Opinião

O flagelo do consumo de drogas no país

O presidente da Associação Nacional de Luta contra as Drogas (ANLD) apresentou, há dias, em Luanda, o relatório sobre o consumo de drogas em Angola, referente ao ano passado, com uma observação e recomendação que, não sendo novas nem surpreendentes, parecem oportunas e pertinentes.

13/03/2024  Última atualização 06H10
Seguramente, baseado no relatório, o líder associativo afirmou que os níveis de consumo estão a subir e que há necessidade de se reforçarem os mecanismos de sensibilização junto das famílias, das comunidades, escolas, igrejas, bairros e ruas, por todo o país. É verdade que os níveis de procura e consumo de drogas variam de região para região, de província para província, mas basta que o fenómeno afecte, ainda que minimamente, qualquer parte do país para que passemos todos a ficar preocupados.

O consumo de drogas é um flagelo social que precisa de ser prevenido, contido e combatido, preferencialmente, sempre, com métodos pacíficos, educativos e de sensibilização para que as pessoas adiram voluntariamente e, mais importante, se evite a sua proliferação.

Precisamos, eventualmente, de mais estudos, de pesquisas aprofundadas e conclusões apuradas sobre o consumo de drogas no país para aferirmos que segmentos são mais afectados, quais as causas de fundo que levam ao consumo de substâncias psico-activas e que mecanismos possam contribuir  livremente para o abandono.

Há vários tipos de droga, entre as ligeiras que ganham, hoje, contornos de substâncias para fins recreativos e as mais pesadas, cuja proibição ganha alguma unanimidade mundial quanto à interdição legal.

É verdade que quanto ao problema já todos sabemos da sua dimensão junto das  comunidades e inclusive a tendência altista do consumo entre os mais jovens, sendo importante, nesta altura, a busca das melhores soluções.

Acreditamos que está na hora de ensaiarmos, entre nós, soluções hospitalares, com uma eventual criação de clínicas de desintoxicação química, a exortação para a criação de iniciativas particulares de cariz associativo de auto-ajuda, entre outras diligências.

Uma das coisas mais esperadas por grande parte das pessoas afectadas pela dependência química é, regra geral, os gestos de solidariedade, o conhecimento e sentimento de que alguém se importa com a sua condição e quer ajudar no processo de recuperação.

Precisamos de acabar com o paradigma que vingou em muitas famílias, baseado na expulsão do seio familiar, exclusão do convívio e marginalização das pessoas dependentes das drogas, a favor do engajamento construtivo na direcção da recuperação.

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