Assinalou-se esta semana os cinquenta anos do 25 de Abril e também do início do processo de descolonização das chamadas colónias portuguesas em África. Passados cinquenta anos, dificilmente poderíamos imaginar que chegássemos ao nível de glorificação do Colonialismo e elogio da civilização colonial português a que se assiste no espaço público angolano.
A vandalização de bens públicos tomou contornos alarmantes. Quase todas as semanas, são reportados casos do género.Bens ou infra-estruturas que consumiram avultadas somas em dinheiro para serem construídos, são destruídos, quer para a busca fácil de dinheiro, quer por pura maldade. Os sectores da Energia e Águas, Transportes, Telecomunicações, Saúde e Educação têm sido os principais alvos.
Os avanços alcançados em torno do crescimento e desenvolvimento sustentável, reflectem uma viragem radical na forma com que as nações valorizam as questões ambientais, e nesta ordem de ideias, o conceito de sustentabilidade ESG (Environmental, Social, Governance), tal como é percebido hoje, representa uma viragem no pensamento dos líderes de organizações, relativamente a como as empresas devem ser dirigidas e quais os impactos esperados na matriz de sustentabilidade.
A matriz ESG é hoje um requisito importante em termos de planeamento estratégico das empresas e se consubstancia num conjunto de critérios utilizados para avaliar o desempenho de uma dada empresa em relação a questões ambientais, sociais e governamentais. De tal forma que, em muitos países o ESG é um indicador relevante para investidores e partes interessadas no impacto e na sustentabilidade das empresas, ou seja, a determinação do valor de mercado de uma empresa que antes se centrava exclusivamente na aplicação de metodologias de avaliação por Valor Patrimonial, Valor de Mercado, Múltiplos, Fluxo de Caixa Descontado, e contabilístico, considera nos dias de hoje, as políticas de ESG como um dos componentes de avaliação de empresas, especialmente em processos de fusão e de aquisição.
Nunca é demais dizer que realizar acções com sustentabilidade, também é dizer como crescer sem destruir o planeta, e hoje mais do que nunca, é ponto assente a necessidade de mudar urgentemente a relação entre as pessoas e a natureza. O actual modelo de criação de riqueza mundial prosperou à custa da degradação de recursos naturais e da desigualdade social, impedindo o crescimento sustentável da economia mundial.
Nas várias acções da ONU- Organização das Nações Unidas sobre os Oceanos, são abordadas com atenção sobre a problemática das questões ambientais, com a implementação de novas medidas que ajudam na preservação dos oceanos. Assim, de entre outras estratégias a serem adoptadas, é importante que os lideres políticos mobilizem parcerias quer por investimento estrangeiro ou local de forma a aumentar os investimentos em áreas inovadoras em defesa dos mares e oceanos, sem descurar o combate à acidificação da água, vejamos que há 400 mil anos, houve uma grande variação de dióxido de carbono na atmosfera, a partir da década de 1950 o nível de CO2 ultrapassou as 300 partes por milhão, chegando actuamente às 400 partes por milhão.
Outro tema de destaque na economia azul prende-se com a pesca ilegal, como a captura excessiva e desregrada e pesca de arrastão que constitui um desequilíbrio para o ecossistema, visto que a pesca deve ocorrer dentro dos limites sustentáveis. Muitos especialistas afirmam que a proibição da pesca de arrastão ocasiona o aumento da bio- massa, que é a quantidade de peixes em superfície, daí, que será útil uma verdadeira gestão destes recursos. Logo, mais do que a protecção da pesca ilegal, o grande desafio mundial prende-se com a redução da transmissão do dióxido de carbono e outros efeitos tóxicos na atmosfera de forma a se criar uma economia limpa e sustentável.
As métricas da sustentabilidade ambiental ajudam o investidor a entender o relacionamento com a natureza, e nesta perspectiva, exige-se maior atenção, sobre a forma como são tratados os resíduos como por exemplo, aqueles provenientes da indústria têxtil e até que ponto as empresas incorporam políticas de respeito aos impactos ambientais.
O sector têxtil ocupa a nível da economia mundial um lugar cada vez mais decisivo, na medida que gera postos de trabalho e contribui para o aumento do produto e das exportações, apesar de se afigurar como uma das unidades fabris com grande apetência para a poluição do meio ambiente. Com o crescimento da população e da economia global, estima-se que em 2030 haja cerca de 2,5 biliões de consumidores na classe média, e se nada for feito em termos de alteração do ciclo linear, em 2050 prevê-se que a população consuma 3 vezes mais, em apenas 1 ano.
Portanto, o excesso de consumo e o crescimento industrial, exigem dos poderes públicos, iniciativa privada e sociedade civil organizada, uma nova abordagem de forma a conter a emissão de gases de efeito estufa e outros efeitos tóxicos da extração de recursos que danificam o meio ambiente e mares, pondo em causa as espécies marinhas e poluição dos oceanos.
Portanto, os líderes empresariais são responsáveis por criar e desenvolver modelos de negócio sustentáveis que passam do modelo económico linear de extração, fabrico, uso e descarte de produtos, que deve dar lugar a um novo modelo que permita a reutilização, a manutenção e a reciclagem.
*Economista
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