Diz-se que constitui um gesto de fraqueza o exercício de se queixar aos entes e e organizações estrangeiros sobre os problemas da nossa terra, para depois receber como resposta a exortação óbvia segundo a qual “as soluções devem ser encontradas entre vós mesmos”, da mesma maneira como as sucessivas iniciativas externas para acabar com a guerra se comprovaram ineficazes.
As organizações públicas e privadas na actualidade são obrigadas pelos consumidores no contexto social, a pautarem por uma conduta baseada na prestação de serviços favoráveis aos princípios éticos, morais, de responsabilidade social, profissionalismo, comprometimento e espírito de equipa, visando a obtenção de resultados positivos.
A reflexão sobre a influência da ética na liderança organizacional não constitui uma questão de ilusão, mas sim, uma necessidade imperativa, que estimula qualidades técnico-profissionais e humanas na organização, capazesde ajudar os gestores públicos e profissionais em geral no cumprimento das suas atribuições na dimensão esperada em prol do interesse público, partindo da lógica de que toda a organização existe por causa do homem e para o homem em sociedade.
Northouse (2016), ajuda-nos a perceber que a liderança é um processo pelo qual um indivíduo influencia um grupo de indivíduos para atingir um objectivo comum. Ao passo que a liderança ética é para Brown (et al, 2005), a demonstração de conduta apropriada através de acções pessoais, bem como a promoção de tal conduta entre os seguidores por via de uma comunicação bidirecional do reforço e da tomada de decisão. Por esta razão, Eisenbeiss (2012), destaca quatro princípios de liderança ética resumidos na orientação humana, orientação de justiça, orientação de responsabilidade e orientação de moderação.
Ao que tudo indica, a ética possui uma relação natural e de complementaridade com a liderança, a educação e o sucesso que se pretende para a vida organizacional.Dito de outro modo, influenciar de forma positiva alguém para o alcance de objectivo comum é uma tarefa que não requer apenas formação académica e técnico-profissional, pressupõe também e sobretudo uma educação que manifestada a partir de pequenos ou grandes actos no dia-a-dia gera respeito, admiração, seguidores, solidariedade, motivação, saúde psico-emocional no ambiente laboral e entrega pela causa da organização.
Para Bass e Avalio (2004), os líderes transformacionais são vistos como indivíduos proactivos, aqueles que se empenham em optimizar o desenvolvimento e a inovação do indivíduo, do grupo e da organização, não procuram apenas alcançar o desempenho esperado, convencem os subordinados para o alcance de elevados níveis de desempenho, bem como elevados níveis morais e éticos.
De um tempo a esta parte, registam-se no mundo organizacional várias reclamações decorrentes, por exemplo, de situações de alguns gestores, chefes ou responsáveis que são considerados bons do ponto de vista técnico-profissional, porém, maus ou péssimos no capítulo das relações humanas e da liderança, pelo facto de não saberem agregar na sua forma de actuação alguns pressupostos éticos que ajudam a concatenar a condição de chefiar um grupo e a liderança para humanizar o ambiente organizacional, cujas consequências se repercutem vezes sem conta, na propagação de conflitos, na destruição de sonhos por via da desmotivação, no sub-aproveitamento de talentos e inviabilização de sucesso, infelizmente.
Lembrar que a liderança é um acto de aprendizagem permanente, que consiste em liderar, partilhar experiências com senso de didáctica, fomentar o espírito de equipa e de humanismo, influenciar, motivar, inspirar, transformar mentes para a prática do bem e do exercício de boa cidadania, comprometer, multiplicar seguidores e reter alguém ou um grupo, para a materialização de objectivos. Por isso, a articulação permanente entre a ética e a liderança é uma condição sine qua none para o bem da organização, de modo a atender as múltiplas exigências do mercado e da sociedade em geral.
A liderança éticaé tão relevante na medida em que pode ajudar o gestor de uma organização a melhorar a sua performance nos seguintes domínios: das relações interpessoais, para aprimorar o seu saber ser e estar na gestão de pessoas, da integridade, para melhor servir o interesse público com espírito de missão, cidadania, probidade, responsabilidade e co-responsabilidade,no processo de tomada de decisões, tendo em atenção o princípio de justiça e transparência ena observância da prática de compliance, para evitar os riscos de compliance, a título de exemplo.
A liderança ética ajuda também o gestor de uma organização a observar e promover as virtudes cardeais para o bem do consulado resumidas em:a prudência que dispôe a razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para o atingir; a justiça, que é uma constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido; a fortaleza, que é a força que assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem; a temperança, que tem a ver com a moderação, na medida em que assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporciona equilíbrio no uso dos bens criados.
As organizações da era vigente auguram ter gestores públicos formados e educados, que saibam actuar como pedagogos isto é, aqueles que primeiro ensinam e depois cobram resultados, que corrigem sem ofender e baixar a auto-estima do subordinado, uma vez que este também tem o direito de ser respeitado, que observam a inteligência emocional, para evitar os conflitos interpessoais, intra e inter-organizacionais, empáticos para estarem em condições de celebrar vitórias nos momentos áureos da vida socio-organizacional e suportar dores com os subordinados nos momentos de fracassos, líderes e assertivos na tomada de decisões, que se respeitam como pessoas e respeitam os subordinados como pessoas e finalmente, comprometidos com a causa da satisfação do interesse público.
Nesta ordem de ideias, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, no seu módulo 4 sobre Liderança Ética defende dois pontos fundamentais resumidos em: 1. A liderança ética é importante, por isso, os líderes têm responsabilidades éticas por possuirem maior oportunidade para influenciar os outros e consequentemente, os resultados de forma significativa; 2. Os valores dos líderes influenciam a cultura de organizações ou sociedades se elas se comportam ou não eticamente. Assim, os líderes dão o tom, desenvolvem a visão, os seus valores e comportamentos moldam o comportamento de pessoas envolvidas nas organizações e na sociedade.
Portanto, para que uma organização cumpra com as suas obrigações sociais e consiga satisfazer as exigências do seu público-alvo, não basta ter gestores ou profissionais bem formados e habilitados na arte de saber fazer simplesmente, é necessário que também aprendam a saber ser e estar, educados, bem como saibam concatenar a ética e a liderança, visando proporcionar um ambiente de harmonia e humanismo no local de trabalhopara o sucesso da organização.
* Docente Universitário, palestrante e escritor.
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