de grande parte dos cidadãos, sobretudo os jovens.
Marco a veemência da minha ao uso irresponsável, pouco pedagógico, sem o mínimo de noção dos perigos que as redes sociais podem provocar.
As redes sociais surgem num quadro da revolução operada no domínio das chamadas TIC’s (Tecnologias de Informação e Comunicação). Elas podem constituir-se numa grande ferramenta de trabalho, de estudo, de investigação científica, de disseminação da fé cristã e crenças em outras correntes religiosas, de promoção de negócios, de supressão de distâncias físicas, dentre outras valências.
O problema é que as evidências e muitos estudos, principalmente em sociedades que se prestam a analisar o fenómeno com pesquisas científicas, têm demonstrado que as redes sociais se constituem hoje em dia em grande perigo para os valores ético-morais, para os bons costumes, para a coesão familiar, para a sã convivência entre pessoas e até para a fé cristã.
Elas vieram ajudar a ruir a solidez das famílias; aumentar a promiscuidade sexual, a ideia do imediatismo, da vida fácil, da cultura da invasão da privacidade das pessoas, da intromissão nas vidas alheias, na disseminação das "fake news” (notícias falsas), sem a mínima preocupação de se procurar saber das fontes, provocando o boato, a calúnia, a maledicência, o pânico, o medo, a incerteza e o desrespeito à pessoas e instituições.
As redes sociais são uma potente droga dos nossos tempos. Inseridas na internet, que são praticamente "a terra de ninguém”, elas desvirtuam o sentido da vida, construindo a imagem de um mundo que nos pode afastar das nossas responsabilidades.
Há um caso recentemente ocorrido na província do Namibe, em que um adolescente de 16 anos, degolou (matou por asfixia), dois de seus sobrinhos, por crença em práticas satanistas aprendidas na rede social Facebook.
Há novas figuras, novos protagonistas, como por exemplo, os "digital influencers” (influenciadores digitais), que são seguidos por muitos dos nossos adultos, mas principalmente jovens, não porque sejam modelos de boas condutas, por aquilo que fazem ou dizem mas,de modo geral até agridem a moralidade pública, brigam em locais públicos, atacam figuras públicas, divulgam imagens de actos sexuais explícitos e, mesmo assim, apresentam-se ou são apresentadas como grandes atracções desses tempos.
O importante hoje é quem vai postar primeiro e quantos "likes” (gostos) se vai receber.
Nesse contexto, o importante é ser notado e ser notado é fotografar, filmar e colocar nas redes sociais. Alguém está a ser agredido e a primiera acção das pessoas é filmar e postar e depois ver se dá para ajudar ou não.
Essa não deve ser a postura de um cidadão de bem, seja ele adulto, jovem, adolescente ou criança. Nessa nossa peregrinação na terra, devemos trabalhar para uma acção educativa enérgica, voltada aos valores que ajudem as velhas e novas gerações ao uso correcto e sábio das redes sociais.
Voltemos
às refeições em família, à transmissão dos bons hábitos e costumes das nossas
idiossincrasias culturais, de matriz bantu.Precisamos continuar a construir uma
Angola de paz, de harmonia, de coesão social e desenvolvimento humano, onde
todos tenham vez e voz. Tal objectivo só será plenamente alcançado se nossas
acções se fundarem numa moralidade que atente para o respeito ao próximo,
dentro de suas subjectividades, de suas opções de vida, de ser diferente.
*Sociólogo
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginPor conta de algum ajuste da pauta aduaneira, concretamente relacionada com a taxação dos produtos de uso pessoal, nos últimos dias, a Administração Geral Tributária (AGT) esteve, como se diz na gíria, na boca do povo. A medida gerou uma onda de insatisfação e, sendo ou não apenas a única razão, foi declarada a suspensão daquela modalidade de tributação, nova na nossa realidade.
Persigo, incessante, mais um instante para privilegiar o sossego. Para a parte maior da raça humana, pondero tratar-se da necessidade que se vai evidenciando quando a tarde eiva as objectivas da vida. Rastos de águas passadas há muito direccionam o moinho para a preciosidade do tempo.
Em diferentes ocasiões, vimos como o mercado angolano reage em sentido contrário às hipóteses académicas, avançadas como argumentos para justificar a tomada de certas medidas no âmbito da reestruturação da economia ou do agravamento da carga fiscal.
O conceito de Responsabilidade Social teve grande visibilidade desde os anos 2000, e tornou-se mais frequente depois dos avanços dos conceitos de desenvolvimento sustentável. Portanto, empresas socialmente responsáveis nascem do conceito de sustentabilidade económica e responsabilidade social, e obrigam-se ao cumprimento de normas locais onde estão inseridas, obrigações que impactam nas suas operações, sejam de carácter legal e fiscal, sem descurar as preocupações ambientais, implementação de boas práticas de Compliance e Governação Corporativa.
O Dubai vai começar a construir novos terminais no Aeroporto Internacional Al Maktoum, para convertê-lo no maior do mundo, com capacidade para mais de 260 milhões de passageiros, um projeto avaliado em cerca de 33.000 milhões de dólares.
Angola vai participar, quarta-feira, 1 de Maio, Cabo Verde, na celebração dos 50 anos de libertação dos presos políticos do campo de concentração do Tarrafal, símbolo da opressão e violência da ditadura colonial portuguesa.