Sociedade

Luanda lança novas acções para reduzir mortes infantis

Juscelino da Silva

Jornalista

O Programa Provincial de Saúde Infantil e Nutrição de Luanda está a traçar novas estratégias de actuação para atingir níveis de redução da mortalidade infantil nos conhecidos “Hospitais Amigos da Criança”, anunciou, ontem, a sua coordenadora.

04/08/2023  Última atualização 11H15
Banco de Leite Humano precisa de mais mulheres doadoras para ajudar centenas de crianças © Fotografia por: Edições NovembRo

Ana Angelina explicou que essas acções estão relacionadas com a formação dos técnicos, divulgação de normas, avaliação e credenciamento dos profissionais e das crianças beneficiárias dos projectos nos hospitais Geral de Luanda, Municipal de Talatona e dos Cajueiros, bem como nos Centros de Saúde da Samba e Chimbicato.

A coordenadora dos "Hospitais Amigos da Criança” esclareceu que essas unidades clínicas estão enquadradas nas acções de promoção do aleitamento materno, por isso, os seus técnicos vão ser melhor preparados para lidar com os projectos do Banco de Leite Humano.

Sobre o "Hospital Amigo da Criança”, Ana Angelina explicou que se trata de unidades para a promoção do aleitamento materno a nível de todas as áreas de serviços, desde a entrada até à área administrativa”, referiu Ana Angelina.

A mentora do projecto Banco de Leite Humano (BLH) em Angola, Elisa Gaspar, reiterou que o aleitamento materno é o alimento padrão ouro para as crianças nos primeiros meses de vida.

Por isso, defendeu que "um bebé deve ser amamentado, exclusivamente, com leite materno até aos seis meses e, depois, continuar a mamar até aos dois anos de idade, apesar de ter outros alimentos”.

Neste sentido, a médica considerou irresponsável a atitude de mães que, por questões de estética, arriscam a saúde dos bebés ao não darem de mamar.

"Nós estamos todos os dias a dizer que o leite materno é o melhor. E a questão de não amamentar porque os seios caem, é algo incompreensível, por se tratar de uma questão fisiológica”, realçou a médica.

A coordenadora explicou que as crianças precisam, isso sim, a partir do sexto mês de vida receber outros alimentos, por terem necessidade de aprender a mastigar, sentir o gosto da comida e distinguir os líquidos, mas sempre com o leite materno até aos dois anos.

 

Condições para doar leite

Em função da abordagem acima feita, Elisa Gaspar avançou que o Banco de Leite foi criado no sentido de dar a possibilidade do produto chegar às crianças que, por algum motivo forte, a mãe não pode amamentar e não para mulheres que o possam fazer.

Quanto às mulheres que podem doar leite ao Banco de Leite Humano, a mentora e coordenadora do projecto fez saber que podem fazê-lo as mães saudáveis, aquelas que testam negativo nas análises de hepatite, VIH-SIDA e sífilis.

Porém, Elisa Gaspar deixou claro que mulheres em radioterapia, quimioterapia, fumadoras e alcoólatras não podem doar leite.

No quadro da Semana do Aleitamento Materno, que encerra na segunda-feira, no Hospital Azankot Menezes, um grupo de mulheres vai doar leite, amanhã e domingo, na Maternidade Lucrécia Paim.

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